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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

J.Ferreira

 

Esta Greve Geral levanta uma questão:

 

Será que a Democracia ainda funciona em Portugal?

Como se pode afirmar que sim quando não é reconhecido pelos governantes um direito essencial da democracia: O direito de manifestar-se pacificamente e como tal, de fazer greve?

Pode o governo tentar controlar os cidadãos que, mesmo com a implementação de medidas prepotentes, haverá sempre quem tenha a corqagem de não se calar... 

E, se para muito mais não serviu, a Greve Geral levada a cabo pelo país permitiu mostrar um Cartão Amarelo  a um Governo pela sua prepotência e tendência quase ditatorial, que não olhando a meios para atingir os fins, tentou amedrontar e intimidar os trabalhadores, desmobilizando-os o mais possível da defesa dos seus legítimos direitos. A provar esta realidade dura a CNPD (Comissão Nacional de Protecção de Dados), deu razão aos sindicatos em face de uma tentativa governamental de levar à prática medidas que fazem lembrar o status quo de outros tempos... Assim, o Governo foi obrigado a recuar na sua intenção de obrigar os organismos da sua dependência uma divulgar como nome dos trabalhadores grevistas. A pergunta é clara... Para quê? Qual o objectivo? Será que é necessário adiantar aqui um apossível resposta? Cremos que não!

     Com efeito, a CNPD chegou mesmo a classificar a decisão do governo como "procedimento discriminatório". Estamos seguros de que, se o partido que agora suporta o governo estivesse na oposição, ouviríamos sair da boca de muitos socialistas  palavras a classificar esta atitude como "fascizante". Porém, temos quase como certo que, se o Partido Socialista estivesse na Oposiçãonenhum outro partido de direita teria a ousadia de levar esta ideia por diante... Porquê? A resposta é tão óbvia quanto simples... É que "levaria" imediatamente com a Esquerda toda em cima... Agora... Diz-se que não há memória de um governo, nem mesmo de direita, que tenha dado "tanto na cabeça" aos trabalhadores e piorado as suas condições de vida" como o actual...

É pois legítimo perguntar:

Como é possível que tendo Portugal "um governo de esquerda", num momento em que o país atravessa uma crise grave, as suas políticas continuem a permitir que os ricos fiquem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres? Que os lucros das grandes empresas continuem a aumentar vertiginosamente sem que sejam obrigadas a pagar uma boa parte desses lucros quando dizem que a Segurança Social está quase na falência...?

É claro que a direita agradece e fica caladinha e sossegada, e espera pelo dia em que volte a governar o país... Só quando voltar à oposição, a esquerda voltará, de facto, a ser esquerda ...

Nessa altura, lá estará a direita para avivar a memória destes e doutros Socialistas sobre as medidas com pendor tendencialmente "fascizante" que empreenderam contra os trabalhadores, quando estavam à frente dos destinos do país...

Tristemente, a acção destes governantes quase nos leva a concluir que a chegada ao poder do Partido Socialista veio demonstrar, com propriedade, que há determinadas forças (de esquerda) que devem existir em todas as democracias, mas que têm tão-somente vocação para serem Oposição. Esta Esquerda que governa Portugal (Partido Socialista!) tem desiludido e desencantado uma grande maioria dos cidadãos democratas que na esquerda acreditavam... O facto da Greve Geral ter uma maioria de apoiantes afectos ao Partido Socialista demonstra isso mesmo... O desencanto que vai neste país...

Por isso, afirmamos que só com esta esquerda na Oposição, os trabalhadores têm ao seu dispor um partido que os defenda!

Assim, seremos forçados a concluir  que este Partido Socialista é uma força partidária que se diz de esquerda mas que está vocacionada, não para governar porque "desgoverna" e cria o caos, mas antes, para servir de "fiel e balança" quando os governos de direita governam o país...

 

Esperamos que para bem de todos nós, o povo PORTUGUÊS não tenha memória curta, e que nas próximas eleições legislativas (e por que não já nas autárquicas em Lisboa onde existem tantos candidatos, inclusive, independentes...) lhes saibamos apontar o lugar que verdadeiramente merecem no Parlamento Português: A BANCADA da OPOSIÇÃO.

Aos trabalhadores deste país, aos cidadãos verdadeiramente democratas que se dizem defensores da solidariedade social e da responsabilidade de cada um perante todos, temos a dizer:

Fiquem todos calados... Não tomem nenhuma atitude.

Esperem para ver... e recordar-se-ão destas palavras!

 

Ou então...

Gritem, alto e bom som,

com energia e convicção:

" BASTA  ! "

 ,,,

J.Ferreira

Alguém nos anda, certamente, a enganar !...

Como querem que Portugal seja levado a sério?

É que, das duas uma: ou Mentem os Sindicatos... ou Mente o Governo !... Afinal, quem precisará de voltar para a Escola? Os Sindicalistas ou os  Governantes?

É que parece que há entre eles quem não deve ter aprendido a fazer bem contas... O que não admira, depois daquela história em que António Guterres não conseguiu calcular a "quantos contos" correspondia 3% do PIB (!...) é de acreditar que ainda haja mais gente a ocupar cargos de muita responsabilidade (seja na política partidária, seja na governação do país ou na área sindical) que não sabe fazer contas...

Ou será que pretendem agora alterar as regras da lógica Matemática?

Uma coisa não pode "SER"  e  "NÃO SER" ao mesmo tempo..."

 

Vejamos o que diz a Comunicação Social sobre a Greve Geral:

CGTP - "A CGTP-IN saúda os trabalhadores portugueses, particularmente aqueles que, com muita coragem, determinação e sacrifícios pessoais, para si e para as suas famílias, exerceram o inalienável direito à greve, mesmo quando confrontados com a proibição de plenários de trabalhadores, recolha ilegal de dados pessoais, ameaças de processos disciplinares ou com o recurso à GNR para dificultar o exercício dos piquetes".

 

TvNet  - "Greve geral Balanço da manhã só mostra paralisação total no Metro de Lisboa e na Transtejo A greve geral de hoje está a ter uma adesão média global de 80 por cento na função pública, o que levou ao encerramento de escolas, centros de saúde, tribunais e serviços autárquicos um pouco por todo o país, divulgaram os sindicatos que marcaram a paralisação.

TvNet - "Governo: adesão à greve na administração pública nos 12%. O Governo fala de uma greve parcial e não de uma greve geral. O Ministro das Finanças garante que, no que toca à administração pública, a adesão ficou nos 12%." 
 

TvNet - "Greve geral: os números da CGTP. O Metropolitano e as ligações fluviais entre as margens do Tejo estão condicionados devido à greve geral. Os outros transportes a operar na região de Lisboa estão a funcionar quase na normalidade. A circulação do Metro de Lisboa está totalmente parada com as próprias estações de acesso fechadas. As ligações fluviais entre as duas margens do Tejo também estão paradas, com excepção de duas viagens de ida e volta entre o Barreiro e o Terreiro do Paço a cargo da Soflusa. As ligações da Transtejo estão todas suspensas. Com circulação quase normal estiveram até às oito os transportes da Carris - eléctricos e autocarros - e os comboios.(...)
Acrescenta ainda a  jornalista que "80% dos trabalhadores da saúde aderiram à greve."

Ouvindo toda a notícia ficamos a saber que o estudo realizado permite concluir que "A maioria dos que apoiam a greve são originários do Porto, têm entre os 35 e os 54 anos e são afectos ao Partido Socialista. "

Perante isto, algumas questões se tornam pertinentes:

Qual é afinal o apoio de Sócrates e do seu Governo?

Por que são da ala socialista os que mais apoiam a greve (80% dos inquiridos)? Por que é que a maioria dos apoiantes da greve não são os trabalhadores afectos a outras forças partidárias?

A resposta parece ser "o medo". E o facto é que tal se passou com muitos trabalhadores, nomeadamente docentes que afirmavam sentirem-se "forçados a não fazerem greve". Isto porque teriam à mesma de corrigir as dezenas de provas de exame que lhes foram distribuídas e que têm prazos de entrega a cumprir...

 

 Apesar de tudo, há que ter em conta que esta vergonha da discrepância de numeros se deve a uma operação de desvalorização da força dos trabalhadores por parte do govero. Ela não se deve ao Partido Socialista mas a um cancro de que enferma a democracia, ou melhor, este tipo de democracia em que os eleitos não são responsabilizados pelos eleitores. E emesmo que  numa dado ano sejam "postos na rua" pelos eleitores, voltam uns anos mais tarde, como se as pessoas fossem recicláveis... Com efeito, poderíamos, até, acreditar na "reciclagem humana" mas nunca na reciclagem dos políticos... Mas seguramente que acreditamos na reciclagem das ideias defendidas pelos políticos que, adeptos de uma demagogia inabalável, dificilmente mantêm o discurso quando estão no poder ou na oposição...! Por isso as medidas prometidas são sempre divergentes das tomadas quando passam da oposição para o governo. Afinal, o objectivo mais do que resolver os problemas do país, é resolver os problemas de uns quantos que pertencem à mesma família partidária... Ou já nos esquecemos da célebre expressão "jobs for the boys" ?

E porque a discrepância e discordância dos números nos aflige, sinceramente, porque ficamos sempre sem saber onde está a verdade, e sabendo da preocupação constante do Primeiro-Ministro José Sócrates pela excelência e a sua fixação na avaliação das competências de todos, deixamos aqui uma dica para reflexão:

 

Por que é que José Sócrates não apresenta no Parlamento, e com carácter de urgência,  uma lei que obrigue a uma "Avaliação das Competências e do Desempenho" de todos os responsáveis que dirigem os mais diversos pelouros da Administração, incluindo Ministros, fazendo-os voltar à Escola ou à Universidade (conforme os casos) para que alcancem com mérito, a terceira das mais básicas e elementares competência que se exigem às crianças que frequentam a escola e que nesta altura decidiu examinar: saber ler, escrever e contar!

 

Ou será que, considerando-se os melhores dos melhores (têm todos uma competência deslumbrante...) mas, de facto, aqueles que querem avaiar tudo e todos, têm medo de submeter a exames ?...

...

 

J.Ferreira

Para avaliar a competência desta Ministra, uma questão pertinente nos invade a mente. Será que a nossa Ministra da Educação é verdadeiramente competente ?

Antes de trentar saber a resposta, perguntemo-nos todos:

Teria a Senhora Ministra, usado os critérios "objectivos" (diz ela!) que criou, conseguido chegar a Professor Titular ?

A resposta não a conhecemos, mas, com toda a sinceridade, duvidamos! No entanto, e ndependentemente da resposta, temos como base que este concurso, fundado nos critérios que a Senhora Ministra (e seus "amigos"!) mais do que um Absurdo é uma Aberração e uma Injustiça.

 

 

 

 
 
Creio que devemos reflectir sobre o Concurso para Professores Titulares questionando-nos seriamente:
 
Que visa este concurso? O Reconhecimento da Competência Pedagógica (experiência do trabalho directo com os alunos como referia a Ministra) ou a Legitimação de uma Teimosia e Demonstração da Prepotência Governamental?
 
...
 
 

Em Portugal nos últimos anos, em política educativa, não se fala em mais nada senão na necessidade de avaliar tudo e todos… A avaliação tornou-se uma obsessão…!

Apesar de, periodicamente, assistirmos a escândalos que envolvem dinheiros públicos, da mais variada natureza (sejam subvenções, acumulações, contratações…) continuamos a ter políticos e governantes que mantêm de forma estranha e incompreensível, cargos que atentam contra uma boa administração dos dinheiros públicos… Apesar destes escândalos que envolvem os impostos dos contribuintes, não surgem leis capazes de pôr termo à contínua devastação dos dinheiros dos cofres do Estado.

Em contrapartida, temos políticos e governantes a insistirem repetidamente na necessidade de se fazerem cortes nos investimentos que deveriam ser realizados na Educação para se formarem cidadãos mais competentes e capazes de contribuir para o desenvolvimento de Portugal. Antes, apontam as suas armas aos professores! Parecendo ter engolido a “cassete da avaliação”, os governantes responsáveis pelas políticas educativas, nada mais fazem senão tentar encontrar meios de desvalorizar a carreira docente e despromover socialmente os professores, para criar as condições de desvalorização da sua função, e, consequentemente, preparar o terreno social para a imposição de medidas que atentam contra os seus legítimos direitos...

Perguntamos: Quem e como são avaliados os políticos e os governantes? 

Pelo povo, nas eleições… dirão imediatamente.

Que romântico… Isso é que é avaliação!... Avaliação estranha, esta, em que uns tantos políticos "postos na rua" numas eleições (considerados incompetentes pelo povo!) voltam a ocupar as cadeiras do poder nas eleições seguintes… Pois… pois… E depois, não admira que exclamem por aí indignados por, de um momento para o outro, passaram “de bestas a bestiais” e “de bestiais a bestas!”

 

É este o mesmo tipo de avaliação que querem agora impor aos professores. Por isso, confrontamo-nos hoje com professores que, sendo detentores de um currículo invejável (ao nível científico, pedagógico e didáctico), logo… bestiais, se vêm qualificados como não tendo um currículo que valha “um chavo, logo… bestas.

E o contrário… claro, obviamente. Por isso, este concurso, parecendo baseado na meritocracia, não passa de um concurso perverso, em que as pessoas são avaliadas com base em critérios no mínimo arbitrários que chegam a ser contraditórios, na sua essência, com o preâmbulo da lei que o regula …

O concurso para Professor Titular é, assim, fundado na mais incrível presunção de que o povo acredita que “se o diz a Ministra da Educação… logo ela tem razão.”

Pois, quanto a nós, estamos convencidos de que existe aqui um grande erro pois, cremos que “com esta Ministra … a Educação vai ser Sinistra!”

 

Se é verdade que vivemos num reinado de uma Ministra da Educação que se julga poderosa, como se fosse uma “rainha-sol”, não é menos verdade que os portugueses, que sempre contaram com os professores, não parecem estar muito preocupados.

É que “os ministros passam e os professores ficam”… Acreditando que muito do que destruiu neste mandato será reconstruído por alguém que a seguirá, a Ministra poderá ficar para a história… mas a sua obra, duvidamos que se perpetue na memória.

 

 

Detenhamo-nos sobre a última invenção (receita educativa?) do Governo chefiado por José Sócrates:

Criação da Categoria de "Professores Titulares".

Justifica-se a criação de uma Nova Categoria dentro da classe docente?

Afinal, o que se pretende das Escolas? Cooperação ou Conflito?

Não chega já a agressividade que as escolas importam da sociedade?

Que critérios para se decidir da competência para as funções a desempenhar?

Para encontrar suporte para esta aberração, a Ministra tenta fazer passar a ideia de que o concurso se fundamenta em dados objectivos que demonstram a competência (?!...) dos que serão seleccionados para o desempenho das funções de chefia e coordenação pedagógica.

 

Nada mais absurdo e subjectivo, bastando para tal afirmar que o desempenho do cargo de formador no âmbito da formação contínua (tão propagandeada nos últimos 15 anos pelos governantes como imprescindível e fundamental), funções directamente relacionadas com a qualidade pedagógica da educação ministrada nas nossas escolas, não conta nem um ponto para os formadores, apesar de terem sido, nos termos da Lei, credenciados pelo Conselho Científico-pedagógico da Formação Contínua.

 

 

Porém, veja-se como, inexplicavelmente, os Directores dos Centros de Formação, que exerciam funções muito menos fundamentais para a prática pedagógica, cargo cujas funções bem poderiam ser desempenhadas por não docentes, pois apenas lidavam com números e mais números (de docentes, cursos, escudos ou euros...), aparecem referenciados (leia-se, premiados pela Senhora Ministra!) com pontos e mais pontos... Justiça? Isto?

 

 

Mais...

Com que regras se vai determinar se este ou aquele tem perfil para dirigir, governar, coordenar... etc. etc.? Pelas faltas? Mas, então, a competência obtém-se pelo simples facto de se ter uma boa saúde... residir perto da escola (só assim será assíduo a 97%) para que não corra o risco de ter uma avaria na viatura, um furo no pneu que o faça chegar atrasado, um atraso nos transportes públicos, etc. e assim ter de comunicar faltas... ainda que sejam por desconto no período de férias. Qualquer cidadão se indignaria se fosse penalizado pela simples razão de ter gozado um dia de férias! Pois, um professor que goze um dia de férias, será francamente penalizado e pode mesmo ser impedido de aceder ao topo da carreira por ter gozado férias repartidas!...)

Se a Ministra pretendesse, de facto, valorizar a competência pedagógica, deveria dar-se maior valor ao trabalho efectivo com os alunos... Mas, não! Afinal, analisando os critérios objectivos (apenas no entender da Ministra... e de outros tantos, certamente beneficiados!...) o que mais se valoriza são os cargos em que não há trabalho directo com os alunos. A comprovar esta afirmação, veja-se:

Ter sido Presidente do Conselho Executivo, conta PONTOS todos os anos. Não contentes, ainda podem somar PONTOS pelos cargos (ainda que administrativos!...) que acumularam... Incrível?!... Veja-se o texto da Lei:

Art. 10º do Concurso a Professor titular:

5. Na experiência profissional são ponderados:
(...)

d) O desempenho de cargos de coordenação e supervisão pedagógica em estabelecimentos públicos do ensino não superior;

e) O exercício de funções nos órgãos de gestão e administração do agrupamento de escolas ou escola não agrupada, bem como de Director do Centro de Formação de Professores das Associações de Escolas;

11. Na ponderação dos factores constantes das alíneas d) e e) do n.º 5 são contabilizados
todos os cargos ou funções exercidos, ainda que em acumulação.

 

Afinal... com quem terá negociado a Senhora Ministra estes Critérios...?

Deixo-vos o inigma (?!). Analisem os beneficiados... e tirem a conclusão.

Verifiquem "o valor dos pontos" e "a quem são atribuídos" por cada ano de desempenho do "cargo":

 

 

7 pontos ---> Presidente da Assembleia

9 pontos ---> Presidente do Conselho Executivo

2 pontos ---> Presidente da Comissão Executiva Instaladora

9 pontos ---> Director Executivo

7 pontos ---> Vice-Presidente do Conselho Executivo

7 pontos ---> Adjunto da Direcção Executiva Instaladora

7 pontos ---> Membro da Comissão Executiva

7 pontos ---> Presidente do Conselho Pedagógico

7 pontos ---> Director de centro de formação

2 pontos ---> Representante dos docentes na Assembleia

2 pontos ---> Encarregado de direcção de escola do 1º ciclo

2 pontos ---> Director de escola do 1.º ciclo (<3>2 lugares)

4 pontos ---> Coordenador de estabelecimento

3 pontos ---> Assessor do Conselho Executivo

6 pontos ---> Coordenador do conselho de docentes

3 pontos ---> Coordenador de ano

3 pontos ---> Coordenador de ciclo

 

 

                  Uma única vez, sem acumulação...!

8 pontos ---> Exercício efectivo de funções lectivas (Público)

6 pontos ---> Exercício efectivo de funções lectivas (Noutros)

6 pontos ---> Exercício de funções dirigentes no Ministério

2 pontos ---> Exercício de outras funções  

 

Note-se que os pontos são atribuídos, de acordo com a ideia genial da Senhora Ministra, por ano de desempenho do cargo, isto é, independentemente da qualidade com que foi desempenhado...

Pergunta-se:

Estará verdadeiramente a Senhora Ministra preocupada com a qualidade dos chefes que pretende nomear?

 

Mas que relação terá o facto de um indivíduo ter sido bafejado com "saúde" e, como tal, ter tido a possibilidade de faltar pouco nos últimos 7 anos, com competência para o exercício de cargos? E se adoecer a partir do próximo, durante um ou mais anos? Continuará competente? Já não há `problema com as faltas ou agora um professor vai passar de de incompetente a competente e de competente a incompetente (de bestial a besta e de besta a bestial) num simples esfregar de olhos?

 

É Incrível, Senhora Ministra... Incrível...!!!! Pois bem. Mas... continuemos.

 

Estará a Senhora Ministra interessada em saber da valia das pessoas?

Não...! De modo algum!... Pois bem... Estamos mais que seguros de que, se para alguma coisa vai servir este concurso, não será certamente para descobrir quem são os professores mais competentes em cada uma das áreas.

Mas para algo ele pode servir aos portugueses: ajudar a desmascarar a (in)competência da Senhora Ministra. Precisava de facto de fazer uma formação em "critérios de selecção de pessoal", para o que a aconselhamos vivamente a fazer um cursinho de Gestão de Recursos Humanos!

 

Mas este concurso vai servir para algo. Para financeiramente determinar quem vai ou não progredir de escalão nos próximos anos e até que esta absurda carreira seja de novo recolocada no patamar de prestígio que merece.

 

Veja-se só...

Quantos pontos valeram as acções de FORMAÇÃO CONTÍNUA efectuada pelos professores para além da mínima necessária à progressão nos anteriores escalões, e tão propalada como fundamental pelos políticos nos quais se inclui agora a Senhora Ministra? ZERO PONTOS!...

 

Claro... Como era tão importante fazer a formação contínua... Como enganaram os profesores que para a frequentarem usaram dos seus dias de falta por ocnta do período de férias... e agora se sentem duplamente enganados com a aplicação retroactiva dos critérios inventados por esta (?!) Ministra da Educação.

 

E, contrariamente ao que pretendeu dar a entender, havia avaliação dos docentes enquanto formandos por parte de formadores acreditados pelo conselho científico-pedagógico da formação contínua, onde têm assento uns tantos professores doutorados, tão competentes como a Senhora Ministra!

 

 

Concurso para Professores Titulares: para quê? Com que objectivos? Com que regras...?  Uma pergunta se coloca: Que se pretende afinal?

 

 

 

Com o Concurso para Professores Titulares o “Governo pretende dotar as escolas de um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, formação e autoridade. Segundo o ME, caberá a este corpo de docentes assegurar em permanência as funções de organização das escolas, para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.” Cf (Joana Santos, www.educare.pt, 29 de Março de 2007 )

Mais um insucesso do Governo. Temos quase a certeza de que Sócrates e a sua equipa já devem ter o discurso que culpabilizará os professores pelo fracasso de mais esta grande ideia do seu Governo.... Porém, um dia os professores vão "fartar-se" de desempenhar as função de bode expiatório para as desgraças da política educativa causadas por sucessivos governantes responsáveis pela pasta da Educação neste país, que nada mais fazem que mudar sistematicamente de estratégia, de concepção e de objectivos, conduzindo a Educação dos nossos filhos para o abismo. Aos professores nunca lhes é pedida a sua palavra. Aos pais até se pede que avaliem os professores...

Creio que mesmo um qualquer analfabeto, entenderia facilmente a falácia da proposta de Reorganização da Carreira Docente que o Governo enviou para a Comunicação Social. Ela visa, apenas e só, entulhar as mentes dos portugueses (sobretudo os pais) com falsas verdades... Discursos "para Inglês ver"... Até agora, eram as universidades que formavam os cidadãos dotando-os das competências necessárias para ocuparem cargos de responsabilidade.

Agora, imagine-se só... um profissional reconhecidamente competente, que tenha desempenhado cargos variadíssimos até 1999, mas que, fruto da cooperação dos professores e do princípio da rotatividade implementado nas escolas, não tenha desempenhado mais nenhum cargo desde 1999 (porque é legalmente impossível em apenas 7 anos possibilitar que todos desempenhem tais cargos) vai ser penalizado. Isto porque não terá forma de apresentar os tais pontos que a Ministra inventou como critério ARBITRÁRIO e SUBJECTIVO (ainda que tente, pela sucessiva repetição, fazer crer que é objectivo).

Exemplificando: Em cada agrupamento apenas existe um lugar para o cargo de Presidente do Conselho Pedagógico e um (ou dois) de Presidente de Conselho de Docentes. Ora, havendo mais de 20 professores, como quer a Senhora Ministra que um cargo que pode ter a duração de 3 anos seja desempenhado em apenas 7 anos por tais de 3 professores? E os outros 27 professores? Será justo penalizá-los quando não tiveram a oportunidade de desempenhar nenhum dos cargos que a Sra Ministra se lembrou de valorizar...?

Num Estado de Direito Democrático que se deveria pautar pelos princípios da transparência e da igualdade, da equidade e sobretudo da boa-fé, não deveria nunca ser aceitável que um cidadão fosse penalizado por não ter executado algo cuja execução lhe estava vedada... Com efeito, para que todos os professores tivessem igualdade de oportunidades de exercerem os cargos seria necessário, no mínimo, a análise curricular que abrangesse, no mínimo, 20 a 25 anos...!

E, se juntarmos a isto o facto de muitos professores terem sido obrigados pelo sistema de colocações vigente até ao momento como se pode exigir dos professores o exercício de cargos para os quais já havia outros nomeados nas escolas onde eram colocados em Setembro, Outubro, Novembro ou até mesmo mais tarde, a quem ao longo de todo o ano, servem o sistema, percorrendo longos quilómetros para "tapar buracos" quando uma cidadã passa temporariamente de docente a parturiente ou, ocasionalmente, de docente a doente...?

 

Será que podemos penalizar os professores que estavam nestas situações quando o sistema de concursos era totalmente da responsabilidade dos governantes (alguns dos quais se passeiam ainda pelas cadeiras de S. Bento...) numa clara incompetência para solucionar o problema das colocações, "calcanhar de Aquiles" dos mais diversos governantes que assumiram a pasta do Ministério da Educação?

 

Então os professores que foram obrigados ao nomadismo (de que as etnias já há muito prescindiram), exercendo as suas funções como se fossem saltimbancos (de malas às costas, de maço para cabaço) são agora penalizados pelas regras absurdas do sistema de concurso a Professor Titular?

Tudo por culpa do Ministério da Educação que, incapaz de solucionar as colocações dos professores, recusava-se a abrir vagas para que efectivassem, criando condições de continuidade e de estabilidade dos docentes para uma melhor sucesso escolar...

Aliás, como se pode pretender que professores acabados de chegar às escolas sejam eleitos para cargos cuja periodicidade pode ser de dois ou três anos?

Como podem professores itinerantes, que nem conhecem os colegas da escola onde chegam nem a comunidade educativa, ser eleitos em anos em que não á eleições, ou ser nomeados para cargos e assim desempenhar as funções que agora a Senhora Ministra, injustamente, se lembrou de pontuar para este concurso? Que democracia vivemos? Como se pode fazer uma lei com implicações nas carreiras profissionais, baseada em percursos que se sabe que seria impossível todos rtertem feito?

Muitos professores investiram na formação contínua propagandeada pelo Estado...

Por que motivo a Senhora Ministra não valorizou os créditos obtidos no âmbito da formação contínua (a que todos tinha acesso e que o Estado tinha apontado como importantes para a melhoria do processo educativo e dos resultados escolares dos alunos) não utilizados pelos professores para progressão na carreira?

 

Ora bolas... Vão lá atirar com engodo aos olhos do Zé-povinho. Os professores estão fartos de ser injustamente culpabilizados e penalizados pelos governantes que mudam de ideias como quem muda de camisa...

 

 

Analisemos agora as faltas, outro critério tido pela Ministra como justo e revelador (...?!) da competência.

 

Veja-se bem como o patrão dos professores (Estado, que pretende passar uma imagem de tolerância) é o mais intolerante que se pode imaginar.

Qualquer cidadão em qualquer empresa apresenta um número muito mais elevado de faltas que os professores. Se tivermos em conta que os professores são obrigados a registar a falta a uma hora, ainda que por apenas 5 ou 10 minutos de atraso. Dificilmente se encontra este tipo de coisas nas empresas particulares... Será que mais vale deixar os alunos os restantes 50 minutos sem aulas e usufruir da falta que nos foi marcada? Nenhum professor o faz... Claro que os professores circulam na via pública e em transportes públcos como os restantes cidadãos, e como tal, estão sujeitos ás contingências do quotidiano de qualquer cidadão (furos nos pneus, avarias do automóvel, atraso do transporte público, acidentes, derrocadas, quedas de árvores...) Com uma diferença: se chegam atrasados por , 5 ou 10 minutos, têm que comunicar falta a uma hora... É o minimo que a lei permite apresentar... ainda que esteja a trabalhar os restantes 50 minutos, de nada lhe serve. Qualquer patrão relevaria um atraso de 10 minutos por culpa de um autocarro que se atrase, de um acidente, de um furo etc... etc... Os professores, têm de comunicar a falta a uma hora, até ao máximo de 20 horas nessa situação. Depois, com cinco situações de 10 minutos, têm 5 dias de falta quando um outro cidadão teria 50 minutos...

A partir daí, por uns 5 ou 10 minutos de falta têm que comunicar um dia! Apontem uma única empresa privada onde um atraso de 10 minutos, devidamente justificado (atraso ou avaria do transporte público, engarrafamento, acidente, ou qualquer outro motivo inesperado) e em que o funcionário trabalhe o resto do dia, seja considerado pelo patrão como falta de um dia ... Duvido que haja. Pois é assim que o Estado age.

Atraso de 5 ou 10 minutos e o cidadão (funcionário público) é obrigado a comunicar uma falta a um dia. Percebem a lógica? Não? Nem nós... Pois bem... Se a entidade patronal contasse um atraso de 5 ou 10 minutos como falta a um dia de trabalho, que faria o trabalhador? Ao ver que chegaria atrasado, deixaria de trabalhar as restantes 7h e 50 minutos do seu horário e regressaria a casa. Assim, ainda poupava o esforço, as filas de trânsito, o gasto da gasolina e ... Perceberam?

Que faziam os professores? Profissionais com brio e deontologia que são na maioria, iam trabalhar à mesma. Em vez de darem meia volta e poupar a gasolina... lá íam trabalhar... Que agradecimento? Aí está ele. São rotulados pela Ministra de faltosos... Faltando à verdade, publicou as faltas dos professores incluindo nelas as licenças que todos os cidadãos têm, tais como de falecimento de familiares, consultas pré-parto, por maternidade, ... etc.

Mordomias para os professores...? Onde estão elas? Apenas na obrigatoriedade de isto e de mais isso e de aquilo...

Para acabar com os falsos moralistas da nossa sociedade, daqueles que estão sempre prontos a julgar os outros, seria um acto de seriedade que o governo tivesse a coragem de fazer e se deixasse de hipocrisias, apresentando um estudo estatístico das faltas ao emprego por parte dos cidadãos comuns. Para isso, bastava ir verificar e contabilizar os dias de descontos para a Segurança Social. Verificando as folhas dos descontos para a Segurança Social depressa se aperceberiam de que os portugueses das empresas privadas faltam muito mais que os funcionários públicos.

Não temos a mínima dúvida que assim é. É que, para a Segurança Social ter caminhado para a falência, das duas uma: ou não descontam de todos os dias que trabalham, ou faltam ao trabalho que se fartam!... E ainda têm um olhar de censura sobre profissionais que faltam, de facto, menos do que as estatísticas apontam pelos motivos acima expressos.

A injustiça espelha-se nas leis deste governo. É o laxismo para com os alunos (as ausências dos alunos noutros países europeus têm de ser justificadas cabalmente pelos pais) e o rigor excessivo e desproporcional (quase mesmo desumano) para com os professores que, agora, uma forte dor de cabeça já só pode ser motivo se for para faltar, não apenas uma hora por conta do período de férias) mas dois ou três dias pois terá de se deslocar ao centro de saúde, marcar a vez, esperar que haja consulta nesse ou no dia seguinte e, depois, aparecer na escola com o atestadito de médico.... Valha-nos Deus... Uma falta que apenas seria de uma hora passará a ser de dois dias... E diz a ministra que é para moralizar...? Só faltava incluir na lei que todo e qualquer docente só se pode ausentar da escola se sair numa ambulância do INEM?

De facto, os alunos agora até poderão faltar mais de um terço do tempo lectivo... Mas os professores, esses adeptos da falta, esses criminosos, há que obrigá-los a ir para a Escola nem que seja de muletas ou de cadeira de rodas, carregados de febre e a tossir, com varicela ou uma qualquer outra virose... Há que obrigar esses preguiçosos a cumprir o máximo de presenças pois para a Senhora Ministra da Educação, presença é prova de competência.

Esta sua concepção é das mais retrógradas que algum dia se viu. Aliás, não é por acaso que serve de base a muitas anedotas sobre os funcionários públicos: "cumprem horários": nunca chegam "à hora" e saem "à hora"; nunca entram antes nem saem depois, porque isso não é cumprir! Pouco importa o que fazem ou a qualidade com que o fazem... Se em meia hora um faz o dobro do outro no dia inteiro... Para esta Ministra, o importante é a Assiduidade! Esta concepção retrógrada é precisamente a que é valorizada pela Senhora Ministra.

Aliás, os alunos serão as primeiras vítimas desta concepção. Imaginamos já os professores carregados com uma forte dose de gripe a chegarem sob o efeito de medicamentos, mais parecendo drogados (ou terroristas biológicos) a ajudar na proliferação das gripes. Que pena, dirão alguns, não ter eu a gripe das aves no dia em que a Senhora Ministra visitasse a minha Escola...! Talvez lhe servisse de lição e assim revogasse imediatamente a lei... Será que ainda assim o faria? Se "sim", por que espera para pôr termo a este aborto legislativo?

Ainda que nenhum aluno lá esteja, o professor tem que lá estar... para pregar às moscas! Viva a Assiduidade! Viva o entrar e sair a horas, ainda que nada se faça! E são estes os nossos governantes... É este o Governo que temos... Mas, será verdadeiramente este o Governo que merecemos?...

Mais… Sabendo que as urgências dos hospitais são os locais onde se reúnem o maior número de vírus, deixamos‑te um alerta. Se és professor, nunca arrisques a levar os teus filhos ao hospital. Não terás nenhuma desculpa no caso de teres ficado doente contaminado pelos outros que ali esperam horas a fio… Ou então, faz como os verdadeiramente grandes. Como o que está a dar é meter mega-processos contra o Estado, inventa um desses processos incríveis, obriga a sentar o vírus no banco dos réus, e tenta extorquir do Estado uma boa maquia que te compense. Parece que é o que está a dar… Pedir indemnizações atrás de indemnizações e o Zé-povinho é que paga… Incrível!
Outra… Se és professor e assististe a uma tentativa de “assassinato”, “assédio” “violação”, atropelamento, acidente, etc…, ou o que quer que seja, e te pedem que testemunhes, diz que nada viste e nega-te a dar o nome! Só assim te escaparás de faltar às aulas e ser responsabilizado pelas faltas a que a lei te irá obrigar…! Incrível!
Diz o governo que os critérios são objectivos…. “de forma a seleccionar os docentes que, pela análise dos elementos do seu currículo profissional, mostrem estar em melhores condições para exercer as correspondentes funções no início do próximo ano lectivo.” Incrível.

Então, para ser um bom profissional, a formação nas mais diversas áreas não conta nem um ponto…? Ser formador de centenas de professores não vale nada? Então um formador que coordenou grupos de trabalho de docentes agora não serve para coordenar as estruturas pedagógicas e vai ser coordenado por um dos seus formandos? Incrível.
E o rol não teria fim. Afinal, quem são estes senhores que diziam que os professores progrediam todos sem regras? Havia sim, regras mais fidedignas para ascender que as que agora vão ser colocadas em acção. Só com uma diferença. Agora, há lugar para a injustiça, para a discriminação (apenas alguns anos são considerados por preguiça ou incompetência para verificar os dados!), e, quiçá, para o compadrio ou até para a corrupção. Incrível.

Antes, os professores (por determinação dos governantes, diga-se!) se queriam progredir, tinham que frequentar formação… E, apesar de teoricamente terem direito a oito dias por ano (para formação em horário laboral), a verdade é que a formação era feita sistematicamente em horário pós-laboral... Recordamos ainda o quanto nos custou frequentar uma formação durante 11 sábados consecutivos (3 horas de manhã e 3 horas de tarde)! Quantos outros profissionais estariam dispostos a sacrificar 11 dias inteiros do seu tempo livre ainda por cima ao sábado? De facto, embora a lei prevesse que pudesse ser em horário laboral mas depois nunca havia formadores disponíveis nem formandos que, mercê da sua consciência profissional, estivessem disponíveis para faltar às aulas e prejudicar os seus alunos para poderem fazer a formação em horário escolar.

Nos países verdadeiramente avançados (como a França em que frequentei uma formação em horário de trabalho com os formadores e os inspectores franceses a coordenarem a formação!) a formação não é feita nem ao fim de semana nem ao fim do dia, depois de uma jornada esgotante... Como querem maior qualidade se obrigam as pessoas a fazerem formação depois de um dia de desgaste?

 

J.Ferreira

 

Curioso é que, ao navegar pelas páginas da internet se pode verificar que muita gente se apercebe de que afinal, algo vai mesmo muito mal neste Paraíso à beira-mar plantado, chamado Portugal...!

Um dos últimos blogs que tive a oportunidade de consultar, cruza diversas áreas para nos dar a conhecer a forma como este país vai sendo governado...

 

Para ajudar a entender o que vai mal neste país, aqui deixo umas frases que merecem dstaque... Porém, para os mais interessados em toda a polémica, aqui fica uma porta para o citado blog.

 

Se estivéssemos no ano da graça de 1996, bem que poderíamos sugerir à Universidade Independente a designação oficial para um curso de engenharia que, certamente, não teria dificuldades em encontrar alunos: "Engenharia de Construção de Bodes Expiatórios".

 

 Vejamos então o que se diz neste blog (sublinhados nossos!):

 

"Nunca reconhecer os erros cometidos é uma das características do Primeiro Ministro José Sócrates, licenciado em engenharia civil, que se tem revelado um especialista em construção de bodes expiatórios.
Os juízes são os responsáveis pela morosidade processual, os professores pelo insucesso escolar, os polícias pela insegurança, os autarcas pelo deficit .
O Governo em nada erra e nenhuma responsabilidade tem pelo que de mal acontece neste País .
Encerram-se maternidades, centros de saúde, escolas, delegações regionais de agricultura .

A seguir vêm os tribunais . Só falta mesmo encerrar o Governo ."

 

Bem, já agora, apetece acrescentar... Encerremos as fronteiras e coloca-se Portugal à venda, na expectativca de que os nuestros hermanos ainda estejam interessados neste pequeno rectângulo como estavam há pouco mais de 800 anos... (o que duvidamos!)

 

Sem comentários...? Ou talvez não.

 

 

J.Ferreira

 

No próximo dia 30 de Maio, Portugal sai à rua para protestar contra a política do Governo de José Sócrates que tem conduzido o país para o abismo...

 

Considerando que existem motivos sérios que nos levam a crer que só com uma atitude de força e união da classe trabalhadora o governo pode acordar do sono em que se encontra submerso. De facto, mais parece que o Governo vive no mundo do sonho, em que Portugal é uma almofada cor-de-rosa... quando as pessoas vêm tudo cinzento ou até mesmo negro (nem uma luzinha ao fundo do túnel aparece). Com esta política, mais de José Sócrates que Socialista, a situação está a agravar-se tal como confirma a recente publicação de dados oficiais que colocam Portugal com as mais elevadas taxas de desemprego das últimas décadas.

É necessário, pois, uma forte acção para fazer acordar este governo que parece sofrer de um encantamento maior que o da "Bela Adormecida" depois de ter sido picada pelo fuso...

Assim, compete a todos nós acordar o governo e lembrar-lhe todas as suas promessas eleitorais... e compará-las com a política oposta que tem vindo a seguir.

 

Por isso, aqui fazemos um apelo para que todos os trabalhadores adiram a esta luta e fazemos votos para que esta Greve Geral seja um Sucesso, para o bem de todos os Trabalhadores. Estamos contudo conscientes de que o clima de medo ou quase terror instalado em muitos organismos da função pública pode ser um forte entrave ao sucesso da Greve.

 

Porém, creio que nada há já a temer pois o Governo acaba de ver primeiro cartão amarelo, da parte da CNPD (Comissão Nacional de Protecção de Dados), por ter decidido obrigar os organismos da sua dependência a divulgar a lista dos grevistas,  classificando a decisão do governo como "procedimento discriminatório". Esta é uma atitude que certamente seria classificada como fascizante pelo partido que agora suporta o governo se nessa altura estivesse na oposição. No entanto, temos sérias dúvidas que houvesse algum partido de direita que tivesse a ousadia de levar esta ideia por diante... É que levaria imediatamente com a esquerda toda em cima... Agora... Diz-se que não há memória de um governo, nem mesmo de direita, que tenha dado "tanto na cabeça" aos trabalhadores e piorado as suas condições de vida" como o actual... Mas como "é um governo de esquerda" que está no poder, que com as suas políticas vem permitindo que os ricos (apenas alguns portugueses!) fiquem cada vez mais ricos num momento em que o país atravessa uma crise grave... a direita agradece e fica caladinha e sossegada, e espera pelo dia em que volte a governar o país... Só quando voltar à oposição, a esquerda voltará, de facto, a ser esquerda ...

Nessa altura, lá estará a direita para avivar a memória destes e doutros Socialistas sobre as medidas com pendor tendencialmente "fascizante" que empreenderam contra os trabalhadores, quando estavam à frente dos destinos do país...

Tristemente, a acção destes governantes quase nos leva a concluir que a chegada ao poder do Partido Socialista veio demonstrar, com propriedade, que há determinadas forças (de esquerda) que devem existir em todas as democracias, mas que têm tão-somente vocação para serem Oposição. Esta Esquerda que governa Portugal (Partido Socialista!) tem desiludido e desencantado uma grande maioria dos cidadãos democratas que na esquerda acreditavam... O facto da Greve Geral ter uma maioria de apoiantes afectos ao Partido Socialista demonstra isso mesmo... O desencanto que vai neste país...

Por isso, afirmamos que só com esta esquerda na Oposição, os trabalhadores têm ao seu dispor um partido que os defenda!

Assim, seremos forçados a concluir  que este Partido Socialista é uma força partidária que se diz de esquerda mas que está vocacionada, não para governar porque "desgoverna" e cria o caos, mas antes, para servir de "fiel e balança" quando os governos de direita governam o país...

 

Esperamos que o povo PORTUGUÊS não tenha memória curta, e que nas próximas eleições legislativas (e por que não já nas autárquicas em Lisboa onde existem tantos candidatos, inclusive, independentes...) lhes aponte o verdadeiro lugar que devem ocupar no Parlamento Português: a OPOSIÇÃO.

Esperem para ver... e recordar-se-ão destas palavras!

Por tudo isto, consideramos que nunca foi tão importante que os portugueses se manifestassem como agora...

Apelamos, pois, a que, no dia 30 de Maio, os trabalhadores não se deixem intimidar e que saiam à rua para mostrar, se não um cartão vermelho, pelo menos o segundo cartão amarelo contra as políticas deste governo o quanto valorizam a democracia...

 

Se formos capazes de mostrar o cartão adequado por certo o governo terá de mudar de rumo, nas suas políticas. Chega de espremer apenas alguns dos portugueses (e sempre os mesmos!)... Não podem ser sempre os mesmos a pagar a crise... Não é legítimo que se deixe de fora da contribuição para a resolução da crise que Portugal atravessa, entidades empresariais que apresentaram os seus maiores lucros de sempre, numa fase em que o governo manda as famílias dos trabalhadores portugueses "apertar o cinto" com base numa à recessão económica que parece passar à margem das ditas empresas...

 

 

Estamos convictos de que, desta vez, os portugueses serão capazes de demonstrar ao governo o seu descontentamento e a sua determinação em deixar de ser um povo pacífico e de brandos costumes...

Com votos de que, em Portugal, não seja necessário voltar ao 24 de Abril, nem a algo que se assemelhe ao Outubro de 2006, em Paris, quando a França ficou "a ferro e fogo"!...

 

É que a velha máxima "paciência tem limites" pode não ser exclusiva da cultura francesa!...

 

Muitos são os interessados em levar a cabo esta forte mobilização. Um outro "O Arrastão" podemos ver um texto que reflecte sobre Sete Razões Para Protestar e Fazer Greve. Vale a pena ler e reflectir...

 

Por considerar que são de interesse as reflexões nele contidas, independentemente de não significar isto uma total concordância com o seu conteúdo, aqui fica a citação do mesmo e, simultaneamente, uma porta para quem quiser aceder...!

 

 ...

 

J.Ferreira

Nota Introdutória: Qualquer semelhança com o título deste artigo e um pedido na esplanada do café... é mera coincidência.

O Senhor Engenheiro José Sócrates (assim se auto-intitulava o senhor Primeiro-Ministro de Portugal já em 1997) é um dos homens que, nos últimos 30 ou 40 anos, mais tem falado na necessidade de excelência e de rigorIronia do destino, encontra-se envolvido num processo de dúvida sobre o seu próprio currículo!... Bem... O cidadão José Sócrates lá terá os seus motivos para centrar tanto o seu discurso nesta necessidade de rigor...

Todos estaremos de acordo que não é relevante para o desempenho das funções de Primeiro-Ministro ter um cidadão que seja engenheiro... Aliás, e quanto a nós, cremos que existem outras licenciaturas bem mais relevantes para o cargo. Porém, e o que é de veras relevante, é que seria de todo conveniente que o Primeiro-Ministro de Portugal não tivesse o seu currículo envolvido numa polémica tal que, a ser verdade, isso sim, deveria preocupar-nos a todos enquanto portugueses. É que se a um Primeiro-Ministro se não pode exigir que seja engenheiro nem isso é relevante para o desempenho do cargo, os cidadãos têm direito de exigir que seja sério e não esteja envolvido em processos menos transparentes...

Para além disso, internacionalmente, este caso não abona nada a favor do seu discurso cuja tónica se centra na "exigência de rigor" a todos os cidadãos que servem o Estado... Este caso necessita de ser muito bem esclarecido e existem, de facto, aspectos que nos deixam a pensar...

Mais, se os portugueses não esperavam que, aquele que haviam eleito para comandar os destinos do país, tivesse o seu currículo envolvido em processos menos transparentes. A cultura democrática portuguesa sempre exigiu transparência, seriedade e um percurso sem manchas  por parte daqueles que são eleitos. Só porque é Primeiro-Ministro, não pode José Sócrates furtar-se ao esclarecimento cabal da situação... Porém, e como diz o povo "quem não deve, não teme", consideramos que deveria ser do interesse de José Sócrates não só em esclarecer a situação como corrigi-la de uma vez por todas, e, tal como foi capaz de fazer as cadeiras, José Sócrates deveria oferecer-se para se submeter de novo a exames às mesmas disciplinas, numa outra universidade, que fosse, de facto, independente...

Não é verdade que alunos de uma escola secundária que obtiveram 20 no exame de Matemática originaram uma inspecção por haver suspeitas de "copianço" de uns alunos pelos outros quando, afinal, após uma inspecção, se veio a verificar que isso seria de todo impossível, creio, por nem terem feito o exame na mesma escola?

Pois bem... Quem é bom aluno (aliás, excelente!) não tem por certo medo de se submeter de novo às mesmas provas... E José Sócrates foi um excelente aluno, a julgar pelas classificações obtidas pelo que dificilmente pode ter perdido as suas competências... Ou será que a competência se perde em tão poucos anos? Não é o governo de Sócrates o que se preparou para avaliar tudo e todos a toda a hora? Então? Que teme? Terá medo de se submeter a um este modelo "justo" de avaliação das suas competências? Senhor Primeiro-Ministro! Há que demonstrar coragem e apresentar-se de novo a exames... Desta forma, seguramente, ninguém mais duvidaria da sua licenciatura em engenharia, nem tão pouco das classificações que foram obtidas nas disciplinas ministradas pelos, pretensamente, amigos ou companheiros de luta...

 

É fundamental pois temos o direito de exigir seriedade a todos e quaisquer governantes, devendo o primeiro-ministro dar o primeiro exemplo. Por muito menos que isto outros governantes tiveram a dignidade de demitir-se… É que, se ser engenheiro não é importante para ser primeiro-ministro, para a tomada de decisões que implicam determinados investimentos públicos, ser ou não engenheiro pode condicionar a opinião pública quando as suas opções ou decisões são postas em causa por especialistas da área da engenharia.

É que, ter um primeiro-ministro que continua a ser "Senhor Engenheiro", pode nada parecer contar mas, para o Zé povo dizer-lhes que  “Estudos dizem que fazer o aeroporto na OTA é um erro ?" de nada serve pois qualquer "labrego" contra-argumentará facilmente: "Não sabem o que dizem... Deixem o Primeiro Ministro sabe muito bem o que está a fazer... o Homem também é engenheiro!”

 

Aliás, compreende-se que ele nada perceba de nada porque nós, portugueses, temos os cofres cheios para pagar a outros tantos especialistas que lhe digam quais as decisões a tomar… E, tal como na Educação temos tido Ministros que nem se apercebem do mal que vão fazendo (porque sabe que terá depois bodes expiatórios a quem deitar as culpas do fracasso: os professores), ter um primeiro-ministro que apresenta semelhante "bagunça" no seu próprio currículo, já não nos espanta. Lá virá outro governo e o povo português é que pagará as favas (e quantas vezes a dobrar, com indemnizações a uma quantas empresas que por causa de problemas de concursos públicos vão ganhando, em tribunal, processos contra o Estado Português…). O Zé é que paga. Só que aqui não é o Zé Sócrates. São Zé's como eu e tantos outros... Nas matérias em que todos consideravam que seria competente, vemos agora posta em causa a sua competência…

 

O que parece incrível não é o facto de se vir a descobrir ou não se José Sócrates tem ou não uma licenciatura… O que nos parece incrível é que, enquanto Primeiro-Ministro de Portugal, não se contente com os mais altos padrões de qualidade e que exija excelência e rigor a todos (no ensino, na função pública…) argumentando que só assim Portugal poderá vencer os desafios lançados pela globalização… apresentando-se, deste modo como um defensor do rigor por excelência, quando o seu "currículo” é o exemplo paradigmático de uma enorme trapalhada, de uma grande falta de rigor"…

Até pode ser que um dia se venha a provar que no curriculum de José Sócrates não houve qualquer espécie de favorecimento… No entanto, tal parece ser uma tarefa faraónica… Aliás, é muito estranho que não tenha aparecido em tempo útil, um único aluno que ateste ter estado sentado a seu lado nas aulas, que testemunhe a excelência das suas intervenções (nas aulas... em palestras... nos corredores...) que justifiquem as altas notas que alcançou na Independente.. Afinal, se atentarmos na média final do curso e no peso das disciplinas que concluiu na Independente, as notas que José Sócrates trazia do ISEL não poderiam ter sido nada excelentes. Bem pelo contrário! Como foi possível que tenha ficado com uma média final de pouco mais de 14 valores? Simples… Nas disciplinas que já tinha concluído antes de entrar na U.I., só pode ter conseguido notas que fossem pouco mais que suficientes para obter aprovação, em contradição com o “brilhantismo” que tantos lhe tentam atribuir

Como lhe definiu a Universidade Independente as equivalências se não tinha apresentado qualquer prova documental que certificasse o currículo das cadeiras efectuadas e a aprovação nas mesmas?

Em que se fundamentaram os serviços da Universidade Independente para a definição das equivalências? Na “boa-fé de um aluno” ou “na palavra de um Secretário de Estado”?

Como pode um docente da U.I. dizer que "o obrigaram a fazer mais cadeiras que o necessário" se José Sócrates não tinha apresentado qualquer provas de ter feito esta ou aquela disciplina?

Se José Sócrates era assim um aluno com um currículo e competência tão brilhante que não precisava de se submeter a cinco cadeiras (nas palavras de um professor e, salvo erro, seu companheiro de governo) outras questões se levantam:

Porque o submeteram a esse sacrifício? Aliás, se não necessitava de as fazer para ter a licenciatura em engenharia por que motivo não continuou no ISEL ou este instituto não lhe atribuiu a licenciatura? Terá pedido transferência pelo prestígio que a Independente adicionaria ao seu diploma? Como pode pensar tal coisa se o rigor (de que tanto hoje fala José Sócrates) da universidade era nulo? Não se terá dado conta disto o então Secretário de Estado José Sócrates? Como pode ter buscado reconhecimento numa instituição que ele deveria ter visto que de rigor não tinha nada?

Como se pode ter permitido silenciar, junto dos seus pares do governo, responsáveis pela pasta da educação no Governo (que tutelam o Ensino Superior) em que desempenhava funções de Secretário de Estado esta falta de rigor da U.I.?

Por conveniência? Que competência…?!...

Então, José Sócrates conhece as irregularidades da U.I. e nada faz? Não toma nenhuma providência junto dos seus pares do Governo para que a Universidade Independente cumpra a legislação em vigor relativamente ao processo de transferência? Ou não fez porque isso lhe trazia vantagens?

Enfim... Perante tantas questões, há que reconhecer a José Sócrates o mérito  de distanciar-se das questões que fazem duvidar do seu próprio currículo com uma enorme simplicidade. Simples... Eficaz... E cala-se toda a comunicação social!

E, ao fim e ao cabo, todos deveríamos agradecer esta prática “simplista” que permite um tão elevado sucesso… Com efeito, a lógica do processo de construção do “Currículo” do próprio José Sócrates deve ser-lhe reconhecida, socialmente, pois, estou convencido de que, sem esta simplicidade, ainda hoje Portugal não teria à sua disposição o programa SIMPLEX que tanta falta faz ao comum dos cidadãos… (Veja-se, ainda e a título de exemplo, o programa Novas Oportunidades...)

Num abrir e fechar de olhos abrem-se lojas do cidadão e fecham-se escolas, as urgências e maternidades. Tudo tão SIMPLES... 

Podem os portugueses acusar Sócrates de muita coisaMas não podem acusar José Sócrates de não ter dado provas práticas de ter descoberto o caminho mais curto para o Sucesso. O motor para este sucesso assenta, pois, na descoberta de que a distância é bem mais curta entre S. Bento e a Universidade Independente que entre S. Bento e o ISEL...

Claro! Obviamente. E quem não perceber este facto tão SIMPLEX não se pode arrogar de ter competência para criticar o Homem!..

 

J.Ferreira

O que se tem passado na DREN começa a preocupar muita boa gente neste país...

Foi pois ao ler um texto sobre o mais recente caso que se passou na DREN que não resisti a citar um blog de um compaheiro que, apesar de com ele ter as minhas discordâncias, prezo muito a sua frontalidade e respeito a sua opinião.

 

Assim, não posso de modo algum concordar com este companheiro quando diz, "sendo o professor Charrua um elemento tão importante dos Quadros do PSD e dado que as DREs são no fundo organizações do ME com um forte cariz político no que respeita aos seus dirigentes, muito me admira que o Partido Socialista o tenha mantido na DREN durante tanto tempo..."

De facto, creio que o ideal seria que a Educação fosse entregue a uma equipa "multicolor" (tipo arco-íris, e não me digam que não é belo!), onde a cor política não fosse impeditiva de um bom desempenho... E disto são conhecidos demasiados exemplos por esse país abaixo... Mas, triste e infelizmente, assim não é e não será enquanto a Educação estiver entregue aos partidos políticos que nos fazem navegar "à deriva", em direcção a diferentes pontos cardeais conforme quem ganha as eleiçoes. E não será possível encontrar rumo enquanto os lugares de chefia dependerem de nomeação política...

Para quando uma nova forma de organizar o sistema educativo de um país em que os responsáveis pela política de ensino e sistema de aprendizagem sejam repsonsabilizados pelas decisões que tomam?

 

No entanto concordo com a indignação este companheiro quando refere que "(...) há cerca de um ano apenas, um outro dirigente da DREN (sem filiação partidária e sem nunca ter exercido funções político-partidárias em sítio algum) foi vítima também duma charruada deste género... Trata-se do professor Jorge Nunes Barbosa, que coordenava então e desde há mais duma vintena de anos, os Serviços da Educação Especial e Apoios Educativos da DREN. Aconteceu então, que o professor Jorge Barbosa, discordou da política educativa que o ME estava a implementar no que se refere à Educação Especial, tendo tido inclusivamente a coragem de o dizer e publicar num Jornal diário. Fê-lo, não pelo emprego dum tipo baixo de linguagem-de-tasca como foi a que, pelos vistos, o professor Charrua utilizou, mas antes pela utilização duma argumentação cuidada, altamente técnica e objectiva. Mas este acto (apesar de heróico!) levou a que fosse afastado simplesmente das suas funções na DREN, encontrando-se agora a leccionar na sua Escola. O mais escandaloso, porém é que pouca gente (nem mesmo os Media) quiseram na altura saber deste facto, apesar de tão abominável e escandaloso. Daí que, no meio de todas estas charruadas da DREN, a mim pessoalmente o que mais me espanta, seja a diferença de tratamento que os mesmos factos e mesmos actos têm para os políticos e para os Media, conforme se trate de simples e honestos cidadãos, ou então de “algum cão grande” (como diz o povo!)"

 

Perante tudo isto, e estando fora do país há uns tempos, uma pergunta é inevitável:

Que estará a passar-se com a Democracia em Portugal?

 

Veja-se a análise que é feita por Castanheira Barros, de Coimbra no seu blog:

"Os casos de António Ramos e do Professor Fernando Charrua têm em comum o facto de o visado ser o Primeiro Ministro .
Ora o Primeiro Ministro não é superior hierárquico de qualquer dos 2 funcionários que por isso não estão obrigados ao dever de correcção consagrado pelo Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos .
Esse dever existe para com superiores hierárquicos, companheiros de trabalho e utentes dos Serviços .
Assim e independentemente dos factos apurados ou a apurar e abstraindo até dos 2 casos concretos, será sempre ilegal qualquer sanção disciplinar aplicada a um funcionário público com fundamento na violação do dever de correcção perante o Primeiro Ministro se o funcionário visado não for seu subordinado hierárquico .
Contrariamente ao que a maioria das pessoas pensam o Governo não está hierarquizado, isto é, o Primeiro Ministro não é superior hierárquico dos Ministros , nem estes dos Secretários de Estado .
Os superiores hierárquicos dos funcionários em questão são :
No caso do agente António Ramos : O Director Nacional da PSP e o Ministro da Administração Interna .
No caso do Professor Fernando Charrua, a Directora Regional de Educação do Norte e a Ministra da Educação ."

 

 

Esta autêntica novela remete-nos para uma interessante reflexão.  Para tal, atrevo-me a citar parte de um artigo "DRENe-se!"De uma maneira ou de outra, andam aí, empenhados no seu dever, apenas um tanto desorganizados. Os bufos não têm Ordem, nem sindicato. Ainda. (...)

 escrito por  Miguel Carvalho, da revista Visão, que vai de encontro ao pensamento que consideramos estar, de facto, também em causa ...  

 

"Em democracia ou na falta dela, os bufos estão sempre à espreita de um passo em falso do colega do lado. Uns são de antigamente, outros aprenderam andando. Ah! E imitam-se uns aos outros." (...)

 

Não é estranho, claro, que no caso do professor Charrua apanhado a contar uma suposta anedota insultuosa sobre o Primeiro-Ministro se tenha falado de tudo menos do bufo ou dos bufos de plantão. Já se defendeu a demissão da directora regional e saiu-se em defesa do antigo deputado do PSD. Mas os bufos, impávidos e serenos, passam pelos pingos de chuva sem se molhar."

 

 

É caso para dizer...  Como vai este País...  

 

Consultar  Blogs citados atrás  ...

 

"DREN - As Charruadas"

"O Caso Fernando Charrua"

 

 

" DRENE-se "

 

 

 

J.Ferreira

Crónica da Morte Anunciada dos Agrpamentos Horizontais

 

Tal como em Democracia, também em Educação, o Povo Timorense dá aos portugueses, mais que o exemplo, uma grande lição.

 

Apesar de ser considerado por muitos como um país do terceiro mundo por terem um nível cultural muito baixo, a verdade é que o Povo Timorense nos dá uma grande lição de democracia. Eles sabem muito bem o que é poder dar a voz ao povo. Sempre demonstraram ter uma consciência segura do que significa a palavra “Autonomia”. Sobretudo, para os dirigentes políticos. Por isso, rejeitaram a Autonomia oferecida pela Indonésia. Eles sabiam muito bem o que queriam. E rejeitaram-na tão veementemente que arriscaram pagar o seu custo com o preço de muitas vidas humanas. E atingiram, de facto, um nível de Autonomia muito diferente daquela que lhes poderia ter dado qualquer negociação política com a Indonésia… Aliás, Autonomia que a Indonésia lhes tentou impor. E assim conseguiram a única forma de responsabilidade democrática, aquela que verdadeiramente lhes dá a possibilidade de decidir sobre o seu destino: a Total Autonomia, isto é, a Independência!

 

Ora, em termos de Educação, não seria preciso ir tão longe... Mas estamos fortemente convictos de que, a Autonomia que os políticos governantes quiseram impor às escolas não passa de uma pseudo-autonomia. Depois de terem incentivado e mobilizado os professores e as comunidades para a criação de Agrupamentos de Escolas, que emergiram contextualizados no meio em que se encontram inseridos e onde constituíram projectos educativos viáveis e exequíveis (e que muitos deram frutos altamente positivos), ordenam agora a extinção de Agrupamentos de Escolas (no mesmo quadro legal da Autonomia!) com a mesma facilidade com que se muda de camisa.

 

Pela nossa parte, nada de surpreendente. Aliás, tudo em Portugal que funciona bem... está condenado à extinção... Como justificar tantas nomeações para cargos altamente remunerados se não houvesse problemas no nosso país?... Já em 1998 adivinhávamos que esta situação viria a suceder-se!… Lá diz o povo que é muito sábio: "dão-nos um presunto mas querem de volta um porco"... E nunca acreditámos nas possíveis boas intenções do Governo porque também lá diz o provérbio: "de boas intenções está o Inferno cheio"...

 

De facto, já prevíamos que este processo de autonomia não passaria de um engodo... O objectivo dos políticos, em Portugal, não tem sido nunca fundamentados em termos de pedagogia e de melhoria das possibilidades de sucesso dos alunos... Antes, têm baseado a sua acção no sentido de ver quanto mais poderão cortar ao bolo da Educação... Usam um discurso que se não coaduna com as medidas que tomam na prática... raramente (ou nunca) ouvem os profissionais que estão no terreno. chegam ao pelouro da Educação normalmente técnicos de terrenos nada percebem... Aliás, temos dúvidas que sejam mesmo capazes de ser profissionais com uma avaliação positiva caso fossem obrigados a demonstrar competências de leccionação nos mais diversos níveis de ensino... E não se compreende por que não lhes exigem isso se deles saem normativos que se aplicam a todos os níveis de ensino....

 

 

Afinal, como podemos ser bem governados assim? Por isso, estamos convictos que ser político responsável pela pasta da Educação não exige nunca ser competente do ponto de vista pedagógico mas antes do ponto de vista financeiro... Por isso estamos onde estamos e caminhamos para onde caminhamos...

 

Sempre consideramos que a passagem da Gestão das Escolas do 1,º Ciclo e dos estabelecimentos da Educação Pré-escolar das anteriores Delegações Escolares para os Agrupamentos de Escolas não passaria de um trampolim para (através do apoio que o Governo esperava obter da parte dos professores) legitimar a decisão política de extinguir a organização administrativa então vigente: Direcções e Delegações Escolares. Isto porque, os dirigentes não eram nomeados nem eleitos e, como tal, desempenhavam as suas competências no quadro administrativo para além da vigência dos governos. É claro que isto era incómodo para muitos. Por isso, o alibi foi que se perpetuavam - se fossem nomeados politicamente, já o discurso seria outro. Diriam que os nomeados pelo governo se "profissionalizavam"!

 

Foi assim que o Governo conseguiu o apoio de muitos professores. Uns, seguindo a lógica dos políticos, mais interessados nos cargos que na melhoria do processo educativo das crianças, concorreram aos lugares como lobos famintos... Outros, ansiosos por poderem fazer uns "pequenos ajustes de contas com o passado" embarcaram na autonomia famintos do poder que tanto criticavam nos Delegados. Outros ainda, apregoavam aos quatro ventos os prometidos benefícios que a nova gestão traria para as escolas e o processo educativo das gerações vindouras. Sonhadores, acreditaram que tinha chegado ao poder uma classe política com uma nova forma de estar, que a nova geração de políticos pós 25 de Abril teria uma nova filosofia de Governo, mais séria, transparente, democrática, participativa e equitativa. E acreditaram tão profundamente que levaram a bandeira da Autonomia por esse Portugal fora, de conferência em conferência, de palestra em palestra... E alguns mesmo chegaram a meter faltas por conta do período de férias para participarem nesses eventos (agora, toma, pagam as favas no concurso de professores titulares! Que bem, senhora Ministra! Que bem!). Mas alguém poderia acreditar que, para além dos professores, houvesse algum dia alguém mais interessado no sucesso dos alunos? Acreditaram que os políticos colocariam a Educação das novas gerações à frente de interesses político-económicos e partidários. Só por ingenuidade. Por isso, infelizmente, os propagandearam a "Autonomia" como a panaceia para os problemas das escolas, enganaram-se. Todos! É que nem mesmo para o cargo de Ministro da Educação escolhem a pessoa com melhor currículo ou experiência pedagógica, mas antes aquela que pode mais facilmente servir de marioneta.

Foi, pois, com a ajuda de uns e de outros, conseguiu o Governo destruir todo o sistema anteriormente vigente, com a colaboração de alguns professores que, em conferências sobre o "Novo Modelo de Autonomia e Gestão Escolar" a que pudemos assistir, quase cederam à tentação de fazer como que um "Julgamento Público Sumário" das Delegações e das Direcções Escolares, tão fortes e acutilantes quanto injustas e despropositadas eram as suas críticas.

Constatamos pois que o que prevíamos veio a verificar-se: esta fase intermédia de Agrupamentos não serviu senão de estratégia intermédia para legitimar a destruição das estruturas fundadas nas Direcções e Delegações Escolares em que o poder político não podia interferir (com o argumento de que estavam desfasadas da realidade porque se encontravam distantes das escolas e dos seus problemas!) e passar toda a organização do sistema de ensino para as escolas do 3.º ciclo e secundário, numa lógica de subalternização como se os dois sistemas de agrupamentos (Verticais e Horizontais) não pudessem coexistir.

Assim, verificamos que após terem destruído as Delegações com o argumento de que eram muito vastas e não respondiam aos contextos educativos capazes de dinamizar projectos que envolvessem e empenhassem os parceiros da comunidade educativa, assistimos agora a reconfiguração (agravada) de mega-estruturas, com o problema de abarcarem um maior leque de interesses divergentes (alunos de 3 anos a alunos de 18 anos). Pouco importa, dirão os governantes, o objectivo de destruir as anteriores estruturas foi alcançado com êxito. Por isso, este é um Governo de Sucesso!

Foi dada assim a ordem governamental que conduz à reedição das mega-estruturas organizativas (mega-Delegações) onde o poder político pode, de cima para baixo (isto é, do poder central para as escolas) controlar tudo e todos.

 

Só assim se compreende o imperativo da política governamental que obriga a Agrupar Verticalmente as escolas todas do país. Não se compreende como se não extinguem todos os clubes de futebol do mesmo bairro ou cidade e se cria um Mega-Clube…!? Claro... Porque as estruturas em que os jogadores desempenham o seu papel se distinguem num aspecto essencial daquelas em que os professores desempenham as suas funções: Os jogadores não têm o Estado como patrão e os clubes têm autonomia para traçarem os seus destinos… As escolas têm autonomia apenas para fazerem o que o patrão (Estado) lhes manda

 

Por isso, as dinâmicas educativas pujantes, aquelas que eram emergentes nas comunidades educativas, têm o seu destino marcado. Pende sobre elas a guilhotina… Condenadas à morte instantânea sem apelo nem agravo, sem avaliarem as suas potencialidades, o seu Sucesso. Por isso, pais alunos e toda a comunidade educativa deveria acordar e reflectir nos ensinamentos dos timorenses. De facto, quando a Autonomia significa isto, cada vez mais se percebe os Timorenses que exigiram a Independência

 

Com efeito, se queremos escolas como motor de dinâmicas eficientes, promotoras de uma Educação de qualidade para os Jovens e de progresso para a Sociedade, teremos que lutar (como os timorenses….) não pela autonomia (contratos prometidos que nunca chegaram a ser celebrados…!) mas pela independência. Que significa isto? Que seja criada uma Entidade (Fundação da Educação) independente do poder político e do governo, e financiada com verbas inscritas no Orçamento de Estado (para o que contribuem todos os "pagadores de impostos") e administrada por um Conselho em que a capacidade de decisão seja dada aos cidadãos clientes... Afinal, é a lógica de participação e do pagador-utilizador que parece imperar actualmente na nossa sociedade. Então, há que deixar os cidadãos decidirem da forma como são gastas as verbas da Educação, para que não sejam as escolas a receber uns quantos "metros de livros" sem qualquer interesse do ponto de vista pedagógico mas que chegam à escola porque algum político decidiu mandar enviar estes ou aqueles livros para os estabelecimentos sem consultar as necessidades dos mesmos. Depois, culpam os professores... Claro. São o elo mais fraco! E alguém há-de levar com o fardo das culpas... Tanto se fala em avaliação e ninguém avalia o impacto negativo dos investimentos mal efectuados e das decisões governamentais sem nexo... Deixem que os mais directos interessados (pais e comunidade envolvente) participem na gestão das verbas orçamento de estado atribuídas a cada estabelecimento escolar em função do número de alunos e dos recurso já existentes. Deixem-se de ar sempre mais a quem já tem muito e nada a quem tem pouco...

Apliquem o princípio da discriminação positiva à filosofia económica da gestão escolar e deixem as comuniddes mais próximas decidir sobre o futuro dos seus educandos. os políticos que deixem de traçar as linhas de rumo que acabam por mudar cada vez que há eleições... conforme a tendência política do partido que chega ao governo…

Imaginem só o que sucederia se qualquer das maiores empresas do país estivesse dependente das linhas de rumo que fossem traçadas, a cada momento, pelos políticos que governam o país … Já imaginam, não é assim…? Andariam à deriva… Certamente… Ou até veríamos a maioria afundar-se em pouco tempo. Pois bem… Senhores políticos, chefes dos mais variados partidosDeixem-se de brincar com os professores e de jogar com a Educação dos filhos dos portugueses… Cheguem a uma plataforma de entendimento e apontem um rumo. Ou então, deixem, definitivamente, que alguém, responsável (e não apenas politicamente!) comande a Educação…

 

De facto, se queremos uma sociedade de sucesso, as escolas não podem continuar debaixo da alçada dos políticos. Têm que estar organizadas em torno de uma outra estrutura que não o Ministério da Educação.

 

Crie-se uma Fundação… mas não afundem a Educação!...

 

Enquanto as escolas não tiverem uma dinâmica independente das correntes políticas que nos governam, nunca mais deixaremos de navegar ao sabor do vento (e das "ideias" das pessoas que ocupam, em cada mandato, a cadeira do Ministério da Educação).

 

E nunca mais chegaremos a tempo aos desafios do futuro... Antes, continuaremos a caminhar em zigue-zague... pois os políticos parecem ainda não ter descoberto que, a distância mais curta entre dois pontos (aquele em que estamos e o aqueloutro a que queremos chegar) não é uma linha quebrada (zigue-zague) é uma linha recta.

Se querem eficiência, decidam-se de uma vez por todas… Por favor, párem de obrigar os professores a caminhar ora para um lado, ora para outro... Os profissionais de educação, que sempre fizeram e fazem o seu melhor, apenas se limitam a receber e cumprir ordens e orientações governativas e da administração... Parem de culpar os professores por não caminharem em linha recta quando os normativos emanados de cada um dos governos que chegam ao poder os obrigam a caminhar sistematicamente em zigue-zague... Assumam as culpas... Parem de culpabilizar sempre os outros...

Sabemos que ninguém quer a culpa... E os políticos que determinam as leis do país, muito menos!... Já era bem tempo de os políticos assumirem a culpa como sua e, pelo menos uma vez na vida, fazerem dela a sua noiva... Os portugueses estão à espera do primeiro político que assuma a responsabilidade pelos erros cometidos... e faça a culpa feliz, casando com ela, ainda que seja "para Inglês ver" e se divorcie dela a curto prazo...

Porém, todos sabemos muito bem que, se decidimos esperar que um político assuma as responsabilidades pelos seus actos, é melhor esperar sentados... Não existe uma praxis na nossa classe política que vá nesse sentido. Antes existe a prática do "jogo de empurra", endossando sempre a responsabilidade para os outros (ou, se não for possível, para o éter!). Lembremos alguns exemplos que têm aparecido na comunicação social sobre a atribuição das responsabilidades das desgraças ou dos insucessos. Assim, aumentam os acidentes rodoviários: a culpa é da escola. Aumenta a incidência do alcoolismo: a culpa é, em última instância, da escola. Ultimamente tem aumentado o número de incêndios, e, apesar das verbas avultadíssimas que foram gastas (sabe-se lá para beneficiar quem...?), continua a aumentar de ano para a no a área ardida... Pois bem, os professores já estão preparados para ver aparecer, mais dia menos dia, algum incompetente iluminado (normalmente político pois parecem ter uma enorme facilidade em aceder a programas de televisão...) a atribuir a culpa dos incêndios também à escola.

E a Escola, esse monstro social criado para servir de bode expiatório de todos os males, está a ficar cada vez mais atulhado com pressupostos de atribuição de culpas que um dia vai explodir... De facto, os professores que outrora, como os restantes cidadãos, mereciam o respeito de todos, são hoje tratados com desdém, desrespeito, sem humanismo algum, pelo que muitos estão já "à beira de um ataque de nervos". Não admira que nos próximos anos as consultas de psiquiatria aumentem ainda mais nesta classe massacrada sem qualquer fundamento...

Pois o que temos a dizer simplesmente é que a Culpa, é sem dúvida, da Escola: Sim. É da Escola. Como foi possível que, pessoas com uma tão grande incompetência tenham passado e aprovado nas fileiras das escolas? Como pode a Escola ter atribuído diplomas a gente tão incompetente...?

E, como nem mais nem melhor sabem fazer, muitos políticos que ocupam a cadeira de Ministério da Educação fazem questão de deixar, tal como muitos animais, a sua marca!

Assim, tentando fazer crer que querem o melhor para a educação, divertem-se a brincar com o futuro dos nossos filhos. Chega um Ministro e ordena aos professores que remem para Sul; outro vem e já quer que remem para Sudoeste. O seguinte aponta o caminho do Nordeste, o último viajou até à Finlândia e agora só sabe mandar remar para Norte...

Para quando chegar ao Destino? Se os nossos navegadores assim comandassem as suas naus, no tempo das descobertas, ainda hoje estaríamos a tentar descobrir o caminho marítimo para a Índia...! Decidam-se, senhores políticos: Onde devem chegar os portugueses? Qual é afinal o objectivo? A Inglaterra ou o Brasil? Navegar ao sabor das brisas e das tempestades, nunca nos fará chegar a “bom porto”.

 

Que triste figura fazem os timoneiros (ministros e secretários de estado) que passam pela pasta da Educação... Considerando-se como os únicos sábios e iluminados da Educação, recusam o contributo de quem quer que seja – organizações profissionais: Associações, Sindicatos, etc – e acreditam poder decidir, sozinhos, o destino colectivo. E, no fim, deixam o Ministério e partem sem nunca serem chamados à responsabilidade pelo prejuízo causado, pelas suas políticas, às gerações que comandaram...

Quem sofre, directamente e por mais tempo, as consequências desta incapacidade dos timoneiros decidirem qual a melhor rota, são sempre os que têm que remar, remar, remar, para todos os lados: os Profissionais de Educação. Estamos em Portugal. Os nossos políticos querem que cheguemos à Finlândia… mas ordenam que rememos para Sul. Claro…. Cada vez nos afastamos mais do objectivo… Mas, para os políticos, isso não é problema: têm sempre os professores para culpabilizar se, em vez de chegar à Finlândia, chegarmos a Angola ou ao Brasil… A não ser que descubram algo de muito interessante neste local, aí "a coisa" muda de figura. , os políticos ignoram os que remaram e, apesar de não terem chegado onde pretendiam, apressam-se a chamar a si os méritos da chegada a "bom-porto"... Oportunistas? Não. Quem disse isso? Que ideia!... Mérito!

E, como têm imensa facilidade em chegar aos órgãos de comunicação social (afinal os jornalistas andam atrás deles como um cão atrás de um osso!), muitos dos governantes, sem olhar a meios para atingir os fins, atulham a opinião pública com estas falsas verdades (eufemismo para "falsidades") sobre os professores (e educadores) que com profissionalismo, dedicação e muita competência, desempenharam as suas tarefas cumprindo as determinações impostas de cima para baixo sem serem tidos nem achados! Não são os professores que fazem as leis… Apenas as cumprem. Como levar a "bom porto" o barco da formação das novas gerações quando as escolas são geridas por professores obrigados a cumprir ordens do tipo “catavento”?

 

Sempre se ouviu os políticos a defenderem a importâncias dos projectos educativos das escolas envolverem uma participação activa da comunidade... Pois, bem... Por que motivos destroem os agrupamentos que conseguiram esta dinâmica?

 

Que o trabalho desenvolvido pelos professores fosse jogado pela água abaixo, isso já não nos estranhava pois, os professores já se habituaram a este tipo de reconhecimento por parte do Ministério. Mas que o Estado seja ingrato para com as elementos das comunidades locais que se esforçaram para erguer os Agrupamentos Horizontais ( e que do ponto de vista organizativo e pedagógico estão a funcionam muito bem, diga-se) dando-lhes uma prova de que não olham a meios para atingir fins. O mesmo é dizer que os governantes não têm pejo nenhum em avançar para a destruição dos agrupamentos depois de terem usado as forças vivas e dinamizadoras locais como se fossem fraldas (usam-se e jogam-se fora quando deixam de fazer falta!). Assim se conclui que, não há respeito governativo nem pelos professores nem pelas comunidades educativas que apenas foram utilizados para levar a bom-porto os intentos governativos, nada mais...

 

Consideramos, pois, que a atitude da administração educativa é, uma vez mais, uma prova da grande falta de respeito e consideração dos governantes quer pelos professores quer pelos cidadãos que de boa-fé (embora um pouco ingenuamente, diga-se) acreditaram que algum dia pudesse haver uma preocupação genuína e desinteressada da parte dos governantes pela criação de dinâmicas educativas capazes de conduzir ao Sucesso Escolar dos seus educandos. Enganaram-se. O interesse dos políticos sempre foi e será, reduzir os custos financeiros, independentemente das consequências para as populações, e dos resultados das suas medidas…

Para quem tem dúvidas que assim seja, fica esta última questão:

 

Que motivos (que não financeiros!) levam a administração a decretar a extinção de Agrupamentos de Escolas Horizontais (como se prevê acontecer com o Agrupamento de Escolas Horizontes do Este!) e a impor às comunidades educativas (ou escolares "destruídas") a sua reintegração em Agrupamentos de Escolas Verticais?

Com uma decisão política (normativo legal) obriga-se as escolas a manterem um aluno no mesmo grupo-turma (ainda que não acompanhe minimamente o grupo em que está) argumentando que é apenas uma medida pedagógica (mas não passa de económica e financeiramente demagógica!) que visa o sucesso escolar da criança... Subjacente a esta medida está uma filosofia pedagógica (ou económica e demagógica?) segundo a qual ao sair do grupo-turma a criança seria "traumatizada" embora continuasse no mesmo estabelecimento que os pares... e onde poderia brincar no recreio com todos os outros... No entanto, o facto de ver, diariamente, que os colegas avançam e ela permanece no nível mais baixo entre os pares, para o governo, não traz qualquer trauma...

No entanto, o mesmo governo, quando há interesses financeiros subjacentes, decreta a extinção do grupo de pertença (Agrupamento) no qual estava inserida e com quem trabalhou em Projecto... Então, já não se pensa no insucesso escolar, na desmotivação provocada pela destruição de grupos de pertença dos alunos com a desintegração de uma comunidade educativa que já leva 6 anos de dinâmica? Porquê?

 

Se os resultados desta destruição forem negativos, isso, claro!... Não há problema. precavida como deve ser, a Senhora Ministra da Educação já deve ter escrito o discurso de atribuição da responsabilidade pelo desastre desta medida. Nesse discurso a culpa aparecerá, seguramente, endossada a um tal "grupo de preguiçosos" que serão sempre responsabilizados pelo insucesso das políticas e decisões governativas.

 

Enfim. Porque continuamos nós uma luta desigual contra um grupo de tecnocratas que muda conforme as ondas eleitorais levam um ou outro partido ao governo? É aqui que reside a grande diferença entre a origem do país de Timor Lorosae e do "Agrupamento de Escolas Horizontes do Este" (Horizontal e Intermunicipal). Acrescente-se que, se no mais jovem "País do Sol Nascente", as pessoas tivessem desistido de lutar pelo alargamento dos seus horizontes, as vítimas seriam todos os Timorenses (crianças, jovens, adultos e seniores), no Agrupamento de Escolas Horizontes do Este, apesar de existirem jovens, adultos e seniores que serão atingidos pela destruição dos seus horizontes, as vítimas serão, essencialmente, as crianças (que não votam, e por isso os políticos põem e dispõem delas como se de mercadoria se tratasse!...). Serão as crianças que verão os seus horizontes atrofiarem-se, devido à falta de sentido de oportunidade, de coerência, de justeza e equidade, por parte daqueles que nos governam.

Afinal, tanto se ouve a Ministra da Educação a falar na necessidade de participação da comunidade (inclusive dos os pais na avaliação dos professores!) e do trabalho desenvolvido nas Escolas que esta medida se torna mesmo contraditória com os seus discursos (a maioria sem fundamento... claro!), e chega mesmo a tocar as fronteiras do absurdo.

Se a avaliação do trabalho desenvolvido pelos docentes deste agrupamento, aos mais diversos níveis, é digno de ser realçado, como se pode decretar a sua extinção?

Não reconhecer a qualidade do trabalho desenvolvido por todos os membros da comunidade educativa do Agrupamento de Escolas Horizontes do Este não é apenas uma falta de respeito para com os membros dessa comunidade. É uma falta de respeito para com todos os profissionais de educação e para com todas as comunidades. Hoje é o Horizontes do Este... E amanhã? Quem será o próximo?

Se a extinção do Agrupamento de Escolas Horizontes do Este se vier a verificar, fica mais que evidente que, para este governo, já não há limites, não há regras, não há princípios, não há uma ética pedagógica...

Mas, pelo menos, cremos que se pode retirar da História Mundial três ensinamentos:

1.º - "Uma Ditadura pode começar legitimada por uma Democracia..."

2.º - "Uma Ditadura, Totalitária ou Democrática, destrói qualquer Democracia."

3.º - "Qualquer Ditadura contém em si o gérmen da sua destruição! O problema é que, se ele não for suficientemente forte para a destruir, pode ser necessário uma Revolução!"