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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

J.Ferreira

Como querer melhorias nos resultados do Sistema de Ensino quando se obriga a trabalhar com alunos pessoas que estão na situação de Luta contra um Cancro?

 

É incrível... Esta realidade apenas nos pode confirmar uma simples constatação: Portugal está a transformar-se cada vez mais num país onde o mais importante não é "SER" mas "PARECER".
O que as novas gerações necessitam de saber é que, pese embora se viva aparentemente em Democracia e a organização política aparecer na Constituição da República como sendo uma Democracia, tal implica a igualdade de deveres, mas a desigualdade dos direitos.

Viver num Estado de Direito Democrático não passa para muitos de uma miragem, um sonho... ou um pesadelo! Como foi o caso de Manuela Estanqueiro...

 

Se é verdade que fazer chacota com estas coisas demasiado sérias nos parece um pouco forte para os familiares de quem é atingido por tanta injustiça, temos que ter em consideração de que, para sensibilizar a sociedade moderna assente nas tecnologias e nos media, é necessário usar uma forma apelativa, utilizando todos os meios, inclusivé a comédia, para desmascarar as injustiças que proliferam por este país, contra as quais nenhum Ministro se digna lutar... pelo menos até ser atingido na sua essência: o próprio ou um familiar muito querido. Aí, com certeza, o debate passaria do palco teatral para o Parlamento, onde os actores são sobretudo, decisores.

Por este andar, nem os paralíticos terão direito a reforma. Preocupados que o dinheiro destinado às reformas não chegue para os deputados, há que adiar... adiar... adiar... o direito à reforma dos cidadãos portugueses até que a morte lhes cale a voz. Pois a minha, como a dos Gato Fedorento, há-de continuar... silenciosamente, ao som do teclado.

Os nossos políticos deixaram de se reger por princípios do humanismo… Temos na política indivíduos que se especializaram na arte de bem enganar os outros… São todos uns demagogos e uns hipócritas… Tentam fazer crer que se preocupam com as mulheres, chegando ao ponto de exigirem quotas – estúpidas (diga-se!) pois, gostaria de saber o que vão fazer se um dia não houver mulheres que queiram fazer parte desta hipocrisia e se deixem de interessar por esta forma estúpida e cega de fazer política e governar o país! – mas permitem que e obrigue a “morrer em combate" mulheres com doenças cancerosas. Sim... A “morrer em combate”... Não contra nenhum ser humano (como outros que se julgam heróis por matarem legalmente outros seres humanos) mas contra uma doença sem cura, quase com encontro marcado com a Morte... Não num campo de batalha qualquer mas dentro de uma sala de aula.

 

Aqui expresso a minha solidariedade para com o legítimo Grito de Revolta que deve inundar toda esta família...

 

Com efeito, sinto uma enorme revolta porque poderiam ser a minha mãe! Também a ela morreu com leucemia… Com três diferenças fundamentais: a primeira, é que tinha menos de 35 anos; a segunda, é que, feliz,mente, não estava ligada ao ensino; a terceira, é que não chegou a depender deste Ministério da Educação porque, triste mas felizmente, a luta contra a doença ainda foi feita no tempo da Ditadura! Não é isto um desejom de regresso aom passado. É uma reevolta pelo que se pasa no presente... Sim... Porque se a Ditadura era o tempo em que muitos cidadãos eram maltratados, face às práticas de democracia actuais, parece ter havido, em Portugal, muito mais humanismo na Ditadura que nesta Democracia...  Obrigar uma pessoa a trabalhar até morrer, não é nenhuma medalha que qualquer país democrata deveria ter orgulho em exibir... Mas a prática de quem nos governa parece apontar cada vez mais para a seguinte máxima:

"Trabalhar até à morte, primeiro passo para sanear a Segurança Social!..."

..

E, por incrível que pareça… minha mãe foi tratada, até ao último minuto, por todos os médicos com a máxima dignidade! Pois... Se a minha mãe tivesse sobrevivido na Ditadura a esta doença fatal, nesta Democracia, por certo que sucumbiria às mãos de indivíduos sem escrúpulos que em vez de médicos, deveriam ter sido cangalheiros.

A julgar pelo que sucedeu com Manuela Estanqueiro, e a ser observada medicamente por indivíduos sem humanismo, teria de escolher entre trabalhar até à morte... ou passar fome nos últimos dias da vida.
Sem dúvida que não aguentaria a trabalhar mais 30 anos para ter direito a receber parte dos descontos que havia efectuado para a CGA … e que ela, legitimamente, teria direito
.

 

Por que motivo lhe retiraram o direito que era seu de poder usufruir daquilo que descontara…? Será legítimo que deputados plenos de saúde acumulem subvenções atrás de subvenções, quando estão ainda no gozo total das suas capacidades de trabalho e ainda por cima acumulam “reformas” com salários chorudos? Como podem maltratar assim as mães portuguesas…? E são estes indivíduos que nos falam da democracia e paridade entre homens e mulheres na Assembleia? Exigiram 1/3 de mulheres nas listas partidárias para candidaturas à assembleia da república...? Como é possível que pretendam assim enganar toda a gente e permitam atitudes nos seus súbditos que fazem isto com as mulheres?

 

Agora, das duas uma: ou se apuram responsabilidades e alguém é exemplarmente punido pela incompetência (e por que não, posto na rua como fizeram com outros professores na DREN por um simples delito de opinião!), ou será que o governo aproveitou a ideia e já aprovou e publicou a lei que, ironicamente, recomendáramos há uns tempos para sanear a Segurança Social, fazer o aeroporto da OTA e construir o TGV , mantendo as mordomias dos titulares de cargos políticos? (veja o artigo completo )

Artigo Único

1. Todos os cidadãos trabalhadores e que tenham descontado para a Segurança Social, têm direito a receber uma pensão.

2. A pensão será paga apenas aos cidadãos que apresentarem o seu “Atestado de Óbito”.

3. O disposto no número anterior não é aplicável aos titulares de cargos políticos ou de nomeação política.

 

É muito triste que tenhamos eleito para nos governarem indivíduos que promovem e incentivam esta falta de sensibilidade humana. É que ela está a ir muito além do fecho de maternidades e de urgências: ela transformou-se numa obsessão pela destruição de tudo e de todos. Pior que uma cegueira física, ela é uma cegueira económica! Depois multam-nos por não usar o cinto pois pomos em risco a nossa vida! Querem eles lá saber da vida dos cidadãos… Isso está visto que pouco lhes interessa. Eles querem, pura e simplesmente, é o dinheiro das multas…!

 

Estamos seguros que, numa operação de charme, teremos estes irónicos políticos (a que já nos habituaram com o deserto no sul!) a proceder à criação de uma nova medalha para Condecorar Cidadãos a Título Póstumo, à que se poderão candidatar indivíduos com o mais elevado mérito: a "Medalha de Óbito em Serviço"!

E já se imagina que a primeira medalha poderá muito bem ser atribuída a um docente. E, no perfil que será certamente traçado pelos nossos governantes, Manuela Estanqueiro, com 63 anos obrigada pelos médicos da CGA (que não deixam de ser funcionários de instituições superintendidas pelo Governo?!) a trabalhar até aos últimos dias da sua vida, apesar de ter confirmada uma leucemia há dois anos, estará, certamente, muito bem posicionada para receber tal medalha. Pena é que as homenagens ado Estado sejam sempre feits a título póstumo... Por certo os galardoados trocariam a condecoração por uns momentos de paz... 

No entanto, para os que se queiram candidatar a esta medalha, um alerta aqui deixamos:

Preparem-se para nunca faltar ao trabalho, mesmo que estejam cancerosos ou leprosos: As faltas (à semelhança do concurso para Titulares) serão um dos critérios mais importantes... E, claro, à semelhança das razões do alargamento da idade da reforma, contribuir para a CGA com as quotizações até fazerem 65 anos...

Só desta forma serão reconhecidos como cidadãos exemplares uma vez que contibuem francamente para sanear as finanças da CGA garantindo que os actuais senhores deputados da nação tenham, nos próximos anos, garantia de receberem as suas chorudas subvenções!

 

E não digam que os responsáveis pelo Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças não têm nada a ver com o assunto.

Afinal, fecham-se maternidades... fecham-se urgências... fecham-se escolas... obriga-se a trabalhar pessoas doentes, francamente doentes, diria mesmo, com o "encontro marcado com a morte") enquanto Portugal financia a construção de Estádios de Futebol no médio Oriente...?

Que país somos? Quem escolhemos nós para nos Governar? Alguém tinha colocado isto no programa eleitoral...? Ou andam a enganar-nos a todos?

Como se permite um Presidente da República fechar os olhos a esta realidade, ver cidadãos a enganar outros cidadãos, e deixar tudo na mesma quando foi eleito, ele sim, por todos e cada um de nós?

Nós não escolhemos o Ministro da Saúde, nem da Educação, nem das Finanças... Mas elegemos directamente o Presidente da República... !

Para que existe afinal um Presidente da República? Para nada? Ou estará adormecido?

 

Indignação? Revolta? Nenhuma palavra é suficientemente forte para expressar o que nos vai na alma!

 

Por isso...

 

Exmo Senhor

Presidente da República:

Chegou a hora de agir... Obrigue este governo a respeitar a Constituição da República. Obrigue-o a entrar nos eixos! é que para Manuela Estanqueiro, já ontem era tarde!...

E... como não me dói a barriga por nenhum dos partidos... e, tenho a certeza de que uma estranha sensação se está a generalizar na consciência da maioria dos portugueses e que se está a transformar  num grito de revolta. Isto está a atingir os limites do bom-senso e da sã convivência nacional, na certeza de que

"Por muito menos caiu o governo anterior "

... 

 

J.Ferreira

Subscrevemos inteiramente as palavras de Paulo Périssé quando este que "só quando se consegue avaliar com exactidão o que os outros sentem é que se pode reagir de forma solidária."

 

A sociedade faz recair, sempre e em última instância, a responsabilidade pela consecução de tudo o que se pretende conseguir do ser humano sobre as escolas e os professores é um erro. Aliás, é ainda mais um erro quando temos uma Ministra que é um exemplo paradigmático do desrespeito pela dignidade dos professores e educadores deste país… Com efeito, para além dos ataques sistemáticos que tem vindo a fazer à sua profissionalidade, procura agora reduzir, por um passo de mágica, longos anos de inteira e empenhada dedicação ao ensino, a uma absurda e inacreditável soma de pontos. Assim, esquecendo a lei em vigor, cria critérios que penalizam os docentes pelas suas ausências legalmente autorizadas ou provocadas por exigências das leis que os governos aprovaram e impuseram, nomeadamente, para formação... Com efeito, se agora levantou a penalização dos professores relativamente à formação, existem muitos professores que, acreditando no interesse do legislador e dos responsáveis ministeriais de governos anteriores se interessaram e empenharam na sua valorização profissional, pelo que recorreram ao uso de faltas por conta do seu período de férias (art.º 102) para poderem inscrever-se e participar em Seminários e Simpósios relacionados com a sua profissão.

Ora, afinal, ou foram enganados pelos máximos responsáveis pela Administração Educativa (Ministros e Secretários de Estado) procurando valorizar o seu currículo, ou estão, estarão a ser injustamente penalizados por esta Ministra.

Será que os cidadãos já não podem confiar no Estado?

De facto, com este concurso para Professores Titulares, feito às três pancadas, esta Ministra deu uma machadada na "Democracia" e desacredita a instituição Estado.

Será que pode uma Ministra da Educação tem o direito de penalizar os professores por terem desempenhado a sua função respeitando o quadro legal que os governos imposto pelos sucessivos governos?

Então os governos consideram determinadas actividades desenvolvidas pelos professores como enriquecedoras da sua profissionalidade docente, e valorizadoras do currículo profissional e da prática pedagógica e agora vem esta Ministra penalizar os professores por terem respeitado e cumprido os normativos aprovados?

É caso para se perguntar: Portugal é ou não é um Estado de direito Democrático ?

Se é, então expliquem-me: que tipo de democracia é esta? Vivemos numa Democracia "Democrática" ou numa Democracia "Ditatorial"? 

 

Como podem os professores, sistematicamente bombardeados com autênticos insultos à sua dedicação, empenho e até inteligência, ficar psicologicamente imunes às consequências destas medidas administrativas, quantas vezes baseadas em critérios, aparentemente transparentes, mas que são de facto obscuros tendenciosos, discriminatórios e carregados de subjectividade? E não é preciso vasculhar muito para constatar esta triste e incrível realidade, determinante e condicionante do futuro da convivência entre profissionais com a mesma habilitação dentro das Escolas...

De uma vez por todas poderemos afirmar que com o conceito de competência desta Ministra, o velho ditado em voga na estrutura militar — "a velhice é um posto!" — passará a fazer parte integrante da realidade na vida das escolas....

Neste concurso fica consolidado o conceito de mérito. Para esta Ministra, o mérito e qualificação profissional para o desempenho de funções alcança-se, não com cursos da Universidade, não com as médias obtidas... não com a formação contínua... mas sim com a velhice !... Foi assim que chegou a competente...

 

Estes governantes, que tanto apregoam os rankings, parecem ter uma fixação na avaliação de tudo e de todos... Não satisfeitos, inventaram uma nova fórmula para descobrir a competência: a velhice! Incrivelmente arrasam com todos os critérios até agora utilizados: o currículo académico e o currículo profissional ficam relegados para segundo plano. As provas dadas de competência científica e pedagógica deixam de ser valorizadas. Ter concluído um curso com 11 valores ou com 18 valores é indiferente para esta Ministra.

Pergunta-se: Será que é com exemplos absurdos como este que pretendem motivar os alunos para a excelência que tanto apregoam?

De facto, a Senhora Ministra abre um concurso que ignora as classificações dos candidatos.  Ela lá sabe por que o faz... Será que alguém investigou o seu passado académico e as suas classificações enquanto estudante?

Será que a Ministra da Educação (enquanto professora universitária) não tem vergonha de desvalorizar, com um decreto, todo o esforço de apreensão de conhecimentos e de desenvolvimento de competências dos alunos a quem leccionou?

Será que algum empresário estaria de acordo em considerar como “mais competentes” e promover nos lugares de “maior responsabilidade” os funcionários que, enquanto alunos, conseguiram com dificuldade a qualificação profissional (passando à tangente a quase todas as disciplinas), pelo simples facto de terem tido a felicidade de serem saudáveis (e apenas nos últimos 7 anos... para trás, poderiam ter faltado o tempo que quisessem!...) ou por não terem familiares a seu cargo com problemas de saúde a quem tenham a obrigação de dar apoio (ou será que uma mãe pode abandonar um filho sozinho em casa, com febre, gripe ou mesmo uma pneumonia?…)

Como permitir que funcionários com maior qualificação profissional sejam ultrapassados por outros só pelo facto de não terem faltado menos de 15 dias num ano? É que as faltas que a Ministra decidiu penalizar, para além de terem sido dadas e justificadas nos temros da lei (e algumas por imposição do Ministério!), correspondem a menos de 5% do tempo total de trabalho distribuído! Que aconteceria ao Sr. Primeiro-Ministro José Sócrates se tivesse que ser avaliado pelos mesmos princípios que esta Ministra está a usar para avaliar os professores depois de ter ficado afastado do exercício das suas funções por ter tido (irresponsavelmente, a se considerarmos correcto o critério desta Ministra) um acidente durante as suas férias ? Bem... Com estes critério absurdo para determinar a competência, descoberto pela Senhora Ministra da Educação, José Sócrates nunca chegaria a Primeiro-Ministro! Talvez nem mesmo pudesse chegar a Secretário de Estado... ou Chefe de Gabinete... Enfim... Por ter faltado 15 ou 16 dias... seria promovido a incompetente?

Assim, a aceitar como válidos os critérios definidos por esta Ministra para determinar a capacidade e competência dos profissionais, muito mal irá este país nos próximos anos! E a Educação irá ter nos lugares de destaque aqueles que tiveram a sorte de terem sido saudáveis nos últimos 7 anos! Os que faltaram até dizer chega nos anos anteriores, com mais de 18 anos de trabalho, chegarão certamente a Titulares. Os outros, tenham o maior currículo que tiverem, ficarão irremediavelmetne convertidos em incompetentes... Pena é que quem vai pagar esta factura sejam as pobre ciranças... teremos em Portugal muitos professores a desempenharem funções de Titulares  que nem um computador sabem manipular... Alguém duvida? Afinal, para a fixação da Ministra na Assiduidade levaria muitos empresários a despedir os seus melhores funcionários!

Só que os empresários não são tolos! Sabem como obter empresas de sucesso! Sabem muito bem distinguir assiduidade de competência! (Imaginem só  tempo que algumas lesões dos jogadores de futebol os fazem ficar arredados dos campos... Pois... É que muitos professores tiveram que ficar fora do local de trabalho para não contamirarem os seus alunos.... Ou queriam que fossem leccionar e contaminar com gripe todos os alnos da turma? E quantas das doenças não lhes foram, certamente, transmitidas também na sala de aula, pelos alunos que chegam à sala com camadas de febre e gripe? E as instalações ecolares, cheias de vírus? E os transportes públicos, também eles impestados com vírus, sobretudo no Inverno?...)

Como pode ser alguém triplamente penalizado: ficar doente, gastar dinheiro no médico e na na farmácia e ainda ser chamado de incomptetente?

 

Não temos dúvida que este é, mais do que um concurso da inversão (dos princípios de análise e valorização curricular) um concurso da perversão (da competência)!

 

Com efeito, a Senhora Ministra deve ser a única no Mundo para quem possuir uma licenciatura concluída com 11 valores ou com 18 valores é exactamente a mesma coisa!

 

Será que para a Senhora Ministra da Educação ser Coordenador do Conselho de Docentes ou Presidente de um Conselho Pedagógico ou do Conselho Executivo é simplesmente para executar e não para pensar...?

Ou pretende colocar, nos lugares de direcção e responsabilidade nas escolas, cabeças menos pensantes para mais facilmente as controlar e condicionar a acção pedagógica dos professores?

Por que motivo se contempla a formação efectuada nas universidades (à qual apenas alguns tinham acesso ou possibilidade de frequentar) e não se contemplaram as acções de formação extra que muitos docentes frequentaram para além das que eram exigidas por lei para a progressão na carreira, e a que todos tinham acesso, através dos Centros de Formação?

Por que motivo se não contempla a classificação na formação efectuada nas universidades (não utilizada ainda para progressão na carreira) mas valoriza-se a classificação obtida na avaliação da actividade exercida que já foi utilizada anteriormente para progressão?

Por que motivo se valoriza mais o exercício de funções nos órgãos de Direcção das Escolas (Por exemplo, do Conselho Executivo, a que os professores voluntariamente se candidataram e que por tal eram bem remuneradas!) do que cargos e funções desempenhadas por outros professores que eram eleitos sem terem sido candidatos (Exemplo: Coordenador do Conselho de Docentes, cargo que não poderiam recusar e cuja remuneração mal pagava a gasolina dispendida nas deslocações para as sucessivas reuniões)?

 

Por que se valorizam os cargos relacionados com coordenação das Bibliotecas e não se valoriza a participação em projectos que levaram os alunos a fazerem um efectivo uso dessa mesma biblioteca?

 

E não se valoriza o desenvolvimento de actividades centradas nos alunos, nos projectos educativos, quantas vezes tão inovadoras e promotoras de sucesso escolar? Avaliação Curricular? Que é isso?

Que culpa têm os professores de terem na sala de aula um aluno com gripe que ao tossir se transforma num pulverizador de vírus?

Que pretende a Senhora Ministra?

Que os professores expulsassem os alunos em fase de contágio? Mas que competência quer exigir mais aos professores? Que desempenhem a função dos médicos? Como evitar ter alunos na fase de contágio dentro da sala de aula?

Terá a Senhora Ministra pensado alguma vez em colcoar um médico em cada escola? E, neste caso, quem deveriam os professores processar no caso de serem contaminados por alunos infectados? A Ministra? O médico?

E se forem os professores a contrairem a gripe fora da Escola?

Que devem fazer os professores para que esta Senhora Ministra os considere competentes? Que vão trabalhar... até contaminarem todos os alunos... ou até cairem mortos na sala de aula frente aos alunos?

Onde está o bom-senso?

Por certo, não na cabeça da Ministra, mas de muitos dos professores que procuraram o médico, combateram a doença desde o início e faltaram o mínimo possível.

E por terem agido em conformidade com as regras básicas do bom-senso e da saúde, estão agora a ser penalizados. De facto e em regra geral, os professores são profissionais responsáveis, que agem em consciência  e profissionalimos, e que são um exemplo. A questão das faltas dos professores não é uma verdade. É uma mentira que, muitas vezes repetida, o governo quis transformar em verdade.

Com efeito, os professores, a maioria dos professores, apesar de faltarem o mínimo possível, bem que gostariam de ver revogado o "direito" a ficar doentes! Mas por providência divina e não pela Ministra. Só assim nunca faltariam... A ser re revogado esse direito por esta Ministra, corriam o risco de serem transformados em autómatos, em robots que, certamente, não serviriam para educar... Mas, e o mais importante em educação para esta Ministra, teriam a garantia de que quase não teriam de faltar (só na revisão, como os carros)!

Então, como se pode aceitar que um professor seja penalizado na avaliação da sua competência pelo simples facto de ter trabalhado numa turma em que os alunos estavam com gripe e o contagiaram?

Que culpa têm os professores da falta de condições de nas escolas que deveriam garantir condições de saúde para quem nelas trabalha...?

Ou será que não se sabe que, ao contrário da Espanha ou da França, as nossas escolas não estão equipadas para garantir a saúde dos profissionais que nelas exercem? Desde a falta de aquecimento à exposição ao vento e ao frio nos recintos que servem para ocupar as crianças nos intervalos que nem coberto têm quanto mais abrigo do frio e do vento?

E que dirão de um profissional que, tendo contribuído empenhadamente e com grande qualidade para a concretização de projectos educativos e pedagógicos de uma escola, se vê agora penalizado pelo simples facto de, durante três dos últimos anos, ter tido a infelicidade de ter de lutar contra um cancro?

E os que faltaram até dizer chega antes de 1998/1999?

Que mensagem de tolerância, de justiça e de equidade, passa para a sociedade esta Ministra da Educação?

Que legitimidade para falar em cooperação se esta exige compreensão, tolerância, negociação e acima de tudo solidariedade, valores que são alheios à nossa Ministra?

Para além do mais, este concurso é o total atropelo das regras mais básicas de concurso: igualdade de oportunidades. Se é verdade que todos os professores poderiam efectuar acções de formação contínua aprovadas e certificadas pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua que eram proporcionadas pelos centros de formação das associações de escolas ou das associações profissionais, o mesmo já não se pode dizer dos Cursos ministrados pelas universidades por uma dupla razão: a primeira, porque eram reduzidas as vagas no ensino superior; a segunda e mais importante, os horários dos docentes e a localização das escolas onde leccionam impediram muitos professores de frequentarem esses mesmos cursos.

Como podem ser agora penalizados profissionais que serviram o Ministério da Educação?

Os critérios deste concurso são de tal forma absurdos que, se os pretendêssemos dissecar aqui, nunca mais nos calaríamos...

 

De facto, este concurso é um duplo atestado de incompetência que a senhora Ministra passa a si mesma: um primeiro atestado de incompetência legal, desconhecendo o princípio da não retroactividade da lei, pretendeu impor efeitos das faltas que a lei claramente não lhe permitia; um segundo atestado de incompetência no que respeita à criação de critérios para avaliação curricular.

Com efeito, passando por cima de todos os normativos legais que vigoraram até então, ficamos todos a saber os três pontos fundamentais em que se baseia a senhora Ministra para avaliar o "mérito” profissional.

O primeiro: manter um bom estado de saúde (para não faltar por adoecer).

O segundo: não engravidar ou não ter filhos (para não ter de faltar para consultas pré-natais ou para cuidar da saúde deles!).

Manter-se vivo para poder chegar aos 18 anos de serviço (Só os que viveram todo esse tempo podem ser realmente competentes...)

Conclusão... A aplicar a mesma regra aos titulares de cargos políticos (terem de ter 18 anos de serviço para chegarem a Professor Titular), depressa constataremos que Portugal está a ser governado por uma enorme quantidade de incompetentes. Com efeito, quantos políticos não desempenham cargos de responsabilidade com pouco mais de 30 anos? Pedem-me um exemplo? Pois… Lembremos apenas o caso da filha dum Senhor Ministro que, com menos de 30 anos, foi nomeada para secretária do Embaixador, sem qualquer experiência na área e pouco depois de ter concluído a Universidade!... Eis um exemplo de critério de Sucesso nesta Democracia!

 

É claro que também concordamos com as palavras de Paulo Périssé quando diz que “Como educadores, devemos estar atentos às situações que favorecem esta aprendizagem.”

Em consequência, perguntamos: será que a Senhora Ministra da Educação não percebe o que está a fazer aos jovens de hoje com as medidas atentatórias da dignidade da função docente ou acredita que os professores são de ferro e imunes a sucessivos ataques estando sempre pronta a exigir-lhes o máximo de profissionalismo?

Será que a Senhora Ministra da Educação não sabe ler (ou não tem capacidade para compreender?) estes artigos e nem se dá conta do desequilíbrio emocional que está a provocar nos professores ou pretende que os professores sejam cada vez mais os melhores clientes dos psiquiatras?

 

Perante tamanho absurdo, apenas poderemos concluir que esta Ministra da Educação não é um Génio...! É um Fenómeno!

Como quer melhorar a assiduidade dos mesmos se publica absurdos legais que apenas contribuem para aumentar os problemas dos professores e ajudar a desenvolver doenças do foro psiquiátrico?

Percebe-se também quando afirma que “não se pode pretender ensinar solidariedade, sem antes educar emocionalmente.” Mas custa a perceber como podem, professores desmotivados, desmoralizados, e com uma auto‑estima ao nível do subsolo, ter espírito para estar sistematicamente a levantar a cabeça, seguir as indicações do Ministério se, depois, fruto de ideias luminosas de um qualquer “paraquedista” da educação (como os que agora governam o Ministério) acabam por “levar sistematicamente na cabeça”?. De facto, ser professor no terreno era o que lhes fazia falta… e disso, não têm, certamente grande experiência. Por isso valorizam tão pouco quem de facto lecciona nas escola e lida diariamente com as crianças, e valorizam tanto os lugares directamente ligados com tarefas de secretaria…  Veja-se o artigo: "Verdade" ou "Mentira Muitas Vezes Repetida" ?

O pior ainda, mais do que os alunos estarem sujeitos a “modelos que são bombardeados continuamente pelos media” (que muito bem questiona!), são os péssimos modelos e exemplos que nos chegam “de cima para baixo” (Ministério da Educação e restante administração educativa) numa clara falta de reconhecimento da função daqueles que lidam diariamente com crianças e jovens, futuros cidadãos deste país: os professores.

Se é verdade que “Grande parte desta aprendizagem ocorre conscientemente, ou inconscientemente, por imitação dos adultos.” E que este é “Um problema sério, já que a expressão da raiva é, muitas vezes, a única modalidade de emoção que as crianças vêem os adultos à sua volta expressar”, que se pode esperar das relações existente entre os professores nas escolas onde agora uns se sentem “professores de primeira” (categoria de titular) e outros, ainda que com base nos mesmos critérios absurdos tenham melhor currículo, acabam por ser relegados para “professores de segunda" (categoria de professor), pelo simples facto de neste último concurso terem tido a infelicidade (ou terem sido vítimas de um concurso que todos reconhecem como injusto!) e estarem em escolas onde todos são professores com “currículo muito relevante!”. E vêem os seus colegas “menos competentes” (a termos como base os mesmos critérios absurdos!) acabarem por ingressar na carreira dos “professores de primeira” (que competência!), pelo simples facto de terem tido a sorte de estarem a exercer num agrupamento onde não há, por exemplo, a concorrência de imensos colegas que regressam em resultado da extinção dos agrupamentos que dirigiam… Este concurso, está de facto, enviesado de tal forma que nem mesmo em 50 páginas se esgotariam as incríveis atrocidades que encerra.

 

Acrescente-se que, dada a falta de igualdade de oportunidades, muitos colegas com seguramente “maior currículo e maior competência” ao mais variado nível (conhecimentos científicos, pedagógicos, tecnológicos, etc…) acabam por vir a ser “dirigidos, avaliados, etc… ” por estes “professores de primeira” que, em muitos casos, de primeira, apenas terão o título que lhes fora agora dado de presente...

 

...

J.Ferreira

 

A Senhora Ministra deveria ter vergonha de lançar um Concurso para “Professor Titular” baseado numa tão grande falta de sentido de oportunidade e de justiça. Aliás, diga-se a propósito do nome do cargo, que a Sra Ministra começa logo por demonstrar uma total falta de imaginação pois esta designação já era utilizada no 1.º Ciclo para os professores que tinham turma!

De facto, se os critérios utilizados fossem submetidos a uma validação científica, duvidamos que algum investigador os considerasse fiáveis, isto é, que eles sejam capazes de medir o que pretendem medir: a competência para desempenhar funções, até agora consideradas pelos mais diversos governos (incluindo do partido que actualmente está no poder) como sendo de todos os docentes. Isto explica que tivessem imposto uma penalização para os professores que se recusasse a exercer qualquer dos cargos para que fossem “eleitos” pelos pares (na verdade muitos eram “nomeados” pelos pares pois eram eleitos sem nunca terem sido candidatos! Que conceito de democracia!).

Afinal, até ao presente e aos olhos dos governantes que foram passando ela pasta da Educação… todos os professores serviam e tinham igualmente competência. Porém, esta iluminada Ministra, considerou que não era bastante… E aqueles que exerceram, quantas vezes sem o profissionalismo que lhes era devido porque “meteram o pé na poça” “até dizer chega!”, são hoje os que têm vantagem no concurso para Professor Titular, quando afinal, desempenharam cargos cuja performance nunca foi avaliada

Como poderemos nós aceitar que a nossa iluminada Ministra tenha a coragem de dizer que valoriza o efectivo exercício de funções com os alunos quando decidiu atribuir maior pontuação aos docentes que exerceram de cargos de “direcção” (sejam eles quais tenham sido porque foram remunerados por isso!) do que aos docentes que se envolveram directamente na formação dos seus alunos, que se empenharam e se esforçaram (dando tudo o que podiam de si, trabalhando horas e horas a fio, extra horário, quantas vezes com prejuízo para as famílias!), para levar a bom porto os projectos educativos dos agrupamentos,

 

E quantas das funções, remuneradas devidamente nos termos da lei, são agora duplamente premiadas quando não passavam de meros actos administrativos, reduzidas a apenas uma ou duas reuniões anuais, onde pouco mais têm que dirigir a reunião seguindo as regras burocráticas?!...

 

De facto, é incrível como podem ser criados critérios baseados em diferentes condições de igualdade de oportunidades. Num agrupamento onde há 30 professores, para que todos tivessem igual oportunidade de exercerem as funções de Coordenador de Conselho de Docentes, por exemplo, seria necessário deixar passar trinta anos...

Que culpa têm os professores de apenas haver eleições de 3 em 3 anos, e de terem sido os governantes a obrigar a constituir agrupamentos de grande dimensão, onde existem agora, mais de 30 professores, e apenas um coordenador de Conselho de Docentes, um conselho executivo, e os professores um pode desempenhar as funções de presidente, vice-presidente…

 

Assim, que culpa têm 30 dos professores de um Agrupamento de não terem nunca desempenhado cargos (como o de Presidente ou de Vice-Presidente do Conselho Executivo, por exemplo), se os mandatos têm a duração de 3 anos e apenas estão em análise 7 anos da carreira?

 

De facto, muitos professores foram colocados tardiamente nas escolas (por falhas no sistema de concursos da responsabilidade da administração educativa) e agora vêm-se penalizados por não terem tido a oportunidade, tão-pouco, de ser eleitos para presidir a nenhum dos órgãos que agora a Sra. Ministra decidiu pontuar... Ela lá sabe porque o faz... Os que apoiam (ou apoiaram) este modelo de avaliação das competências para progredir ou não a “Professor Titular”, são cúmplices do desastre que será irreversível par ao Sistema Educativo...

Mais... Ser Presidente do Centro de Formação, tarefa essencialmente administrativa, tem tanto ou mais valor que estar com uma turma formada por alunos do 1.º ao 4.º anos?

Como podem deixar de fora da candidatura, ex-formadores de centros de formação? Nada vale ter ajudado a formar os professores, e em horário extra-escolar?

E as formações que os professores mais interessados na sua formação fizeram extra-formação obrigatória decretada pelo Ministério? Nada conta?

 

Incrível? Este concurso está viciado...

Os efeitos podem ser irreversíveis... Deveria pura e simplesmente ser anulado!

 

Como é possível que este concurso seja democraticamente aceitável se, para se ser candidato a Ministra da Educação (ou de primeiro-ministro, ou de Presidente da república), não se exige o exercício de nada na sua carreira, se pode ser a pessoa mais estúpida do país? Então até agora, jovens colegas de profissão, situados em índices remuneratórios do meio da carreira, eram empreendedores, inovadores, competentes etc… e por isso, eram convidados pelos pares a integrarem as equipas que dirigiam os agrupamentos. Agora, fruto deste concurso absurdo, e em nome da selecção dos melhores e mais competentes professores para progredirem e desempenharem as mais altas funções dentro do sistema educativo (lugares de direcção…) todos esses candidatos que poderiam ter acumulado imensos pontos (por sorte ou ironia do destino) apesar de eleitos (numa perspectiva de escola democrática) são expulsos por uma Ministra que, por decreto determina quem é ou não é competente… realmente, pensávamos que era apenas no futebol que os jogos se ganhavam na secretaria… Começa a fazer falta uma investigação do tipo “Giz Dourado” para apurar que interesses se movem por detrás de toda esta bagunça…

Em suma… Quem querem enganar com esta farsa? Estamos convictos de que, se os professores tivessem a mesma oportunidade de aceder aos canais de televisão, como é dado a uns tantos incompetentes, que usam as ondas hertzianas para nos inundar com disparates (estamos a lembrar-nos de Miguel de Sousa Tavares, por exemplo), nem mesmo o Zé‑povinho se deixaria enganar!

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