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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

J.Ferreira

 

Apoiamos, inequivocamente, a iniciativa levada a cabo pelo presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Darque, Viana do Castelo.


De acordo com O Público, este cidadão que, nos termos da Constituição da República Portuguesa "lançou esta semana uma petição por alterações legislativas que responsabilizem efectivamente" os pais nos casos de absentismo, abandono e indisciplina escolar”. (Para ver ou assinar a Petição? Clique aqui!)

 

Não é de menor importância o facto de tal petição ser proveniente de um professor. Com efeito, até agora os professores têm-se remetido ao silêncio sobre o abismo para que os políticos estão a conduzir as escolas. Ora, muito embora não tenhamos dúvida de que muitos cidadãos que se julgam “mais iguais do que os outros” desejariam que os direitos de cidadania não fossem reconhecidos aos professores ou que, simplesmente, lhes fossem retirados (de que são exemplos básicos o direito de manifestação, direito de e protesto ou o direito à greve), o  facto de um indivíduo "ser professor" não lhe retira nem minimiza o exercício de qualquer direito. 

Manifestamos aqui a nossa indignação em consequência do  manancial de insultos que são diariamente dirigidos aos professores (porque somos livres, feliz ou infelizmente, de insultar sem que sejamos responsabilizados ou porque são legitimados por uma prática política da destruição da classe docente praticada por este governo!). Com efeito, todos os dias são colocados nos comentários às notícias sobre educação (e, pasme-se o leitor, isto em todos os jornais que, democraticamente ou anarquicamente, tal permitem!) por uma boa camada de cidadãos menos informados (ou propositadamente mal intencionados!) autênticas mentiras e insultos à dignidade de tratamento qeu qualquer cidadão merece!

Na notícia do Público este professor de história refere que "A legislação tem que criar mecanismos administrativos e judiciais, desburocratizados, efectivos e atempados de responsabilização dos pais e encarregados de educação em casos de indisciplina escolar, absentismo e abandono, modificando a lei que consagra o Estatuto do Aluno e outras leis conexas".

 

Sem dúvida! Tal como já havíamos referido em outros textos em que criticámos duramente a Ministra da Educação, é necessário chamar ao banco dos réus os verdadeiros culpados… Não basta encontrar bodes expiatórios e condenar inocentes…

       Nunca os professores penalizaram os alunos por terem faltado à escola, fosse por uma ida ao futebol ou pela vontade de ir ao funeral de um familiar ou de um amigo. Porém, os professores portugueses são os únicos cidadãos deste país (e quem sabe, do mundo!) que, neste estado de direito (que se diz democrático), sofrem penalizações por cumprir uma obrigação humana de levar os seus às última morada. Esta realidade é o resultado da acção de uma ministra incompetente que, seguramente NUNCA RECEBERÁ nenhum convite para que me represente nas exéquias fúnebres de minha mãe porque, infelizmente (ou felizmente para ela!), faleceu ainda no tempo que alguns classificam de "ditadura fascista" (chefiada por Salazar, que contrariamente aos actuais governantes, morreu pobre servindo o país!!!) e não no tempo desta "ditadura democrática" chefiada por Sócrates. Porém, caso não seja alterada esta legislação aberrane, absurda e anti-democrática criada por este (des)Governo de José Sócrates, o Ministério da Educação receberá, seguramente, um TELEGRAMA de minha parte, quando um certo dia (que espero longínquo) chegar, a pedir que me represente nas exéquias fúnebres de meu pai.

Nunca os professores apelaram aos alunos para que acompanhassem o pais que pretendem gozar um fim-de-semana prolongado.

Nunca os professores apelaram aos alunos para que saíssem com os pais para gozarem  umas mini-férias (aproveitando uma promoção a custo reduzido ou do tipo 2 em 1)...

Nunca os professores apelaram aos alunos para que faltassem à Escola só porque o patrão do papá (ou a agência de viagens da mamã!) resolveu fazer uma promoção de viagem à Disneyland...

Nunca os professores apelaram aos alunos para que fossem com os paizinhos a Londres, Liverpool ou Barcelona só para ver jogar o clube de futebol do coração ... 

MAS... NAS ESCOLAS HÁ ALUNOS QUE FALTAM POR ESTES MOTIVOS. POR DECISÃO, OPÇÃO, RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DOS PAIS... E nem censuramos os pais que o fazem! É a Ministra que nos obriga a REVOLTAR contra esta atitude dos pais porque POR ESTUPIDEZ DA MINISTRA, OS PROFESSORES É QUE AGUENTAM COM AS CONSEQUÊNCIAS NA AVALIAÇÃO! Por isso, afirmamos também categoricamente que os professores não aceitam ser culpabilizados pelas faltas dos alunos!

Ora, se a criança “vai umas semaninhas para fora” faltando às aulas… ou se o pai as leva para a feira “para dar uma mãozinha” ao pai na feira onde vende de tudo um pouco (só porque a mãe está doente e ele não pode olhar pela tenda sozinho)… os professores nada podem fazer. A inspecção do trabalho, essa sim! Mas a esses a Ministra da Educação não controla. Logo, como os inspectores do trabalho não foram capazes de “acabar com o trabalho Infantil”… vai daí, a Ministra decidiu penalizar os professores na sua avaliação pelo Abandono Escolar… Outro Absurdo…

E, obviamente, se considerarmos as diferenças de rendimentos das famílias dos alunos que frequentam a escola pública e a correspondente diferença de recursos que os alunos têm em casa para a aprendizagem, acrescidas da diferente formação académica dos pais de cada criança (alguns nem ler sabem!) o último absurdo do modelo da Ministra está explicado: Avaliar ops professores tendo em conta os resultados escolares dos alunos! Pobre professor que vai parar a determinados bairros… Será sempre o professor do último lugar do ranking.

Como já em 1999 o afirmáramos em Castelo Branco, numas jornadas pedagógicas transfronteiriças levadas a cabo nessa localidade pela Associação Nacional de Professores “até podemos concordar com aqueles que defendem a avaliação do trabalho dos professores pelos resultados dos alunos desde que, os professores das primeiras escolas do ranking (a que chamamos escolas de luxo!) sejam, obrigatoriamente, colocados no ano seguinte nas últimas escolas do ranking e que demonstrem a sua competência para fazer aprender os alunos de parcos recursos (nas escolas de lixo) e que os obriguem (a esses, alguns professores, que se consideram “a elite” profissional só porque têm alunos como a minha filha com 20 a todas as disciplinas!) a conseguir os mesmos resultados (ou aproximados) que haviam conseguido nas escolas ditas “de elite”!...

Não duvidamos e compreendemos que em certas famílias (naquelas onde a miséria da barriga vazia impera e cujos recursos se destinam a evitar a fome…) ainda persista a máxima dos tempos de meu avô: “o trabalho da criança é pouco mas quem o despreza é louco!”

No entanto, consideramos absurdo que a Ministra nada tenha feito para minimizar a diferença dos recursos dos alunos a não ser fazer as crianças mais pobres, de origem em povos isolados geograficamente, a percorrer imensas distâncias para chegarem à escola, a passarem a maior parte do tempo em percursos casa-escola, em transportes públicos que os fazem chegar a cada cansados e sem vontade de fazer quaisquer trabalhos escolares pois, no dia seguinte, têm de despertar cedo e levantar-se para perderem outro tanto tempo, e novamente, na deslocação casa-escola. E o Governo de José Sócrates vangloria-se de terem acabado com as escolas de menos de 10 alunos! Não. Não encerrou apenas as escolas de menos de 10 alunos! Foi com muitas de mais de 20 alunos! Só sabem encerrar para poupar… Aos alunos venderam um sonho que se torna num pesadelo… os pais adormeceram… Deixaram-se levar pela demagogia, pelo engodo de que as crianças teriam melhores possibilidades se fossem para outras escolas… Só se for ao abrigo das novas oportunidades que se inflacionem as suas notas… caso contrário, perderam. Seguramente que perderam… ganhou o Estado. Deixou de pagar um contador de energia; deixou de pagar uma assinatura telefónica; deixou de pagar a água; deixou de pagar o aquecimento; deixou de pagar um professor; deixou de pagar a uma empregada de limpeza, etc, etc, etc, para cada uma das 2500 escolas que encerrou.

E ainda não houve nenhuma criança que fosse vítima de rapto… de abusos, de acidente de transporte para que os pais venham de novo exigir a reabertura da escola… Só encaixou dinheiro nos cofres do Estado. Aliás, as medidas que tomou foram todas no sentido de encaixar dinheiro. Corajoso seria melhorar os recursos das povoações para atrair alunos para as escolas das localidades menos povoadas. MAS nada!

 Entretanto, os filhos das classes mais favorecidas …

ESTA MINISTRA DA EDUCAÇÃO pretende impor aos professores UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO FUNDAMETDO EM CRITÉRIOS QUE OS PROFESSORES NÃO CONTROLAM... Trata-se de um sistema de avaliação de  professores que APENAS CULPABILIZA OS PROFESSORES pelas faltas dos filhos dos portugueses de que (desde que as crianças não se encontram doentes, obviamente!) os pais são os únicos responsáveis. Mas, a teimosia da Ministra da Educação vai ainda mais longe! Num Estado de Direito Democrático, ninguém pode ser condenado por culpas que não lhe possam ser imputadas. Ora, qualquer cidadão esclarecido (que se digne de se considerar como tal) reconhece que este argumento é o bastante para que os professores tenham razão ao contestar o absurdo e injusto Modelo de Avaliação Docente que teimosamente a Ministra pretende impor. Com efeito, O MODELO DA MINISTRA VOLTA A CULPAR OS PROFESSORES por causa do abandono escolar quando esta missão deve ser da responsabilidade da Inspecção do Trabalho e não dos professores.

Ora, este assunto é demasiado sério para ser tratado como anedota. Já imaginaram? Para fazer cumprir a lei e alcançar a diminuição do absentismo e do abandono escolar considerados como critérios para se ser bom profissional no Modelo de Avaliação Docente que o ministério pretende impor, só resta aos professores transformar este país num “farwest”, pegando em pistolas e percorrendo as ruas à procura de quem falta à escola, entrar nas fábricas ou ir pelos campos à procura dos alunos que estejam a trabalhar em vez de irem para a escola… Mas ainda que a transformação do país num “farwest” fosse o objectivo do governo, os professores que fossem à procura dos alunos, estariam a faltar à escola, e como tal, seriam avaliados negativamente!

Com uma Ministra INCOMPETENTE (e uma Equipa no Ministério da Educação a condizer) Portugal nunca mais encontrará o Caminho do Sucesso... E, enquanto se mantiverem estes timoneiros incompetentes a comandar o Ministério, podem ter a certeza os pais que a EDUCAÇÃO em Portugal (e o que espera os jovens deste país) não será muito diferente do destino que teve a maioria dos tripulantes do TITANIC:  NAUFRÁGIO GARANTIDO!