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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

J.Ferreira

Vejamos como alguns disparates no sítio do Ministério da Educação vêm provar como o Ministério da Educação está imune à incompetência.

Assim, no sítio do ME sobre a Avaliação do Desempenho de Docentes, mais concretamente o ponto 16. Regimes especiais podemos ler:

 

16.1. Período probatório diz que “Os docentes em período probatório são acompanhados por um docente do mesmo grupo de recrutamento. A escolha do acompanhante deve recair em professores que estejam no 4.º escalão ou superior e que na última avaliação tenham sido classificados com Bom. Sempre que possível, devem ser detentores de formação especializada e posicionados nos dois últimos escalões de carreira”.

 

(...)

 

A página termina informando: “Saiba mais: ECD – artigos 31.º e 32.º  e ADD – artigo 25.º ”

 

Ora, nós quisemos saber mais, mas sobretudo, quisemos saber se era verdade que os professores avaliados com Muito Bom ou com Excelente, poderiam ou não acompanhar os docentes em Período Probatório.

E que concluímos? Que este texto está mal redigido. Porquê? Porque a legislação é clara. Diria mesmo, claríssima.

E que este escrito do ME na página da Internet é adultera “o espírito do legislador”. No entanto, estes senhores que todos querem avaliar, permitem que se escreva esta aberração na sua página oficial na internet...

Então o legislador não ia saber escrever português? E dizem os governantes que faz falta avaliar os professores? Não. Comecem por arrumar a sua casa pois está com telhados de vidro...

 

4 — Durante o período probatório, o professor é acompanhado e apoiado, no plano didáctico, pedagógico

e científico por um docente posicionado no 4.º escalão ou superior, sempre que possível, do mesmo grupo de recrutamento, a quem tenha sido atribuída menção qualitativa igual ou superior a Bom na última avaliação do desempenho, a designar pelo coordenador do departamento curricular ou do conselho de docentes respectivo, que: (...)” In ECD.

 

Por isso...

Onde diz 16.1. Período probatório “Os docentes em período probatório são acompanhados por um docente do mesmo grupo de recrutamento. A escolha do acompanhante deve recair em professores que estejam no 4.º escalão ou superior e que na última avaliação tenham sido classificados com Bom. Sempre que possível, devem ser detentores de formação especializada e posicionados nos dois últimos escalões de carreira”.

 

Deveria dizer

16.1. Período probatório diz que “Os docentes em período probatório são acompanhados por um docente do mesmo grupo de recrutamento. A escolha do acompanhante deve recair em professores que estejam no 4.º escalão ou superior e que na última avaliação tenham obtido classificação mínima de Bom. Sempre que possível, devem ser detentores de formação especializada e posicionados nos dois últimos escalões de carreira”.

 

Estes senhores, nomeados pelos governantes por serem, seguramente, os melhores entre os melhores, isto é, todos “excelentes”, cometem erros desta natureza... e os professores é que têm de ser avaliados?

 

Com gente competente assim no Ministério... Para onde vai a Educação?

J.Ferreira

Está na hora de agir antes que seja tarde.

 

Nos últimos 5 anos da década de 90 (século passado!), centenas de professores participaram em Acções de Formação que ministramos na área da Tecnologias da Comunicação e Informação (em parceria com outro formador).

Nessa altura, quando alguns professores criticavam a formação com o argumento de que não havia computadores nas escolas, defendíamos a necessidade de os professores se formarem nas tecnologias para precisamente, poder cortar o círculo vicioso que se gerava pois que, os professores diziam “Não faço formação porque não há computadores nas escolas” ao que o Estado contra-argumentava "Para quê?" colocar computadores nas escolas se os professores não têm formação”.

 

Na verdade, a formação contínua (co-financiada pela União Europeia) era gratuita para os professores. No entanto, e precisamente por ser co-financiada ela surgiu na sociedade como mais do que como uma "exigência" era entendida justificada e divulgada como  uma "necessidade de actualização" dos professores para dar uma melhorar resposta às necessidades da Educação.

Nessa mesma altura (e, criticamente, como sempre!) questionávamos a veracidade dos motivos que eram apresentados. Sim... Se era uma necessidade de actualização dos professores, por que motivo nos critérios de admissão aos cursos não imperava o factor "tempo sem formação" mas antes a "proximidade da data de subida de escalão" ou o "menor tempo de serviço docente"... A prova de que não era a actualização dos professores mas antes o gastar o dinheirinho era que os critérios de selecção (uniformes ou não de  Centro de Formação para Centro de Formação ) implicavam a selecção dos professores mais jovens, pelo que eram muitas vezes os que acabavam de sair da Universidade, que se viam confrontados com mais formação... Aos restantes (e em muitos casos eram os que necessitavam de formação mais do que de pão para a boca!) não obtinham lugar nos cursos e "marchavam para casa" pelo mesmo caminho da inscrição e, obviamente, sem direito a fazer a formação! Os critérios de selecção (determinados ou não superiormente) eram um autêntico absurdo. Assim, era frequente ver jovens professores, recentemente saídos da Universidade, a serem seleccionados para a frequência de cursos (por exemplo, de Informática no Ensino) enquanto os professores com maior antiguidade na profissão  (e que estavam afastados da formação há mais anos!) ficavam de fora...

Constata-se, pois, que se a Administração Educativa visava actualizar as competências dos professores (nas mais variadas áreas!) deveria ter chamado à formação aqueles que dela necessitavam e que estavam há mais tempo afastados da formação. É óbvio que o intuito de passar para a sociedade a ideia de que os professores necessitavam de ser melhor formados, que havia áreas em que estavam mal formados não era realista pois que não obteve qualquer eco na mudança dos currículos da Formação Inicial ministrada pelas Instituições de Ensino Superior...

 

A intenção era outra. Promover a desvalorização dos professores, acusando-os de ter uma formação "deficitária" e como tal, se queriam subir na carreira teriam de apresentar provas de frequência e aprovação na formação contínua... Assim, a mudança da carreira docente (de fases apra escalões) surgiu como uma estratégia ao serviço da angariação de clientela para os centros de formação gastarem as verbas proporcionadas pela União Europeia com vista ao desenvolvimento dos países periféricos e mais pobres da Europa.

 

Então os que acabavam de sair da Universidade eram os primeiros seleccionados para as acções empreendidas pelos Centros de Formação pelo que (gozando de uma inquestionável visão prospectiva!) já nessa altura prevíamos a chegada do dia em que os professores, contrariamente a todos os demais profissionais das empresas privadas, seriam obrigados a pagar a sua formação se queriam progredir na carreira.

Afinal, não nos enganámos. E, tal como noutros aspectos em que a nossa previsão passados uns longos 15 anos se veio a provar ser certa,  neste caso não foi necessário esperar tanto para começarmos a assistir a esta realidade: Queres formação? Paga-a!

 

“Fenprof exige revisão "urgente" do regime jurídico da formação contínua.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) exigiu hoje uma revisão “urgente” do regime jurídico da formação contínua, sublinhando que o Governo só a assegura anualmente a 30 por cento dos docentes, apesar de obrigatória.

“A revisão do regime jurídico da formação contínua de professores é uma urgência e uma prioridade. A situação está péssima”, afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

O dirigente sindical explicou que o próprio Ministério da Educação “admitiu” que não consegue formar mais de 30 por cento dos professores anualmente, apesar de este procedimento ser obrigatório e contar para efeitos de avaliação de desempenho e progressão na carreira.

Por outro lado, prosseguiu, os financiamentos “estão completamente orientados para as Tecnologias de Informação e Comunicação”, quando, para efeitos de carreira, os docentes “têm de ter dois terços da formação no âmbito da sua área científico-didáctica”. No entanto, segundo o líder da Fenprof, o Ministério da Educação assegurou que “da ausência de formação não podem resultar penalizações para carreira”.

Outro dos problemas apontados prende-se também com os actuais 92 “mega centros” de formação de associações de escolas, com áreas geográficas “enormes”. “As orientações da tutela apontam para que no máximo, e apenas nas grandes cidades, não ultrapassem os dois mil professores. Hoje temos quase 1/3 dos centros com mais de dois mil professores e alguns acima dos três mil, o que significa uma impossibilidade prática de dar formação”, sublinhou.

Como a maioria dos centros acaba por não ter condições para formar todos os docentes, estes acabam por recorrer a cursos de instituições de ensino superior ou de associações de professores, “pagando do seu bolso mais de cem euros”. “A formação contínua é um dever dos professores e também um direito. Contribui para melhoria do trabalho e do desempenho dos professores”, argumentou. Segundo Mário Nogueira, o Ministério da Educação tem dado acesso a acções de formação com a duração de 15 horas anuais, quando deveriam ser 25.”

 

Afinal quem governa sabe o que faz? Ou anda a navegar à bolina? Os governantes aprovam leis como quem muda de camisa mas não é capaz de cumprir a parte que lhe toca. Depois, é isto.

 

O Jornal “Público” noticiou ... Nós comentámos!

 

Cabe agora ao leitor dizer da sua justiça...


J.Ferreira

Para onde vamos afinal? O que queremos da Europa?

 

O ex-presidente do PSD acusa o primeiro-ministro de "não ter vergonha na cara", a propósito da "golden share" do Estado na PT.

No seu comentário televisivo semanal na TVI, a que a agência Lusa teve acesso, Luís Marques Mendes considera "esperada" e "correcta" a decisão de Bruxelas sobre a utilização pelo Governo português da 'golden share' do Estado na PT para evitar a compra da Vivo pela espanhola Telefónica.

"As 'golden shares' não são solução, nem em Portugal nem em qualquer País da Europa" e "se um Estado considera que uma empresa é estratégica tem sempre uma solução: ou não privatiza ou só privatiza em parte, mantendo a maioria do capital", defende o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares.

De acordo com Marques Mendes, o primeiro-ministro, José Sócrates, comportou-se como "quem tem duas caras" ao criticar a União Europeia pelo "fim das 'golden shares'" depois de se ter batido pelo Tratado de Lisboa.

"Então estes princípios não estão escritos no Tratado de Lisboa? Então é a favor da Europa num dia e contra a Europa no dia seguinte? A isto chama-se não ter vergonha na cara", acrescenta o ex-presidente do PSD.

Marques Mendes sustenta que a explicação é que "o primeiro-ministro está cada vez pior nas sondagens, está a perder popularidade todos os dias" e "pensou que bater o pé aos espanhóis era popular".

"O primeiro-ministro não está a servir nem a PT nem o país. Está a servir-se da PT para tentar limpar a sua imagem nas sondagens", reforça.

"Quem o ouve, o primeiro-ministro, parece que o destino da pátria está dependente da presença da PT na Vivo. Isso é o cúmulo da demagogia. Há que dizer que há mais vida para além da Vivo. A Vivo não é o alfa e o ómega do nosso desenvolvimento", argumenta Marques Mendes, questionando o que ganha Portugal "se houver uma guerra jurídica que se arraste pelo tempo fora".

No seu entender, "quem vai ganhar são vários escritórios de advogados -- esses, sim, podem agradecer ao primeiro-ministro", de resto todos os portugueses perdem "se os investidores estrangeiros se afastarem de Portugal porque consideram que o Estado não é fiável, faz batota e altera as regras do jogo quando lhe convém".

 

Afinal que governo é este? Que dignidade tem para fazer e agir como age? Uma no cravo outra na ferradura?

 


Extraído de aqui.

J.Ferreira

“Há muitos anos que a política em Portugal apresenta este singular estado:

Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente, possuem o poder, perdem o poder, reconquistam o poder, trocam o poder... O poder não sai de uns certos grupos como uma pélcoa que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, num rumor de risos.

Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no poder, esses homens são, segundo a opinião e os dizeres de todos os outros que lá não estão - os corruptos, os esbanjadores da fazenda, a ruína do País!

Os outros, os que não estão no poder, são, segundo sua própria opinião e os seus jornais - os verdadeiros liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo, e os interesses do País.

Mas, coisa notável - os cinco que estão no poder fazem tudo o que podem para continuar a ser os esbanjadores da fazenda e a ruína do País, durante o maior tempo possível! E os que não estão no poder movem-se, conspiram, cansam-se, para deixar de ser o mais depressa que puderem - os verdadeiros liberais, e os interesses do País!

Até que enfim caem os cinco do poder, e os outros, os verdadeiros liberais, entram triunfantemente na designação herdada de esbanjadores da fazenda e ruína do País; entanto que os que caíram do poder se resignam, cheios de fel e de tédio - a vir a ser os verdadeiros liberais e os interesses do País.

Ora como todos os ministros são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos, não há nenhum deles que não tenha sido por seu turno esbanjador da fazenda e ruína do País...

Não há nenhum que não tenha sido demitido, ou obrigado a pedir a demissão, pelas acusações mais graves e pelas votações mais hostis...

Não há nenhum que não tenha sido julgado incapaz de dirigir as coisas públicas - pela imprensa, pela palavra dos oradores, pelas incriminações da opinião, pela afirmativa constitucional do poder moderador...

E todavia serão estes doze ou quinze indivíduos os que continuarão dirigindo o País, neste caminho em que ele vai, feliz, abundante, rico, forte, coroado de rosas, e num chouto tão triunfante!

Daqui provém também este caso singular:

Um homem tanto é célebre, tanto mais consagrado, quantas mais vezes tem sido ministro - isto é, quantas mais vezes tem mostrado a sua incapacidade nos negócios, sendo esbanjador da fazenda, tuína do País, etc.

Assim, o Sr. Carlos Bento foi a primeira vez ministro da Fazenda. Teve a sua demissão, e não foi naturalmente pelos serviços que estava fazendo à sua pátria, pelo engrandecimento que estava dando à receita pública, etc... Se caiu foi porque naturalmente a opinião, a imprensa, os partidos coligados, o poder moderador, o julgaram menos conveniente para administrar a riqueza nacional. E o Sr. Carlos Bento saiu do poder com importância.

Por isto foi ministro da Fazenda uma segunda vez. Mostrou de novo a sua incapacidade - pelo menos o julgou, por essa ocasião, o poder moderador, impondo-lhe a sua demissão. E a importância do Sr. Carlos Bento cresceu!

Por consequência foi terceira vez ministro. Caiu; devemos portanto ainda supor que naturalmente deu provas de não ser competente para estar na direcção dos negócios. E a sua importância aumentou, prodigiosamente.

É novamente ministro: se tiver a fortuna de ser derrubado do poder, e convencido pela opinião de uma incapacidade absoluta, será elevado a um título, dar-se-lhe-ão embaixadas, entrará permanentemente no Almanaque da Gota...

 

Ora tudo isto nos faz pensar - que quanto mais um homem prova a sua incapacidade, tanto mais apto se torna para governar o seu país!

E, portanto, logicamente, o chefe do Estado tem de proceder da maneira seguinte na apreciação dos homens:

O menino Eleutério fica reprovado no seu exame de francês. O poder moderador deita-lhe logo um olho terno.

O menino Eleutério, continuando a sua bela carreira política, fica reprovado no exame de história. O poder moderador, alvoraçado, acena-lhe com um lenço branco.

O caloiro Eleutério, dando outro passo largo, fica reprovado no 1º ano da Faculdade de Direito. O poder moderador exulta, e quer a todo o transe ter com ele umas falas sérias.

O bacharel Eleutério, avançando sempre, fica reprovado no concurso de delegado. O poder moderador não pode conter o júbilo, e fá-lo ministro da Justiça.

 

E a opinião aplaude!

 

De modo que, se um homem se pudesse apresentar ao chefe de Estado com os seguintes documentos:

Espírito de tal modo bronco que nunca pôde aprender a somar;

Reprovações sucessivas em todas as matérias de todos os cursos.

O chefe do Estado tomá-lo-ia pela mão, e bradaria, sufocado em júbilo:

- Tu Marcellus eris! Tu serás, para todo o sempre, Presidente do Conselho!”

 

in As Farpas

 

Tantos anos depois e ... nada mudou...!  Constata-se que o curriculum (ou a ausência dele) continua a ser o critério para seleccionar os nossos governantes. E nem vale a pena pensar em José Sócrates... Está no Governo "de pedra e cal". Não vai cair!...

Basta ouvir falar este grande homem... Sim. Basta ouvir falar este administrador para  perceber de que está recheada a sua competência.

 

Sim. Vejam "com olhos de ver", ou melhor, "escutem com ouvidos de escutar" o que diz o GRANDE HOMEM que o vídeo acima nos apresenta! Sim. GRANDE... Pequeno sou eu e muitos outros portugueses. Sim... Porque este até conseguiu chegar a administrador!

 

Qualquer professor deve ter inveja... E não é da competência !
Agora percebo... Há que avaliar... Pena não haver o prémio "livro de ouro"... talvez tivesse que concorrer com a nossa Isabel Alçada... A ver... Sim... A ver a quem iria tocar o prémio!
Sem dúvida que Portugal pouco ou nada mudou desde o tempo de Eça de Queirós... Continuamos a ter os nossos "Eleutério" como no tempo de Eça de Queirós. O lamentável é que busquem sacrificar quem nada tem a ver com a desgraça económica, com a falência para  que os políticos conduzem o Estado Português...

 

O problema é que são estes que chegam a administradores. Senhores como este facilmente chegam a deputados… E este, em concreto, com tanta competência, corre um sério risco de, tal como outros incompetentes, ser nomeado Ministro! E, já que percebe muito de futebol, quem sabe, chegue a Ministro da Educação. Depois, os professores que os aguentem.

Basta de bater na competência (ou ausência dela) deste Administrador... Mas creio analisar o seu discurso permite perceber por que motivo Portugal caminha para o abismo. É que os lugares de decisão e de maior importância das empresas ou dos ministérios continuam a ser seleccionados por... por ... por ausência de critérios para além do cartão partidário. Depois, se a empresa dá prejuízo ou se baixam os lucros, os trabalhadores que aguentem com os custos da crise ou os consumidores que suportem o aumento sistemático dos preços dos bens de consumo pois, para o aumento dos ordenados destes senhores  é que tem de haver dinheiro...

E vejam o que se passou com a  mentira da subida dos preços do petróleo. Agora que baixou o preço do barril (esteve a 140 dólares e agora está abaixo de 70 dólares!) e a gasolina nunca esteve tão cara... Porquê?  A subida dos preços do petróleo foi uma mentira. Porque a verdade é que nas empresas tem de haver dinheiro para pagar aos seus administradores (ou seja, a competentes como este GRANDE SENHOR...!) os consumidores que paguem... E que nem piem!

 

Enfim... é caso apra dizer que se temos de ouvir este senhor, bem é preferível ouvir o Tino de Rans! Pelo menos é original... é autêntico.. é verdadeiro... E, sem dúvida, a julgar pelas habilitações  necessárias para ser Ministro, um dia ainda será igual a José Sócrares: Em primeiro... Ministro! Em segundo... Primeiro-Ministro!

 

 

Enfim...

Por este andar, com o massacre dos profissionais competentes e o endeusamento dos incompetentes, talvez um dia tenhamos o “Tino de Rans” a presidir a esta República… É que ele até em mérito. Foi à luta e chegou a Presidente da Junta…! E, vendo para que serve um Presidente da República, pelo menos tínhamos uma vantagem: poderia rir às gargalhadas sem ter de subscrever a TV-cabo ou de se deslocar ao circo: ele entraria em casa pelo Serviço Público de Televisão.

 

Que melhor poderia querer uma maioria do povo português, hipnotizado pelo bombardeio diário dos problemas do futebol e das intrigas das novelas?!

Claro.... E repetimos:

Sempre é preferível ouvir o Tino do que ouvir este Administrador...

 

 

Desde os descobrimentos, quando nobres e corajosos homens lusos marcaram um rumo para o país, nunca mais Portugal teve capacidade de definir um Rumo. Andamos atrás do que se faz como propaganda noutros países. E copiamos sempre o que há de pior... Ou seja, os nossos governantes tornaram-se especialistas em destruir o que há de bom. Assim, quando algo funciona bem, lá vem mais um ministro alterar o estado de coisas. E lá se vai tudo quanto Maria fiou... Anos de trabalho, meses e meses se não mesmo anos a navegar para Norte em busca do Bacalhau da Noruega, ninguém imagina chegar um no capitão  ao barco e mandar navegar para Sul pois sabem muito bem onde encontrar o bacalhau. Mas os incompetentes dos nossos governantes que chegam à competência por eleição (e não por provas dadas), andam constantemente a mudar de rumo... Resultado: não é possível chegar a lado algum. O Rumo é, cada vez mais, a "Ausência de Rumo". Sim, tal como há cerca de 140 anos...

 

Eça de Queirós escrevia:

 

"O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!'.

In 'As Farpas' nº 1 (1871).

 

O que dirão os portugueses daqui a 140 anos?

Será que os nossos netos e bisnetos estarão a dizer exactamente o mesmo?