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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

J.Ferreira

Cada dia que passa apenas nos damos conta de mais uma machadada no sistema educativo. Por todo o mundo árabe assistimos à "revolta dos povos" contra os governantes. Mas as democracias, quanto à escravatura económica dos povos, não se diferenciam muito. Apenas transformam os povos livremente, em escravos do tempo, escravos dos seus eleitos. Porém, ou as coisas mudam ou um dia, mais cedo ou mais tarde, chegará também o dia da "Indignação Contra os Carrascos da Democracia".

O Ministério insiste em levar avante uma Avaliação docente que se demonstra demasiado burocrática, injusta e que em nada espelha o contributo de cada docente para a melhoria do processo educativo. A divulgação recente de uma vaga de "Formação para Avaliadores" que visa ser replicada pelo país, disseminando os conteúdos da formação realizada na Área da Avaliação de Desempenho Docente é, de facto, a prova mais que evidente de que, mesmo que o destino seja o Abismo, este governo é teimoso, cego e surdo... e quer levar a ADD avante, mesmo que o destino seja a destruição do ambiente de cooperação profissional que deveria ser incentivado e desenvolvido nos estabelecimentos escolares.

Questionámo-nos, pois, "Para quando o fim da panaceia, obsessão ou fixação do Governo Socialista? Que frustração, fixação ou obsessão terá Sócrates contra os professores?

Todos sabemos que os Ministros nunca foram avaliados na sua formação para que chegassem ao cargo que ocupam. Chegam lá por nomeação! Nunca por competência, mas sim, por amizade, por caciquismo, ou até "partidarite" (leia-se, família partidária)... Ao contrário, caros leitores, os professores (os que se formaram especificamente para serem professores!) devem continuar a ser avaliados eternamente porque os nomeados assim o decidem? Ora, meus caros, não existe qualquer lógica neste sistema. Por isso, sempre consideramos que se trata de criar equipas dentro das escolas que cooperem apra o êxito escolar dos seus alunos. E, só em igualdade de condições (recursos humanos e materiais) e de equivalente origem sócio-económica e cultural dos alunos se poderia efectuar uma avaliação do trabalho desenvolvido pelos docentes. Tal é tão impossível quanto é impossível avaliar com justiça, o desempenho dos docentes. Podemos aceitar que se faça uma roleta. Seria mais legítimo que o Governo instituísse uma "Roleta Russa" para atribuir a Avaliação ao Desempenho dos Docentes do que esta pseudo-avaliação que apenas servirá para legitimar (fazendo parecer justas uma avaliação injusta!) a valorização atribuída aos docentes numa pseudo-avaliação do seu trabalho.

Da mesma maneira que dos médicos não se podem ser avaliados pelos resultados (ou nenhum quereria ir trabalhar para os hospitais de oncologia!) também não podemos aceitar a avaliação dos docentes quando o público é diferente, os diagnósticos são diferentes e as condições de exercício nas diferentes escolas são também diferentes. Desde o frio por que passam os alunos das escolas do interior durante a maior parte do tempo escolar até aos recursos de que dispõe cada estabelecimento (fotocopiadora, sala de informática, material escolar, até passando pelos materiais e meios de estudo dos alunos (associados aos recursos das famílias de onde são provenientes!) tudo é diferente de estabelecimento para estabelecimento.

É verdade que se aceita que, para a Taça de Portugal se permite que se enfrentem clubes da 1ª Liga com clubes da liga de Honra e/ ou da 2ª Liga ou até 3ª Liga, a verdade é que esta é uma injustiça tremenda pois a taça deveria ser por nível de Ligas e não “todos no mesmo saco!”. É óbvio que “só por milagre!” um clube da 2ª Liga poderá conseguir vencer esse troféu. No entanto, como não há alternativa, só lhes resta seguir estas regras... E até podem gostar de jogar contra os chamados “grandes!” pois é uma honra recebê-los nos seus estádios. Porém, ninguém exige que um jogador de uma equipa menor seja capaz de suplantar a categoria dos que pertencem às equipas de alta competição.

Mas voltemos à Avaliação Docente. Será que teremos de ser injustamente avaliados e por critérios absurdos só para justificar o dinheiro que se desperdiça, que em nada contribui para melhorar a qualidade do ensino (só serve para criar a guerra e o individualismo, tão contrários à necessária cooperação dos elementos de uma mesma equipa que quer atingir êxito no seu trabalho!) mas que, pelo contrário, contribui para acelerar o ciclo de desenvolvimento profissional dos professores levando-os a saltar para mais rapidamente para a fase do desânimo e do desencanto.

Constatamos, infelizmente, que do “Ranking das Escolas” o Ministério passou a preocupar-se com fazer um "Ranking dos Professores". E, para isso, estabeleceu quotas de máximas para a classificação de "Muito Bom" e de "Excelente". Sim. Como se numa equipa docente de uma escola não pudera existir 6 ou sete professores de nível Excelente, tal como se verifica numa equipa de futebol ou noutra qualquer empresa.

Cremos que, se o governo considera este sistema sério, é mais que chegada a hora de o levar à prática dentro do próprio Governo e, assim, demonstrar a todo o país que o que apregoa para os outros também defende a sua aplicação. Ora, aplicar aos demais funcionários públicos o que rejeita para si próprio é um princípio que não se coaduna com os valores da democracia. Exigimos que seja feita a avaliação dos políticos que nos governam e que no Parlamento são pagos pelo erário público. E que aos mesmos se apliquem o mesmo sistema de quotas... Só assim se pode aceitar que seja feita a avaliação dos docentes com base em critérios absurdos como os propostos e com as quotas que lhes foram impostas. Estamos para ver qual vai ser o nível atribuído a cada um dos Ministros. Um governo sério, aplicaria a mesma distribuição de quotas à avaliação dos membros do Governo. Ora, como apenas um ou dois teriam Excelente, José Sócrates, obviamente, ao avaliar os colegas, reservaria logo um "Excelente" para si próprio e outro para o Ministro das Finanças (pois se o não atribuísse, talvez ficasse sem salário!). Enfim... E assim sucessivamente. Estamos convictos que, com a aplicação (bem merecida) das quotas, à nossa "Isabelinha", Ministra da Educação, apenas lhe tocaria (se não mesmo, um "Insuficiente") um favorecido “Regular”...!

Há muito que criticamos o primeiro Ranking porque consideramos que "Os Alunos Não São Tijolos". Mas agora, com a Avaliação dos docentes, vamos cair no maior e mais injusto dos erros que é comparar o que não é comparável. O trabalho com alunos (que não sejam tijolos!), oriundos de famílias tão díspares em termos sócio-económicos e culturais, é condenar ao fracasso o melhor dos professores caso seja colocado numa dessas escolas!

Enfim. Estamos convictos também de que esta panaceia acabará por destruir o sistema educativo. No dia em que na selecção nacional, apenas um ou dois jogadores puderem ser avaliados com Excelente e 5 ou 6 com Muito bom, poucos ou nenhuns dos jogadores se disponibilizarão para integrar a selecção pois não quererão ver o seu prestígio achincalhado na praça pública. E os professores? Quantos estão dispostos a contribuir para esta palhaçada que é a Avaliação Docente? Quantos estarão disponíveis para submeter os professores a estes critérios absurdos? E, os que o fazem, com que objectivos aderem a esta injustiça? Será que querem deturpar o percurso efectuado pelos actuais professores quando se formaram e foram avaliados (sucessiva, repetida e criteriosamente) por profissionais que os diferenciaram atribuindo-lhes diferentes notas ao longo do percurso académico que lhes permitiu alcançar uma dada classificação final de licenciatura... ?

Será que querem deturpar o verdadeiro valor da formação profissional dos docentes? Ora, ainda que tenha havido (seguramente, em casos excepcionais) alguma injustiça (como em tudo, incluindo nos julgamentos dos tribunais!) numa ou outra disciplina que constava da formação inicial, a estatística demonstra facilmente que um aluno que, por ventura, possa ter sido prejudicado na classificação que lhe foi atribuída a uma dada disciplina, é bem provável que tenha sido beneficiado noutra disciplina. O facto é que daquelas em que saímos beneficiados, raramente falamos... Por isso, a Avaliação docente não pode ser um meio de atribuir a um ou um reduzido número de indivíduos (tenham eles a formação que tenham, frequentem os cursos que frequentem e ainda que tenham um nível mais elevado de habilitações) a discricionariedade de avaliar os colegas partindo de pressupostos, recursos e condições de exercício diferentes. Quando avaliar tem como pressuposto o conceito “comparar”, não se pode consentir que se compare o incomparável. E, como atrás dissemos. Os alunos não são tijolos... Logo, não podemos avaliar com justiça o trabalho dos docentes quando existe um critério que é objectivamente injusto (ainda que seja apenas um e com o peso mais reduzido que se lhe possa atribuir!). Logo, considerar os resultados da avaliação dos alunos para a avaliação dos docentes é a maior das injustiças que se pode praticar pelo que é inaceitável que tal tenha sido plasmado na lei.

Que esperamos para exigir o fim desta panaceia? Os professores já foram sobremaneira avaliados. Basta! Vivemos na Escola e para a Escola. Os alunos são o único motivo da nossa existência. A sua formação é o único motivo do nosso trabalho e dedicação. Nem nenhum cidadão nem nenhum Governo tem o direito de se querer auto-proclamar como o "arauto" da defesa da Escola Pública. Do nível de bem-estar que nela se possa desenvolver depende a vida dos professores bem durante bem mais tempo que dos alunos. Basta de criar querelas dentro e entre a comunidade educativa. Basta de colocar professores contra professores. Numa equipa, todos devem trabalhar para o objectivo do "clube" (leia-se, escola) e não para objectivos individuais (leia-se, obter a melhor classificação para poder subir na carreira mais rápido, à custa das variáveis que o professor não controla... Ou será que se a minha filha alcança uma média final de secundário superior a 19,8 valores o mérito ou demérito do professor pode ser medido por esses resultados? Então, por que será que na mesma turma há alunos que sendo bons (não descem de 14 valores) também não chegam ao "muito bom" ou Excelente?

Muitos argumentos se poderiam apresentar para um único objectivo dignificante da classe: acabar com esta panaceia da avaliação que está  a destruir os sistema educativo, o ambiente de cooperação tão necessário para que uma comunidade possa melhorar o seu nível de vida. Numa organização em que os resultados dependem de muitos outros actores e intervenientes no processo (como é o caso do sistema educativo) os governantes quiseram fazer como Pilatos e lavar as mãos dos maus face aos maus ou péssimos resultados das suas políticas e/ou das decisões que tomam para aparecerem apenas vinculados ao êxito e ao pretenso "mérito" (como é o caso do vergonhosamente chamado prémio para o "Melhor Professor do Ano"!). Por isso inventaram um modelo de avaliação que nada avalia mas que serve para encontrar os bodes expiatórios para a sua incompetência governativa. Tal como o mérito não pode ser atribuído exclusivamente aos professores, o fracasso também não lhes pode justamente ser imputado. Não é, pois, aceitável nem que se responsabilize nem que se premeie nenhum professor (em particular e individualmente) pelo êxito ou fracasso escolar dos alunos. Qualquer uma das situações referidas é um autêntico oportunismo que se transforma na maior aberrração. Em suma. A avaliação, tal como tem sido concebida, é um absurdo! Aliás, o seu resultado está à vista de todos: patrocina o egoísmo, o individualismo, "o salve-se quem puder" em busca da classificação que pode trazer mais benefícios individuais (em vez de colectivos da comunidade educativa!). Este modelo está a transformar-se numa fonte de querelas e disputas, caracterizando-se por ser um forte e claro incentivo à corrupção, ao caciquismo, à cunha e ao compadrio...

Compreendemos que o Governo Socialista tenha sido mesmo arrojado (e bem!) ao legalizar o direito ao aborto. Porém o facto de ter sido o Governo Socialista a legalizar o aborto não lhe dá (nem daria a qualquer outro Governo!) legitimidade democrática para andar a "brincar ao aborto". Ele fica muito caro. Mas é o que tem feito. Tem gerado "crianças" (Agrupamentos) usando o ventre das nossas crianças (Escolas) para depois as destruir abortando todo o processo de autonomia que ele lhes havia concedido e determinado. A Educação é um assunto demasiado sério porque pode hipotecar o futuro de milhares de jovens (filhos dos cidadãos contribuintes!). Por isso, brincar com a educação é brincar com o futuro. E isso, nem este nem nenhum outro governo tem legitimidade democrática para o fazer. Basta de gastar dinheiro em recursos que os professores nunca pediram (como os "magalhãezinhos"!) para, depois de estafarem milhões ao erário público em recursos que não são prioritários (há escolas onde falta aquecimento e até papel higiénico!), virem dizer que a Educação fica muito cara ou que investiram ou aumentaram o gasto em Educação em milhões de euros (como!!?? Os magalhães são gastos em Educação? Pedidos por quem? Pelos Professores?) e depois acusarem ou culpabilizarem os professores pelos resultados terem ficado aquém do esperado ou desejável. Obviamente...

Comparemos situação com a de outros profissionais. Se fosse o Governo a decidir que os médicos têm de usar a "quimioterapia" para recuperar pacientes a quem os médicos apenas receitariam uns comprimidos de "paracetamol", os gastos com equipamento de saúde disparariam e a culpa dos maus resultados quanto à recuperação da saúde dos cidadãos seria atribuída aos médicos! Ora, meus caros governantes: deixem que os docentes (tal como deixam que sejam os médicos a decidir que medicamento devem tomar os seus pacientes) a decidir que terapia e que equipamentos devem ser utilizados pelos seus "pacientes" (ou clientes, na versão mais moderna!) para que sejam alcançados os objectivos educativos já que são os docentes que na área da Educação (tal como os médicos, na área da saúde) os especialistas mais indicados para decidir o que é necessário para atingir o êxito escolar e académico dos seus jovens.

Nenhum Governo ( com maioria ou minoria parlamentar) tem o direito de obrigar a abortar! Mas é o que está a acontecer. Este governo faz abortar projectos, reorganização das comunidades educativas acabadas de gerar. E o mais grave é que, sendo o Governo  "o pai  da criança" seja o Governo a Obrigar os agrupamentos a abortarem a organização que ele mesmo fecundou e fez incubar. Ninguém duvide da competência e da dedicação dos professores aos seus alunos. Excluindo os seus pais e familiares mais chegados (e não todos, obviamente, caso contrário nunca existiriam crianças maltratadas nem violadas pelos próprios familiares ou até progenitores!) os professores são (no mínimo tanto ou até mais que os médicos!) aqueles de quem depende o futuro dos nossos jovens, incluindo a sua saúde de cada um deles. Sim... porque sem uma formação para a saúde, não há um "caminho" para a saúde! E, se é com os médicos que nos hospitais podem recuperar de doenças graves, é nas escolas que as crianças, adolescentes e jovens passam a maior parte do seu tempo. E, se é na escola que os cidadãos passam grande parte do seu tempo até à idade adulta, é também na escola que nós, os professores, passamos a maior tempo das nossas vidas (e por muito mais tempo, pois, de acordo com as novas regras de reforma, passaremos mais de 42 anos intra-muros escolares!). Considerando que o objectivo do ser humano, mais do que atingir a felicidade, é viver em felicidade — a felicidade é um estado que se pretende duradouro ou até permanente (e não um ponto de passagem que atingido, já nos satisfaz!) pois queremos permanecer nesse estado — e sabendo-se que a felicidade de cada um depende da felicidade com que vivemos o dia a dia (que depende, e muito, da felicidade de quem nos rodeia!) pedimos: deixem-nos fazer felizes os nossos alunos. Ou será que temos de invocar o "grito de revolta" usado por Cavaco Silva quando era Primeiro Ministro: "Deixem-nos Trabalhar!" ?

J.Ferreira

A grande diferença entre Portugal e o Egipto é que Portugal está sob um regime de pseudo-democracia enquanto o Egipto parecia estar sob a governação de uma pseudo-ditadura. Ora, a diferença... é, nula ou quase nula! Ou melhor: os portugueses estão pior porque a comunidade internacional suporta e apoia os que se manifestaram no Egipto, enquanto que, facer ao mesmo tipod e movimentos em Portugal, adopta uma atitude de apoio aos governantes que conduzem o país (igualmente para o abismo!) submetendo o povo a modelos de autêntica escravatura onde os direitos sociais dos cidadãos contribuintes são cada vez mais reduzidos, a cada dia que passa.

A atitude dos "manda-chuvas" europeus que vêem os governos a desbaratar dinheiros e a escravizar os seus povos, leva-nos a concluir que não podemos contar com o apoio dos burocratas da Europa nem para compreenderem a sua indignação fazer aos políticos que determinam políticas irresponsáveis nem de exigirem a responsabilização dos mesmos pela má gestão da coisa pública. Aliás, a República é isso mesmo. A coisa pública. Por isso,  na Constituição da república deveria (como já aqui escrevemos há anos!) ter inscrita uma OBRIGAÇÃO constitucional do Presidente da República assumir a sua responsabilidade e DEMITIR O GOVERNO sempre que o mesmo se desvia das promessas efectuadas antes do sufrágio eleitoral...

Ora, a não ser assim, um dado Governo pode pois, conduzir um país para o abismo que nada lhe acontece... Acreditamos que se o mandato do PR fosse apenas um, ainda que com um maior número de anos (sete, por exemplo!) isso não acontecesse. a chamada "Bomba Atómica" poderia ser usada e serviria de aviso para que os governantes e os candidatos à governação deixassem de mentir e enganar o povo. De facto, votamos num programa eleitoral que constitui um autêntico "cheque em branco" aos eleitos que lhes permite fazer exactamente o contrário do que nele é prometido. Ou seja, é como se uma empresa assumisse a construção de uma determinada ponte com um dado caderno de encargos (com a indicação dos materiais, dimensão, etc...)  mas que, depois de lhe ser adjudicada a obra ignorasse esse mesmo caderno de encargos para a fazer por um menor custo e no dia da sua inauguração a ponto de a mesma ruir ao passar o primeiro carro.

Ora, como o apoio à nossa indignação e legítima reivindicação se torna difícil obter da comunidade internacional, teremos de ser nós a organizar-nos e a protestar, alto e bom som, contra este estado de coisas que toca o limites da tolerância.

No estrangeiro, pensa-se que em Portugal se vive numa democracia mas na realidade, não passa de uma "partidocracia"!... Deixemo-nos de enganar uns aos outros. Em Portugal o povo não governa... Governam os mandatados do povo mas que nunca são directamente responsabilizados pela desgraça provocada pelos seus "comandos"...

Portugal nunca foi uma democracia. Numa democracia, o povo decide o rumo que pretende para o seu país. No sistema democrático vigente, o povo apenas decide sobre que partido vai decidir sobre o seu rumo. E o mais grave é que os políticos nem respondem (durante 4 anos, pelo menos, e até novo acto eleitoral) pelo que prometeram e nada cumpriram. Aliás, mesmo que passem imediatamente a fazer o contrário do que prometeram, ficam impunes durante 4 anos!

Mas "por que carga de água" é que somos sistematicamente enganados, pressionados, maltratados, espezinhados, ignorados...? Será que temos forçosamente de aceitar que, aqueles que (des)governam o país continuem a decidir mesmo tendo enganado o povo, com mentiras de promessas que (seja pelos motivos que seja!) sabiam perfeitamente que nenhuma intenção tinham de cumprir ? 

Despertemos antes ques eja tarde... A única coisa que está grantida é que, continuando com estes timoneiros, este nosso barco (país) está condenado ao destino do Titanic: o abismo.

Ora, ou mudamos de rumo e de timoneiros antes que seja demasiado tarde, ou vamos mesmo "A caminho do Abismo".

Algo nos contenta.É que começamos a ver circular mensagens com conteúdo que mais parecem originadas de países como o Egipto onde a coragem dos seus cidadãos demonstra o quanto nós, portugueses, podemos também fazer para que o nosso país mude de rumo.

A onda gigante e devastadoraou TSUNAMI jáestá a enviar os seus sinais. Cada vez somos mais os indignados com esta política de "Terra Queimada" que nos está a hipotecar, não só o nosso futuro, como o futuro dos nossos filhos. Basta!

É da indignação manifestada nesse email que, de seguida, faremos eco:

Nenhum governante fala em:
1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três Presidentes da República retirados;
2. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode;
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego;
4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.
5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros?s e não são verificados como podem ser auditados?
6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821, etc...;
7. Redução drástica das Juntas de Freguesia.. Acabar com o pagamento de 200€ ? por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75, ? nas Juntas de Freguesia.
8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades;
9. Acabar com a distribuição de carros a, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País; Manter apenas os dos Presidentes;
10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...
11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos;
12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc;
13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis....
14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DA COISA PÚBLICA....;
15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder...
16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar;
17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.
18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP;
19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.
20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.
21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.
22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).
23. Assim e desta forma Sr. Ministro das Finanças recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado;
24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP, que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custados papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem"...;
25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;
26. Controlar a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise";
27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;
28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.
30. Pôr os Bancos a pagar impostos.

J.Ferreira

Depois de termos tomado conhecimento da iniciativa do corpo docente (digno desse nome!) de uma Escola decidimos publicar també neste blogue a TOMADA DE POSIÇÃO DOS PROFESSORES DA ESCOLA SECUNDÁRIA INFANTA D. MARIA – COIMBRA – SOBRE A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE

Os professores da Escola Secundária Infanta D. Maria (ESIDM) aprovaram, em 27/10/2008, uma moção em que mostraram o seu “veemente desagrado face ao modelo de avaliação introduzido pelo Decreto Regulamentar N.º 2/2008, de 10 de Janeiro”, tendo decidido por unanimidade “suspender a participação neste processo de avaliação de desempenho até que se proceda a uma revisão concertada do mesmo, que o torne exequível, justo, transparente, ou seja, capaz de contribuir realmente para o fim que supostamente persegue, uma Escola Pública de qualidade.”

Posteriormente, e face a algumas alterações introduzidas pelo Governo, os professores da ESIDM aprovaram em 6/1/2009 uma moção em que consideraram que “as alterações pontuais que foram introduzidas não alteraram a filosofia e os princípios que lhe estão subjacentes”, mantendo o essencial do modelo. Decidiram, então, manter suspensa a sua participação no processo de avaliação.

Relativamente ao Modelo de Avaliação do Desempenho Docente (ADD) estabelecido no actual Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, os professores da ESIDM consideram que mantém muitas das características negativas do anterior modelo contestado pela esmagadora maioria dos professores a nível nacional.

O Decreto Regulamentar N.º 2/2010 não tem em conta a complexidade da profissão docente, que não é redutível a um modelo burocrático, numa perspectiva limitadora de uma verdadeira ADD.

Este modelo, pela sua excessiva complexidade, implica um grande acréscimo de procedimentos burocráticos para os professores, correndo-se o risco de ficar relegado para um plano secundário todo o trabalho que enriquece verdadeiramente o processo de ensino-aprendizagem.

Não revela um cariz formativo, destinando-se essencialmente a garantir a progressão na carreira (congelada sabe-se lá até quando…), nem promove a melhoria das práticas, não se traduzindo, pois, em qualquer mais valia pessoal e/ou profissional.

Impondo quotas para as menções de Excelente e Muito Bom, desvirtua qualquer perspectiva dos docentes de ver reconhecidos os seus méritos, conhecimentos, competências e investimento na carreira.

Provocará uma conflitualidade acrescida entre docentes, contribuindo, assim, para um indesejável clima de trabalho na comunidade escolar.

A avaliação objectiva, a realizar pelos avaliadores, do grau de consecução dos avaliados não se encontra garantida devido ao excesso de complexidade do modelo relativamente aos domínios e indicadores dos descritores para cada uma das dimensões.


Este modelo é dificilmente exequível também pelo trabalho exigido aos avaliadores que passa pela observação de aulas, apreciação dos relatórios de auto-avaliação e respectivos anexos e evidências, preenchimento das fichas de avaliação global, entrevistas com os avaliados, reunião do júri de avaliação, entre outras tarefas a desenvolver dentro do respectivo horário de trabalho.

Tendo em consideração o que foi referido, os professores da ESIDM abaixo assinados manifestam a sua discordância relativamente ao modelo de avaliação em vigor, exigindo a quem de direito que promova, o mais brevemente possível, uma discussão séria e alargada sobre a avaliação do desempenho docente, com vista a encontrar um modelo consensual, não burocrático, justo, que seja possível aplicar sem causar prejuízos ao normal funcionamento das escolas, visando a melhoria do serviço educativo público, a dignificação do trabalho docente, promovendo, deste modo, uma escola de qualidade.


Coimbra, 31 de Janeiro de 2011


Dar conhecimento a:

Presidente da República
Primeiro-Ministro
Ministra da Educação
Directora Regional de Educação do Centro
Conselho Nacional de Educação
Conselho das Escolas
Comunicação Social

Os Professores:



Nota: o texto que acabam de ler foi (extraído daqui) levou-nos a uma associação inevitável a conhecido poema de Manuel Alegre (em especial,  à sua última estrofe!) que passamos a transcrever:

 

CANTAR A LIBERDADE

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio - é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

 

Mais palavras para quê...?

J.Ferreira

Haverá razão para alterar a escrita e promover-se um novo Acordo Ortográfico???
Ou isto não passa de mais um hilariante erro dos nossos políticos?

Algumas perguntas pertinentes:

Afinal, qual é a origem da nossa Língua? O Português é originário do Grego e do Latim ou do Brasil? Ora, se a origem está na Velha Europa, porque é que temos de adaptar a língua aos falantes de português que se encontram do outro lado do Atlântico?

Se repararmos na tabela abaixo, constataremos facilmente que, na maior parte dos casos, as consoantes mudas das palavras usadas nas línguas europeias mantiveram-se tal como se escreviam na sua língua mãe.

Vejam como algumas palavras passam a ser escritas e como uma vez mais ficaremos sós, no mundo das línguas, inovando simplesmente porque a falta de cultura de um dado povo se nos impõe pela sua capacidade económica.

 

 

Latim

 

Francês

 

Espanhol

 

Inglês

 

Alemão

Actor

Acteur

Actor

Actor

Akteur

 

Facteur

Factor

Factor

Faktor

 

Tact

Tacto

Tact

Takt

Reactor

Réacteur

Reactor

Reactor

Reaktor

Sector

Secteur

Sector

Sector

Sektor

Protector

Protecteur

Protector

Protector

Protektor

Selection

Seléction

Seleccion

Selection

 

 

Exacte

Exacta

Exact

 

 

 

 

Except

 

Baptismus

Baptême

 

Baptism

 

 

Exception

Excepción

Exception

 

 

 

 

Optimum

 

 

Agora vejam as mesmas palavras mas... escritas de forma a demonstrar a evolução verificada na escrita em Português.

Português

(Pré-Acordo)

Português

(Colonizado

pelo Brasil)

 

Actor

Ator

 

Factor

Fator

 

Tacto

Tato

 

Reactor

Reator

 

Sector

Setor

 

Protector

Protetor

 

Selecção

Seleção

 

Colectivo

Coletivo

 

Excepto

Exceto

 

Exacto

Exato

 

Recepção

Receção

 

Baptismo

Batismo

 

Excepção

Exceção

 

Óptimo

Ótimo

 

O Acordo Ortográfico constitui um atentado contra a Língua e a Cultura Portuguesa. E, desta vez, com a complacência dos intelectuais da Língua de Camões.

Um pouco de história sobre o que sofreram portugueses para que aprendessem a Língua de Camões... Durante longas décadas, com apenas 7, ou 8 ou até 9 anos, muitas crianças tiveram de escrever textos ditados pela voz das suas professoras e/ou professores. A partir do 3º erro de cada texto, tinham que preparar as mãos para as dar à palmatória. E levavam reguadas por escreverem palavras que eram consideradas como erro: "ação" (acção), "ator" (actor), "fato" ("facto"), "tato" ("tacto"), "fatura" (factura), "reação" (reacção),  etc, etc...  

Com a entrada em vigor desta aberração a que chamam "Acordo Ortográfico" (sem que o país fosse chamado a pronunciar-se sobre se estava ou não de acordo com a mudança da escrita!), constatamos que as reguadas levadas por muitos dos nossos antepassados foram tempo perdido. Alunos que podem ter reprovado por não saberem escrever, agora teriam aprovado. Ensinam as pessoas a escrever de determinada maneira para agora nos termos de adaptar. É ridículo...

E não me venham com essa de que a Língua não é pertença de um dos povos que a falam… Ou que há mais nativos no Brasil a falar Português do que nativos em Portugal a falar essa Língua. É que pode haver mais cidadãs brasileiros que portugueses que, isso nunca significará que haja mais gente a falar português no Brasil que fora do Brasil.

Por outro lado, podemos constatar que o Inglês (de terras de Sua Majestade) e o Inglês dos Estado Unidos da América têm muitas semelhanças e também muitas diferenças (quer de escrita quer de pronúncia!) tal como o Português do Brasil e o Português de Portugal… Porém, curiosamente e não por acaso, não assistimos a nenhuma preocupação dos ingleses em chegar a nenhum acordo com os Estados Unidos para implementarem um acordo que unifique a Língua. Aliás, essa é uma garantia de que continua a haver editoras nos dois países com a sua quota de mercado garantida. Porém, a nova fórmula de escrita pode fazer implodir as editoras Portuguesas que muito bem se podem deslocalizar par ao Brasil onde o nível de vida é muito baixo e os custos de produção lhes podem ficar bem mais acessíveis, garantindo o único motivo subjacente à política empresarial: o lucro.

Vejam como outras línguas da Europa se comportam relativamente a palavras que agora nos querem impor uma nova escrita, naturalmente, a que se faz no Brasil som porque os brasileiros não a pronunciam ou porque não se lêem e, por isso, nada fazem na palavra.

Meus caros, se formos por essa via, os brasileiros pronunciam todos os infinitivos dos verbos sem evidenciarem o “r” final. Será que passaremos a “escrevê” em vez de “escrever”? A “falá” em vez de “falar”? E, já agora, a “vomitá” (em vez de “vomitar”)verborreia discursiva. Até no Inglês, a maior parte das palavras derivam do latim. Uma vantagem haveria para os adeptos das palavras agudas pois incrementaria imenso as suas probabilidades de ganharem uma qualquer disputa linguística.

Na verdade, outras questões existem que ninguém se preocupou. Como podemos dizer cinquenta quando o “u” não se lê na sílaba “que”? Então não é verdade que se escreve quente e se diz “kente” ao mesmo tempo que se escreve frequente (palavra que contém em si a anterior “quente” mas onde já se lê a letra “u”… Da mesma forma que se diz eloquente (lendo-se a letra “u”) enquanto se diz aquece (não se lendo o “u”). De igual modo, se diz aquífero (lendo-se o “u”) mas diz-se aquilo ou quimera, quinze e quintal ou queimar (em que não se lê a letra “u”).

Ao menos que tivéssemos sido ousados e pragmáticos. Afinal, se queriam simplificar, porque não varreram de vez com a letra “ç” pois somos das poucas línguas latinas que ainda o usam… E, pelo que parece, é uma trapalhada para as novas tecnologias… O castelhano não a tem (exceptuando na palavra Barça: clube de Barcelona) e no francês é tão rara que, nem vale a pena falar dela… já para não dizer que nem existe em Inglês. Ah… Claro. Porque a Língua Portuguesa vem do Latim e em latim se escrevia assim, não é verdade?

Mas… onde está a coerência (pois só vemos a falta dela) nos argumentos apresentados para este Acordo Ortográfico?

Dito de outra forma, a quem querem enganar com esta trampa (será que existe esta palavra ou estarei eu a inventar?).

Bem diz uma jovem que acaba de entrar na Universidade tendo conseguido a nota máxima possível no ensino Secundário: 20 valores! Para quê mudar a Língua que tanto lhes custa a aprender? "E eu, que gostava tanto da Língua Portuguesa... Afinal, para que andaram a ensinar-nos a escrever de determinada forma se de um momento para o outro nos atiram para o lixo horas e horas de estudo, conceitos e conhecimentos que tínhamos adquirido e de que tínhamos tanta certza em troca de um acordo que para nada serve senão para tornar a Língua mais estranha e esquisita para além de ser a negação da sua origem..."

E, se atentarmos nas notícias dos últimos dias em que tanto se tem falado e escrito sobre o EGITO, quase nos atrevemos a perguntar: como se passam a chamar os naturais deste país? Egitios, egicios, egitanos, egitenses,… ?

As verdades que aqui ficam evidenciam bem o ridículo deste acordo ortográfico… Para além das perturbações na escrita e nas pessoas é um balúrdio que se vai gastar para actualizar as bibliotecas com livros e dicionários... E logo, incrível... tudo isto em tempos de crise e de diminuição de salários... Quem quererá deitar ao lixo o investimento que fez para a formação educativa dos filhos, comprando livros, dicionários, enciclopédias... É que um aluno que estuda por um livro que não tem a mesma ortografia, corre um alto risco de memorizar palavras que depois o podem levar a escrever incorrectamente e a reprovar... Será que esta iniciativa de levar a cabo um acordo ortográfico cuja necessidade é uma ficção, tem alguma lógica?

Enfim... Sem comentários.

PS: Num país "sem rei nem roque" há alguém com sentido de responsabilidade que se propõe enfrentar o triste espectáculo em que políticos com licenciaturas duvidosas transformaram a Língua Portuguesa. Vejam aqui: Um professor de Direito defende que Parlamento deve desvincular Portugal do Acordo Ortográfico anulando os efeitos legais deste acordo.

J.Ferreira

Queremos, hoje, brindar os estimados leitores com uma verdadeira aula de português, ao longo da qual podemos constatar a presença da mais forte arma socrática (ironia) mas também do bom-humor.


Refira-se, antes de mais, que este texto se mantém ao abrigo da Língua Portuguesa antes do Acordo Ortográfico, com o qual temos muitas concordâncias mas também muitas reservas...   Dito isto, aqui fica a pergunta:

 

Será correcto proferir a palavra "Presidenta" ?

 

Nos últimos tempos, todos assistimos à caminhada de uma senhora que se candidatou à presidência do Brasil. Ora, Dilma Roussef e seus apoiantes, acreditaram que esta senhora poderia chegar a ser a primeira Presidenta do Brasil, tal como atesta toda a propaganda política veiculada nos meios de comunicação social, pelo partido de Lula da Silva que a apoiou (PT).

Pergunta-se: Presidenta? Mas, que idioma é esse?

Ora, vejamos:

No português existem os particípios activos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio activo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de requerer é requerente...

Qual é o particípio activo do verbo ser? O particípio activo do verbo ser é “ente”.

Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade. Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a acção que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos “ante”, “ente” ou “inte”.

Portanto, à pessoa que preside chamamos “Presidente" e NUNCA "Presidenta", independentemente do género do que exerce o cargo ser masculino ou feminino.

Veja-se o ridículo: Diz-se capela ardente (e não capela "ardenta")! Diz-se “estudante” (e não "estudanta")! Diz-se adolescente (e não "adolescenta")! Diz-se paciente (e não "pacienta")!

Se assim não fosse, teríamos um texto do tipo:

"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre suas tantas outras atitudes alienantas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta."

Incrível… Basta de insultos ao Português. Basta de maltratar a Língua Portuguesa. Está mais do que na hora de restabelecermos a leitura e a fala correctas do nosso idioma (o português) que assim é falado no Brasil e pretende obter estatuto de comandante (e não comandanta!) das alterações ortográficas do nosso património linguístico. Abandonemos, de uma vez por todas, não mais o churrasquês, mas também o futebolês e outros dialectos de triste e recente memória, infelizmente aplaudidíssimos pelos 80% dos patrícios que vibravam com toda e qualquer estupidez, com toda a parvoíce que vem sendo cada vez mais oficializada pela repetição reiterada por um grupo de gente defensora do politicamente correcto…

 

Nota: O presente texto foi adapatado a partir de um email recebido pretensamente pertencente a Terezinha da Conceição Costa-Hübes.