País Pobre com Governantes Ricos
J.Ferreira
Voltei... Depois de um período de pausa para dar tempo a quem precisa de tempo, estamos de volta...
E não trazemos boas notícias... Antes pelo contrário...
É pois com indignação que voltamos a escrever sobre Portugal... Sim. Sobre este os problemas que este país tem de enfrentar pela incompetência de quem nos governa.
Continuamos mais ou menos na mesma... Mudam-se os consortes mas mantêm-se as sortes.
Este é um problema que deveria fazer reflectir muitos dos portugueses. Aliás, cremos que deveria preocupar a todos e não apenas aos professores.
Quem responde pelas atrocidades financeiras que afundaram o país?
Vejamos o excerto da notícia (extraída do Correio da Manhã)
Sabemos que a escola era já um edifício de valor. Mas que a renovação chegue a custar um valor 447% superior ao estimado inicialmente (sim... viu bem! E pode conferir na notícia de que não temos motivo para duvidar!) é que é inadmissível.
Nenhum cidadão pode dar-se ao luxo de projectar uma obra em casa que passe para além do previsto.
E se passa, pagará do seu bolso.
No entanto, que se faça esta aberração com os dinheiros públicos, é inadmissível. É incompetência... É um crime que hipoteca o futuro dos portugueses que acabam de nascer... E a isso ninguém tem direito!
Infelizmente, neste nosso tipo de estado, vale tudo. Pode-se mentir ao povo para conseguir chegar ao poleiro... e depois arruinar o país fazendo o contrário do que se propunha na campanha eleitoral... Nada lhes acontece. Continuam no seu lugar. Porém, se qualquer cidadão ou empresa se compromete com algo, tem de o cumprir ou então vai responder pelos actos praticados. Infelizmente, nesta democracia, depois de se ter sido eleito, vale tudo. Ora, para nós, este não é um estado de direito. Antes, é um estado libertino" onde os governantes fazem o que lhes dá na gana, sem que sejam chamados a responder pela situação a que conduzem o país. Por isso, ao estado em que vivemos posso chamar-lhe partidocracia, ou libertinocracia, mas democracia é que não.
Se fosse uma democracia, aqueles que conduziram o destino do barco (país) ao abismo seriam responsabilizados. Ora, mesmo que sejam um bando de incompetentes, nunca serão julgados para se averiguar da sua negligência ou cumplicidade na situação ruinosa a que conduziram o país. Sem uma verdadeira justiça que trate por igual, responsabilizando por igual todos os cidadãos (incluindo os políticos tal como os administradores das empresas) continuaremos a ter incompetentes a querer assumir os destinos do barco... Enchem os seus bolsos (e dos seus amigos, e dos amigos dos seus amigos, e... ) e nada lhes acontece. Ainda se ficam a rir... E vão passar o resto dos seus dias para um qualquer paraíso (seja em África ou na Europa, em Cabo Verde ou em Paris) sem que nada se lhes aconteça...
Caríssimos!
Não se esqueçam que, foram senhores do mesmo calibre dos governantes que tivemos (e que nos deixaram às portas do abismo) que arruinaram a Grécia... E o povo que aguente...
Perante a notícia que acima colocamos parte, será que ainda restam dúvidas sobre quem foram os responsáveis do lamentável estado a que chegamos? Alguém terá ainda dúvidas sobre os motivos pelos quais somos um país falido...? Um país à deriva, sem rumo, sem Norte?
Enfim... Apenas mais um desabafo:
Ah se Sócrates (o filósofo) despertasse... Morreria de ataque cardíaco.
Segue transcrição do texto da notícia
Educação: Associação de Directores contra gastos excessivos
“Há escolas que são autênticos palácios”
"Há escolas remodeladas pela Parque Escolar que são autênticos palácios e nem sequer se enquadram no meio envolvente, parece que foram feitas no Qatar ou no Kuwait". Quem o diz é Adalmiro Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, que não poupa críticas aos gastos excessivos do programa de modernização de escolas secundárias lançado em 2007 pelo governo de José Sócrates.
O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, revelou anteontem no Parlamento dados de uma auditoria das Finanças à Parque Escolar, que apontam para um aumento dos gastos em 447 por cento face ao estimado inicialmente pela empresa. O uso de materiais caros, como mármores, a instalação de sistemas de ar condicionado demasiado onerosos e até a compra de candeeiros desenhados por Siza Vieira são alguns exemplos de despesas consideradas inadequadas.
"Utilizaram os materiais mais caros e modernos, num verdadeiro atentado à situação do País. Um alto representante do anterior Governo dizia-me que, com o dinheiro que veio para o Norte, remodelava todas as escolas da região", sublinha Adalmiro Fonseca, questionando: "Por que motivo as obras foram entregues sem o Tribunal de Contas ser ouvido? Os arquitectos não ganharão mais quanto maior for o volume da obra?".
O também director da Escola Secundária de Oliveira do Douro (V. N. Gaia) garante que "nas escolas remodeladas deitou-se fora muita coisa que servia". "Tenho aproveitado para a minha escola muitos estores, cadeiras e mesas que vamos lá buscar", diz. O Ministério da Educação e Ciência continua sem disponibilizar a auditoria das Finanças a que o ministro aludiu.