Enquanto os verdadeiros problemas, os problemas de fundo do nosso país continuam por resolver, os políticos portugueses continuam entretidos com reformas da Língua, com a adopção do (des)acordo ortográfico (que, para além de ineficaz e absaurdo, apenas ajudará o país a afundar-se ainda mais logo que as editoras brasileiras onde o nível de vida é mais baixo decidirem asfixiar as editoras portuguesas!) ou com a reforma educativa, centrada na revisão (mais uma!) curricular ou na avaliação dos professores, em vez de buscarem verdadeiras soluções para a crise capazes de colocar o país no rumo certo. Os jovens estão cada vez mais convencidos de que a solução para as suas vidas passa pela emigração. E já não apenas daqueles que não têm formação qualificada mas de milhares de jovens (cerca de 70%) que frequentam as universidades. Assim, ainda que sejamos bombardeados com teses contrárias, para muitos portugueses o abismo está mesmo ali ao virar da esquina. Se não vejamos:
Na análise de Nicolau Santos continuamos, de facto, a caminhar para o abismo. Ora, a medir o valor do trajecto percorrido pelos resultados conseguidos com as medidas impostas pela Troika, com a ajuda do qual assistimos ao aumento do número de ricos cada vez mais ricos (a quem o Estado teme tocar nos ganhos!) em simultâneo com o incremento do número de pobres cada vez mais pobres (a quem a classe média destruída pelo Estado com uma sobrecarga de impostos e uma impensável retirada de direitos numa democracia que se preze, já não é capaz de ajudar) estamos de facto a caminho da destruição da economia portuguesa.
Não há dúvida de que, para os nossos governantes, os verdadeiros problemas dos portugueses não interessam por isso no lugar de trabalharem para encontrar verdadeiras soluções, passam o tempo a discutir "contas de mercearia"...
O que parece incrível é que com a realidade a que assistimos nos últimos anos, em que se atingiram essencialmente os cidadãos da classe média que servem o Estado e que nenhuma culpa têm no rumo das políticas dos nossos (des)governantes, retirando-lhes direitos com medidas que se vieram a provar serem inconstitucionais as ditas "grandes fortunas" muitas delas conseguidas com base em negócios ruinosos para o Estado sem que estes sofressem os devidos e merecidos cortes (apenas uma ou outra numa operação de maquilhagem para contentar o povo!) continuam sem que se lhes toque realmente, ainda tenhamos que ouvir, em declarações à Lusa, um antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Portugal, José Miguel Júdice, a dizer que que o primeiro-ministro português, Passos Coelho, está a seguir o rumo correto para tirar o país da situação em que se encontra, afirmando que "Não há muita alternativa àquilo que ele está a fazer. Ele está a fazer o melhor que é capaz, há coisas que estão correr bem e há outras que estão a correr mal, como tudo na vida, mas a linha de rumo só pode ser esta". E acrescentou que Portugal precisa de recuperar a sua credibilidade externa, para repor a qualidade de vida de que já gozou no passado, pois, se o país falhar nesse propósito, será mau para todos. A pergunta é se Portugal será capaz de sair desta crise de credibilidade tomando medidas inconstitucionais e destruindo o aparelho produtivo deixando os causadores desta crise intactos e a enriquecerem dia após dia, gozando com os pobres dos trabalhadores a quem sucessivamente se lhes vai retirando direitos até os condenar à pobreza.
E os dados estão aí já que as notícias informam que "os condutores estão cada vez menos a cumprir a inspeção periódica obrigatória dos seus veículos. E não será certamente porque não queiram ter os vaículos inspeccionados. Mais correcto será pensar que estas faltas radicam na tentativa de evitar mais um gasto de dinheiro que lhes faz falta para o pão ou a educação dos filhos. E, claro, confiando na sorte que possam ter de circular na estrada escapando à multa. Porque, a não ser por este motivo, então o povo está mesmo a ficar louco! Ou será que os cidadãos gostam de pagar multas pois o resultado da falta de inspecção nos veículos é a tendência última para o "aumento das contraordenações".
Enfim. Digam o que digam, opinem o que opinem, publiquem os dados que publiquem, a verdade é que continuamos a rumar para a pobreza. E as provas estão aí, para confirmar o que afirmamos. Segundo o Exame Expresso (ver texto abaixo) Portugal teve a maior queda do Produto Interno Bruto (PIB) verificada nos últimos três anos.
E acrescenta que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, se trata de uma quebra de 3,3%, isto é, com as políticas de destruição de emprego e das empresas (de que o Estado é apenas sócio quando estas apresentam lucros, já que nunca participa nos prejuízos!) Portugal ficou com o pior PIB desde 2009.
E acrescenta que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, se trata de uma quebra de 3,3%, isto é, com as políticas de destruição de emprego e das empresas (de que o Estado é apenas sócio quando estas apresentam lucros, já que nunca participa nos prejuízos!) Portugal ficou com o pior PIB desde 2009.
De facto, o verdadeiro "contributo mais negativo" veio, segundo o INE da diminuição da "procura interna". Ou seja, se não há dinheiro, apertamos o cinto... Logo, não compramos, não consumimos, não podemos escoar os produtos e as empresas não os vendem. Consequência: têm de despedir funcionários, aumenta o desemprego e os gastos da segurança social... etc. etc. Em suma: caminhamos par ao abismo.
Primeiro que se volte a colocar a máquina produtiva em andamento, oh! pobres dos nossos jovens, pobres dos nossos adultos, pobres dos nossos anciãos estejam eles no activo ou reformados! Com efeito, depois do que Passos Coelho deu como solução aos professores em cuja formação o Estado gastou rios de dinheiro (“Há mais países no mundo onde podem ensinar português, como o Brasil...”), não será difícil de imaginar o que Pedro Passos Coelho terá para lhes dizer: emigrem! É o que já fizeram milhares de portugueses e o caminho a seguir por outros tantos.
E é o que se encontram a fazer milhares de cidadãos a quem os contribuintes ajudaram a formar para outros países beneficiarem do seu trabalho a custo zero. Nem os clubes permitem tanta estupidez. temos um estado sem regulação, governado por incompetentes que se sentam nas cadeiras do poder e que vão mudando, ciclo após ciclo político, mas que nada fazem programado a longo prazo. É tudo conjuntural. É assim que, se o que pretendem é diminuir a taxa de desemprego, alarga-se a escolaridade obrigatória... Assim, milhares adiam a sua entrada no mercado de trabalho. Mas o problema persiste: apenas adiado. Nem os clubes de futebol estão tão mal geridos. Perguntem ao Pinto da Costa se os jogadores formados no seu clube são aconselhados a emigrar! Muito menos, a "custo zero" (como fez o governo com os professores que ajudou a formar!). Não. Nem pensar. São "vendidos" e bem pagos, quantas das vezes a preço de ouro.
Assim se compreende que, só para a Suíça, emigrem mais de 1000 cidadãos todos os meses. Com efeito, segundo o DN, "no ano passado, eram 224.171 os portugueses que viviam na suíça, de acordo com o Departamento Federal de Estatística helvético. Em 2006 havia 174 mil e o crescimento tem sido constante". E que agradecimento dá o governo aos emigrantes que aumentam as suas remessas, ajudando Portugal a livrar-se do beco sem saída a que conduziram os incompetentes dos nossos (des)governantes? Nada. Apenas lhes cortam a possibilidade de aprender o idioma materno, recortando nos professores de Língua e Cultura Portuguesa, fazendo-os regressar intempestivamente, incumprindo ou denunciando unilateralmente os contratos que tinha, quer com professores dos quadros quer com contratados.
As comunidades de emigrantes portugueses aumentam e as com eles, as remessas também aumentaram cerca de 17,7 milhões. Mais de mil portugueses emigram para a Suíça todos os meses. Só os alemães os superam. Por quanto tempo é que ninguém sabe... Esquecidos, ignorados ou maltratados, será que um dia terão vontade de voltar?
Por que perguntamos isto? Claro. A resposta de um governo (que deveria conhecer o aumento das remessas dos emigrantes) deveria serr aumentar-lhes o apoio no estrangeiro. mas não. Apenas conhece o verbo "recortar". E recorta nos consulados e recorta no número de professores a leccionar nas comunidades. Como se não bastasse o governo o governo insiste em manter a injustiça dos cortes nos rendimentos mensais dos professores portugueses na Suiça, num total de 36% do seu salário. Isto porque desde 2007 até ao presente, os professores portugueses que servem as comunidades de emigrantes na suiça já perderam 26% do salário devido à desvalorização do Euro face ao Franco Suíço somando-se agora os 10% de corte geral para a função pública.
O ataque aos que emigram é constante, quer na redução de serviços consulares quer na diminuição dos apoios à aprendizagem da Língua de Camões.
Afinal... quem emigra e por que emigra? Claro. Emigram todos aqueles cidadãos (jovens e menos jovens) a quem o contribuinte ajudou a formar e que o Estado não soube acautelar o seu futuro. Explicação: falta de planificação, de regras, de competência política, cujas consequências nunca serão dirimidas no banco dos réus. Todos acabam por "dar o cavanço" sem que lhes sejam pedidas quaisquer responsabilidades. E, como se não bastasse, ainda perseguem outros cidadãos como se fossem eles os responsáveis pelos trilhos seguidos quando apenas se limitaram a cumprir ordens, contra sua vontade, reiteradamente expressa nas resistências democráticas que normalmente empreendem contra as medidas absurdas dos governos e na defesa do que pensam ser "o caminho certo" para levar o barco a bom porto. Mas enquanto os políticos continuarem a ser desresponsabilizados, independentemente de terem assumido o cargos conhecendo as suas incompetências, os "comandantes" continuarão a ser os que mais ordenam... e, aos contribuintes, não lhes resta outra alternativa senão a de "obedecer" e cumprir as ordens trilhando escrupulosamente os caminhos que superiormente lhes indicam. Enfim. Esta democracia está "enferma". O pior é que parece haver algo em que todos acabam por estar de acordo: esteja quem estivesse no poder, nunca faria melhor. Acabo por me questionar "se assim é... "por que motivo vamos a eleições?". Mas a verdade é que muitos assim pensam e já nem querem perder tempo em ir votar. E comentam: "para quê"? E para logo concluir: não há nada a fazer"!
"A quebra de 3,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal no segundo trimestre de 2012 deve-se sobretudo a um "contributo mais negativo da procura interna", explica o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na estimativa rápida das contas nacionais hoje divulgada pelo INE lê-se que o PIB caiu 3,3 por cento relativamente ao mesmo período do ano anterior - a redução mais forte desde 2009. A taxa de variação em cadeia (ou seja, relativamente ao trimestre anterior) registou uma quebra de 1,2 por cento.
O INE explica este aumento pelo "comportamento da procura interna", que "registou um contributo mais negativo" que no trimestre anterior.
Tratando-se de uma estimativa rápida, o INE não apresenta dados detalhados sobre os componentes do PIB. No entanto, os técnicos estatísticos dão "particular destaque" à redução do investimento.
O INE destaca igualmente "o contributo positivo da procura externa líquida", ou seja, do comércio internacional. Neste caso, o principal fator é uma redução "mais intensa" das importações, porque as exportações, embora continuando a crescer,
"desaceleraram".
Para além da estimativa do PIB para o segundo trimestre, o INE também procedeu a uma revisão em baixa do crescimento económico para os dois trimestres anteriores.
Tanto no final de 2011 como no início de 2012 o PIB diminuiu mais uma décima de ponto percentual do que o anteriormente previsto. Esta revisão afetou também a taxa de crescimento do PIB para o total de 2011; em vez de encolher 1,6 por cento, o PIB reduziu-se 1,7 por cento no ano passado, estima o INE.
O Governo e a 'troika' preveem que, para o conjunto de 2012, a economia portuguesa caia três por cento."