As Provas da Inutilidade (do Ministro, claro!)
J.Ferreira
Se o exame dos professores é uma inutilidade... o exame dos alunos do 4º ano é também inútil. Pobres crianças, do tamanho do chão, a serem submetidas a provas, muitas vezes longe das suas escolas de origem, em ambiente totalmente estranho, com professores desconhecidos... tratadas como se fossem pequenos adultos, homens pequenos e mulheres pequenas. Ora, uma criança não é um homem ou uma mulher em miniatura. Parece faltar ao Ministro da Educação (essencialmente científico!!!) um pouco de conhecimento de psicologia e pedagogia! A escola não deveria ter como objectivo treinar humanos para responder a exames. Antes, a escola deveria (voltar a) ser o local mais indicado para que as crianças e jovens desenvolvam ao máximo as suas capacidades. Interessa que sejam capazes de desenvolver as suas competências nas áreas que o futuro lhes exigirá para superar as dificuldades da vida. Em situação de exame, é natural que o grau de ansiedade interfira com os resultados. Por isso, a pergunta acaba por ser sempre a mesma: O que medem os exames?
Parece-nos quea a visão do actual Ministro da Educação face à forma como deve ser validado o conhecimento dos alunos (provesso de avaliação) está redondamente inquinada. Usar o exame como meio de medir o que quer que seja é um erro, uma inutilidade! Aliás, basta ver as notícias para perceber que assim é. Alunos que aprovam num exame estavam aprovados ao longo do ano. Raros são os que, tendo reprovado durante a avaliação que é feita pelos professores, acabam por superar e aprovar no exame.
As aulas de recuperação no final do ano, em apenas umas semaninhas (depois dos alunos estarem já cansados de todo um ano lectivo) vêm demonstrar que o exame é uma fantochada. Das duas uma, ou o primeiro exame nada mede e o segundo já mede alguma coisa ou então, umas aulinhas no final do ano (depois do aluno se ter demonstrado incapaz de aprovar) teriam um efeito miraculoso que mais valeria andar todo o ano a brincar e dedicar-se num mesito para aprovar...! Realmente, se as aulas de recuperação servissem para os alunos, reprovados ao longo de todo o ano e nos três trimestres, aprovarem submetendo-se apenas a uma única prova... quem poderia acreditar nas notas atribuídas pelos professores?
Os resultados dos exames provam que Apoio extra para alunos fracos a Matemática e Português "é um engodo". Foram muito poucos os alunos que aprovaram na prova que nada mede (prova do 4º ano). Falta, pois, quem venha explicar para que servem estas provas? Que os jornalistas investiguem (mas a sério)!
Há alunos que tiveram nota 1 (no primeiro período) nota 2 (no segundo período) e nota 4 (no terceiro). Estes, foram a exame e, independentemente da nota do exame, foram aprovados...
Outros, com melhor classificação... reprovaram porque tiveram nota 2 (no primeiro), nota 2 no segundo e nota 3 no terceiro... Foram a exame, e mesmo conseguindo mais de 40% reprovaram!
É esta a nossa forma de avaliar...??? Enfim... Uma fantochada!