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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

J.Ferreira

Afinal, quando teremos políticos competentes em Portugal? Será que não há personalidades nos partidos que sejam capazes de colocar o interesse nacional (a custo zero... salário zero... só pelo reconhecimento social!) acima de todos os interesses sejam partidários, clubísticos, ou familiares??? Será que estamos condenados a ter personalidades na política que, quando chegam ao poder, apenas se dedicam a tratar das suas vidas (encher os seus bolsos, os das familiares, dos amigos, dos compinchas, dos compadres e outros que tantos...?)??? Estaremos condenados a uma nova forma de escravatura: trabalhar e ganhar apenas para comer... (e comer mal!!!)??

Por onde andam os que tanto falam de ser necessário mais e mais competência??? Para onde foram os que querem avaliar tudo e todos mas que recusam ser avaliados pelos resultados das suas políticas??? Em breve, estarão de volta... os mesmos... os que conduziram Portugal para o beco sem saída a que chegamos!!!! Seguramente!! A dança das cadeiras na política é um autêntico circulo vicioso. Os políticos de todos os partidos sabem que, em política, é tudo uma questão de tempo: bastará esperar uns anos, peregrinar uns aninhos nas cadeiras ou na bancada da oposição e... depois, mesmo sem nada mudar de efectivo nas suas intenções políticas, bastará "esperar sentadinhos" pois sabem que, mais cedo ou mais tarde, acabará por efectivar-se a máxima popular: "detrás de mim virá quem de mim bom fará". De facto, cremos que a memória do povo é muito curta... e quando a dor resultante do esvaziamento da carteira se instala... qualquer "fazedor de promessas" aparece como salvador, como aquele que, com mais ocas e falsas promessas, cria nocvas ilusoes ao povo. Eles sabem que é com mentiras que se acalma a dor, a raiva e a indignação dom povo. Assim fizeram os anteriores e os actuais seguiram-lhes o exemplo.

Porém, no dia seguinte ao das eleições, nada de bom o povo poderá esperar. Logo virão com o discurso de que "o país está pior do que se esperava... pior do que o governo anterior dizia estar... que havia contas falsas... escondidas... buracos...!!! Sim... Isso porque faz falta encontrar forma de convencer o povo a apertar o cinto pois só assim conseguirão os milhões que necessitam para encher o bolso daqueles que os rodeiam.

É uma catástrofe...! São umas centenas de novos políticos, amigos, compadres que faz falta nomear... Outros tantos que entrarão na dança das cadeiras... independentemente da competência.

E o país continuará a afundar-se, enquanto todos "os políticos continuarão a tocar violino" com muito maior tranquilidade do que os violinistas do Titanic (porque estes nem salva-vidas tinham. Mas aqueles (os políticos) seguramente estarão mais que a salvos com fortunas colossais colocadas em nome de não se sabe quem, no estrangeiro ou em paraísos fiscais (offshores)!!!

Por isso, com ou sem eleições à porta... os portugueses nada de bom poderão esperar... E não é ser pessimista: é ser realista. Conhecem algum que tenha conseguido ficar arruinado economicamente por ter entrado na política? Pois é! A política não arruína ninguém: todos deixam a política com os bolsos recheados! Por isso, todos os que andam por esses meandros, nunca deram provas de nada em nenhuma empresa... nunca governaram nenhuma empresa que prosperasse economicamente na sociedade portuguesa e além fronteiras. Mas... sempre se consideram os "donos do saber fazer da economia". Como o dono do Titanic que deu ordem para acelerar com a ambição de surpreender os americanos... Triste destino. Se deixassem o capitão levar o gigantesco navio de cruzeiro... certamente ainda hoje o teríamos a navegar. Mas, como quem tem o poder, o dinheiro (por muito estúpido que seja!!!)) é quem decide... o destino do barco... foi o que todos sabemos!

Assim, não se augura nada de melhor, venha quem vier. Com o país a caminho do abismo... ou se dá uma volta de 180 graus ou... o fim já se sabe qual será.

Por onde começar? Simples... Já o propusemos outrora... antes da Tempestade Perfeita  (o orgulho da legislatura de José Sócrates!!) ter atingido Portugal. Teremos de começar pelos lugares mais altos da nação... Outra é questionar, seriamente, se devemos continuar com a República ou devemos reinstalar a Monarquia (como fizeram os espanhóis!). Hoje, é melhor estar desempregado em Espanha que estar empregado em Portugal... É urgente acabar com as mordomias de muita gente que chegou à política sem nada e sai milionária!!

Ainda será possível. Com algumas medidas que atraiam quem sabe pelo gozo de saber fazer e ser reconhecido socialmente. Para tal,  os salários dos políticos têm de ser definidos em função do acréscimo ou decréscimo do PIB. Só assim se preocuparão com o povo. Se, fruto das suas políticas, e das medidas económico-financeiras tomadas, o PIB crescer ... os políticos podem até ganhar milhões que o povo não os condenará. Agora, o que assistimos na década de 90 foi ao aumento do salário dos deputados para mais do dobro sem que o crescimento do PIB o justificasse. Não admira que a política tenha atraído uma camada de "chicos-espertos" que viram na carreira partidária uma forma de subir na vida ainda que, com as suas medidas, Portugal tivesse sido conduzido para o abismo!

A politica é um "fartar de mordomias". Por isso atrai tanta gente. Veja-se a diferença entre os actuais e os primeiros republicanos. Sejam Ministros ou Presidentes da República, actualmente, todos se fartam de mordomias e benesses (sejam remuneratórias, subsidiarias, subvencionais, ou outras que tais...). Noutros tempos o PR pagava arrendamento da casa pública que habitava !  Basta consultar a Wikipedia para constatar que, "Em 1912, já depois da proclamação da república, o Palácio de Belém foi designado residência oficial do Presidente da República. Os presidentes da I República tinham porém que pagar renda ao Estado para residirem no Palácio (para não serem acusados de gozarem de privilégios atribuídos ao anterior regime)".

O problema é que neste sistema democrático (de alternância no poder entre dois partidos, sozinhos ou em coligação com outros partidos). Assim, nem precisam de mudar nada, nem nas pessoas nem nas políticas: quando o povo fica farto de uns, acaba por voltar a colocar no poder os anteriores. Mesmo que sejam na essência os mesmos que tinham sido "expulsos" do poder. Não haverá alternativa a este sistema??? Que é feito dos competentes? Emigraram??? Fugiram do país? Foram contratados por "clubes" estrangeiros porque lhes pagam melhor??? Ou andam por aí a tratar das suas vidinhas enquanto o país se afunda??? Querem ser reis num país miserável? Não seria melhor ser apenas cidadão num país de prosperidade? Só ficamos com os incompetentes?

Portugal continua o seu rumo irreversível "A Caminho do Abismo". Parabéns aos nossos (des)governantes. Passam a vida a falar de "excelência" no profissionalismo dos diversos sectores de actividade e o que vemos é que os políticos, à parte os recortes sistemáticos, nada de original sabem fazer. Mas, quando toca a recortar nos salários dos funcionários... já parecem gostar de trabalhar! Se fosse para aumentar salários... adiariam para a próxima sessão parlamentar... ou para o ano das eleições!!! Seguramente! Agora, como é para cortar nos salários dos trabalhadores... até se preparam para a interromper as férias parlamentares!!!! Oh... como trabalham estes senhores para prejudicar os trabalhadores! Enquanto os nossos governantes decidem interromper as férias parlamentares  para poderem "ajustar a legislação" aprovada (que foi recentemente parcialmente chumbada pelo Tribunal Constitucinal) a fim de poderem aplicar novos cortes já em setembro, continuam a permitir que a dívida portuguesa continue a subir! Segundo o Banco de Portugal, "A dívida pública portuguesa subiu para os 134% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do primeiro semestre, acima dos 132,4% registados no final dos primeiros três meses de 2014. De acordo com dados do boletim estatístico divulgado hoje pelo Banco de Portugal (BdP), a dívida pública na ótica de Maastricht (a que conta para Bruxelas) alcançou os 223.270 milhões de euros em junho deste ano."
Por este andar, vamos bem... Parabéns ao (des)governo!!! Em breve, teremos de ser resgatados do fundo do abismo! Cremos que Portugal já não vai lá com nenhuma TROIKA... Antes, Portugal necessita de uma PERESTROIKA. 

Estamos inseridos na Comunidade Europeia. Somos membros de pleno direito... Muitas "Directivas Comunitárias" têm sido aprovadas no Parlamento Europeu que têm implicação directa nas políticas dos diferentes países que a compõem... Ora, se somos membros da comunidade, se vivemos numa realidade comum (a União Europeia) e foram criadas directivas que implicaram mudanças na forma como se entende a cidadania na Europa, para quando uma directiva que ponha fim à exclusividade dos nacionais para se candidatarem ao (des)governo da nação??? É urgente que se permita que outros membros da comunidade europeia (cidadãos europeus de pleno direito) se possam candidatar a governar qualquer país da União Europeia.

Espantam-se? Pois bem: não há motivo para tal. Hoje, temos algarvios a governar cidades do centro, lisboetas a governar cidades algarvias, nortenhos a governar cidades do centro e/ou sul... Pois bem... Venha lá uma "Lei Bosman" para os políticos...  Se queremos o melhor para Portugal, devemos exigir melhor qualidade nos nossos governantes. E se Cristiano Ronaldo compete com outros a nível da Europa, por que não criar competição saudável entre os políticos (acabando com a exclusividade e a dança das cadeiras entre os mesmos senhores de sempre!!) permitindo aos cidadãos da Europa um maior leque de escolha. Merecemos melhor... E isso só se consegue se tivermos (como os clubes de futebol!) um maior leque de opções de escolha!

Com efeito, se os políticos portugueses são incapazes de mudar o rumo que deram ao nosso país, e continuam a conduzi-lo para o abismo (para fora do abismo a que o levaram!!!) que venham políticos do estrangeiro (como os jogadores para os clubes da União Europeia!!!) a ver se temos quem governe melhor o nosso Portugal!

 

J.Ferreira

O Ministério da Educação colocou nos quadros professores em idade de reformar-se...!!!! Alguns deles, com mais de 66 anos. Segundo a reportagem, "uma das professoras faz 70 anos a 12 de setembro, o dia do arranque do novo ano letivo". Incrível... ou absurdo???

Estará mal que passe aos quadros um professor que, injustamente, foi forçado pelo Ministério a levoar toda uma vida profissional na situação de contratado? Que estará mal? Claro. Que tal coisa seja possível APENAS no sector público. Os privados são obrigados a passar aos quadros todos os trabalhadores ao fim de menos de três ou quatro anos de trabalho... a contrato. E o Estado? O Estado, esse desconhecido e impessoal entidade, viola a legislação sobre os dieitos dos seus trabalhadores mas exige que as entidades priovadas a cumpram...!

Com um Ministério assim... para onde vai a Educação????

A tvi24 deu a notícia (2014-08-20 09:11) que passamos a transcrever:

O Ministério da Educação colocou nos quadros quatro professores em idade de reforma. De acordo com o jornal «Diário de Noticias», são quatro docentes com mais de 66 anos que podem vir a ser substituídos.

Uma das professoras faz 70 anos a 12 de setembro, o dia do arranque do novo ano letivo. A docente poderá nem sequer dar aulas, já que poderá ser obrigada a reformar-se depois de 25 anos a contrato.
Ao todo, o concurso extraordinário dá lugar a 16 professores com mais de 60 anos que, só agora, chegaram aos quadros da educação.
Na segunda-feira, o Ministério da Educação divulgou as listas finais do concurso que convocou, no total, 1.954 professores. No âmbito do processo de vinculação extraordinária de docentes do ensino básico e secundários e também de educadores de infância.

J.Ferreira

Vale a Pena Apostar na Educação
Numa sociedade actual, denominada "sociedade da informação" (que é hoje colocada à disposição de todos, sejam eles cidadãos exemplares e cumpridores, sejam vândalos ou ladrões) os governantes terão cada vez mais de tomar a decisão adequada à construção de um país onde todos sejam capazes de encontrar o seu espaço, no cumprimento das regras democráticas. E essas, nenhuma instituição melhor que a escola lhes pode dar as ferramentas para que cada cidadão seja capaz de se inserir na sociedade com respeito pelos direitos de cada um.
 
 
Neste sentido, os políticos terão de escolher entre uma das duas vias possíveis: ou abrem escolas e apostam na educação dos jovens ou estaremos condenados a assistir ao encerramento de estabelecimentos escolares para assistirmos à construção e entrada em funcionamento de mais estabelecimentos presidiários (prisões). Nesta altura será já demasiado tarde (como é próprio dos portugueses, que tomam medidas circunstancias e avulsas como quem pega num tecido e em vez de o cortar talhando as peças do traje, se limita a dividir o mesmo em pedaços para depois os unir como que de remendos se tratasse e com ele elaborar um traje novo.). Nessa altura, em lugar de admitir professores para educar os jovens nas escolas, terão de pensar em admitir mais polícias e guardas prisionais.
 
 
Entre os políticos e os professores há uma enorme diferença... É a da competência. Ainda que aqueles insistam em avaliar os professores (enquanto na comunicação social os portugueses eram surpreendidos pelos escândalos associados aos diplomas de alguns desses mesmos políticos sem que fossem retiradas as devidas consequências  como aconteceu com três casos de plágio efectuado por políticos da Alemanha - AQUI  e AQUI e AQUI) a verdade é que os professores são especificamente formados para exercer a sua função, concluindo os cursos com a habilitaçao profissional nas Universidades cujo funcionamento é supervisionado pelo Estado que as aprova! 
O que distingue os professores dos políticos, em suma, é que ao lugar de professor numa escola chega-se por... competência. Sim. Por dupla competência: Por "competência" no sentido de sabedoria (adquirida com provas dadas nos locais apropriados onde o saber se certifica!) e "competência" no sentido de conseguir o lugar competindo com outros interessados. É no Brasil mas aplica-se a qualquer país civilizado onde os políticos desejem apostar no progresso da sociedade.
 
 
Cabe aos políticos decidir o que fazer... !

J.Ferreira

Portugal afunda-se e ninguém foi capaz de dar o murro na mesa... Há uma camada de coniventes! A culpa passa pelo Presidente da República que assina tudo! Ouçamos o que diz José Gomes Ferreira denunciou em seu devido tempo. Que aconteceu? Nada! Onde anda a justiça portuguesa?

"Um Presidente da República, apercebeu-se perfeitamente (em 2007, nós dissemo-lo neste estúdio!) que ia ser feita uma loucura com as Estradas de Portugal e com o novo modelo de financiamento, foi-lhe lecado o diploma, ele teve dúvidas... pediu esclarecimentos e depois assinou... assinou uma coisa destas? Ainda hoje estou sem perceber porquê? (...)

Na Grécia... o caso dos submarinos... o político foi preso! Ninguém conseguiu provar que ele tinha enriquecido por causa da compra dos submarinos... Mas, porque comprou uma casa de muitos milhões... e como não conseguiu provar de onde tinha conseguido o dinheiro... foi preso!"

"Auditoria do Tribunal de Contas: As PPPs são um negócio ruinoso para o Estado e, claro, para os contribuintes, uma conta astronómica a ser paga nos próximos 40 anos.Não é um caso de polícia? Ninguém vai ser responsabilizado?" - SIC Notícias
 
Chegamos ao fim da linha. Os portugueses já não conseguem resistir a mais sacrifícios...!! Basta.
Depois do tempo em que os exploradores da costa africana ou dos países americanos onde recrutavam mão-de-obra gratuita entre os prisioneiros, os poderosos de hoje usam os trabalhadores a soldo (recrutados entre os cidadãos da plebe que vivem do seu salário conquistado com o suor de cada dia!!!) como "Novos Escravos" que, a quem nada lhes resta de diferente para além do facto de não serem vendidos e de lhes não poderem ser aplicados castigos corporais, nem retirada a liberdade, quase pouco ou nada lhes resta que os distinga dos verdadeiros escravos.

Vem este comentário indignado a propósito de mais uma notícia envolvendo escândalos financeiros que, de uma forma ou de outra, os novos escravos do trabalho serão chamados, uma vez mais, a pagar. É chocante... Para além das sedudoras palavras dos actuais (des)governantes, a verdade é que Portugal tem sido (des)governado por um grupo de incompetentes que comentem autênticos crimes de "lesa-povo" (noutros tempos, denominados de lesa-majestade) mas que escapam à justiça usando de todas as artimanhas (leia-se, estratégias legais constituídas por buracos (propositadamente???) deixados nas leis para poderem escapar à justiça, evitando pagar "um chavo" pelos desvios financeiros ou até crimes económicos cometidos (ainda que alguns deles, sejam cometidos por incompetência, outros haverá, seguramente, que são levados a cabo de forma deliberada, seja por acção seja por inacção!).

E assim lá vão escapando à justiça (lenta e ineficaz porque forte e implacável com os fracos e branda e condescendente com os fortes) conduzindo todo um povo, todas as gerações de joves adultos e anciãos para a miséria...

 

É triste viver num país como este... É triste ter governantes como os que temos... É triste ser governado por quem nunca teve de dar provas de nada que não seja ser capaz de cativar os votos dos cidadãos... E ainda por cima, usando de demagogia e mentira, enganando-os todo um povo com falsas promessas (MENTIRAS) que cada partido coloca no seu Programa Eleitoral (que deveriam ser considerados legalmente como um Contrato com o Povo cumprindo ao Presidente da República e ao Conselho de Estado aferir do seu cumprimento e do desvio do seu conteúdo tomar as devidas medidas... e não como Tinta em Papel Morto no dia imediato à vitória eleitoral de qualquer dos partidos ou coligação candidata nas legislativas.

O desvio do programa e das promessas nele contidas deveria ser condição inequívoca para a demissão automática do governo e dar nova palavra ao povo... ó assim será para escaparem permitem aos poderosos (muitos deles, eram ex-pobretanas que nem tinham onde cair mortos!!!) 

 

Veja-se abaixo o excerto jornalístico com o histórico daquilo a que chamamos UMA NOVA FORMA DE ESCRAVATURA EM PORTUGAL.

 

A 2 de novembro de 2008, Teixeira dos Santos, então ministro das Finanças do executivo de José Sócrates, anunciou a "morte" do Banco Português de Negócios. A nacionalização era imperativa porque, segundo explicou, estava "em eminente situação de rutura financeira" depois de ter sido detetado um buraco de €700 milhões. Até dezembro de 2013, segundo o relatório do Tribunal de Contas divulgado esta semana, a nacionalização do BPN e a constituição e funcionamento das sociedades-veículo Parups e Parvalorem [para onde foram os ativos "tóxicos" e/ou potencialmente recuperáveis] custaram aos cofres do Estado €2 202,5 milhões.

Atente-se o leitor:  não se trata de uma bagatela mas de uma galáctica bagatela:  são dois mil duzentos e dois milhões e quinhentos mil euros.  E o autor do artigo explica como se chega a tão avultados números escrevendo:

Os números são estes: €746,9 milhões em 2011,   €982,7 milhões em 2012 e €472,9 milhões de 2013 (valor ainda provisório), sem contar com as erdas da Caixa: nesse mesmo ano de 2013, a Parvalorem e a Parups orçamentaram o reembolso à CGD em €3 685,3 milhões, mas apenas conseguiram devolver €397,1 milhões. Façamos um paralelismo: com a chegada da troika a Portugal, muitas medidas de austeridade (cortes de salários e/ou subsídios e aumentos de impostos) foram tomadas.

Algumas poderiam ter sido evitadas? Vejamos quais:

Subsídio de Natal

Mal o Governo de Passos Coelho entrou em funções anunciou logo um corte de 50% do subsídio de Natal (mentira de Passos coelho, quando era apenas candidato a Primeiro-Ministro) acima do salário mínimo.

Escutem o vídeo e atentem nas palavras de Passos Coelho após os 50 segundos: "cortar nos susídios é um disparate"!

O desconto foi aplicado ao valor excedente a €485 euros. A medida rendeu €800 milhões aos cofres do Estado. Os funcionários públicos e do setor estatal têm, desde 2011, cortes salariais que variam entre 3,5% e 10% acima dos €1 500. O Governo quis baixar esse mínimo para os €675, mas o TC chumbou. Foi anunciado que hoje, quinta-feira, os juízes do Palácio Ratton, que têm deixado passar estes cortes da "era Sócrates ", entendendo-os como "transitórios", revelariam a sua decisão sobre a mesma matéria. Em 2013, o Estado poupou €734 milhões.

Ao bolso dos reformados.

Vamos em 1534 milhões. Se juntarmos outra medida, aproximar-nos-emos dos 2.446 milhões, um pouco mais do que a dimensão do buraco: primeiro foi a Contribuição Especial de Solidariedade (CES) sobre as pensões acima de €1.350, e, agora, o Governo quer substituí-la, de forma definitiva, pela Contribuição de Sustentabilidade (CS) taxa de 2% a 3,5% nas pensões acima de mil euros.
Hoje, quinta-feira, o Tribunal Constitucional pronuncia-se sobre esta medida. A CES retirou aos pensionistas €540 milhões e a CS está avaliada em €372 milhões. A ação combinada dos cortes no subsídio de Natal, da CES e da Contribuição de Solidaredade já pagava, assim (à custa das economias e sacrifícios do povo trabalhador), a totalidade do buraco do BPN . Sobravam uns trocos... Mas há mais.

As férias, em 2012

Em 2012, os funcionários públicos e do setor empresarial do Estado, assim como os pensionistas, ficaram sem subsídios de Natal e de férias. O Tribunal Constitucional viria a chumbar esta medida, mas anuiu a sua aplicação nesse ano. Poupança: €2 mil milhões. Pode dizer-se que o dinheiro foi diretamente transferido para cobrir os prejuízos do BPN? Não. Mas é uma medida que poderia ter sido evitada, mesmo mantendo-se as outras, impostas pela austeridade.
E os impostos, claro
Vítor Gaspar, então ministro das Finanças, deixou o País de boca aberta, ao anunciar, em outubro de 2012, "um enorme aumento de impostos" . A redução de oito para cinco escalões de IRS representou um encaixe de €2,5 mil milhões. É muito? Sim, mas se o Estado os tivesse transferido diretamente para o BPN, ainda não seria suficiente. Precisaria de juntar a receita da sobretaxa de IRS, no valor de 3,5% sobre o salário líquido (descontando o ordenado mínimo, que é €485), uma medida que valeu €750 milhões. Sobraria, agora, o equivalente à... Contribuição de Solidariedade.

 

Como é sabido, o ministro Vitor Gaspar  viria a abandonar o governo e (aborrecido, muito aborrecido, imaginamos!) lá lhe ofereceram mais um lugar (tacho???) nas altas instâncias financeiras mundiais que financiaram Portugal depois da derrocada financeira provocada pelos (des)governos anteriores, com especial realce para o (des)governo do engenheiro José Sócrates: o FMI - Fundo Monetário Internacional. Ex-ministro das Finanças de Portugal assume funções em Junho no FMI." Ou seja, quando um político não se considera capaz de colocar um país nos carris, é convidado para governar o mundo financeiro! Vamos bem... Vamos bem! Aliás, muito semelhante foi o que se passou com Vítor Constâncio que foi eleito eleito vice-presidente do BCE ... Deixou os bancos portugueses fazerem o que fizeram quando lhe competia supervisionar a actividade bancária. Deixou à deriva a actividade dos bancos portugueses e deixou que chegassem ao ponto a que chegaram... Como diria Eça de Queirós., demonstrou a sua incompetência em Portugal e foi "promovido" sendo eleito para o BCE - Banco Central Europeu (que, em nosso entender, deveria mudar a sigla para CCE: Cancro Central Europeu).

A sociedade actual é assim... E, em Portugal já assim é desde meados do séciulo XIX. Há já quase dois séculos! Lembremos o que Ramalho Ortigão e ‎Eça de Queirós escreveram em As Farpas (1871, pp. 40-42) sobre a forma como as pessoas eram promovidas nos organismos do Estado.

 

Vivemos num país onde as novas formas de escravatura se traduzem na obrigatoriedade dos portugueses se resignarem: resta-lhes trabalhar, trabalhar e trabalhar para pagarem as desgraças (desvios, roubos, desfalques...) provocadas pela (in)competência dos senhores do poder, seja ele político, económico ou financeiro... É triste o país que deixamos às novas gerações...

Depois do fim da ditadura (25 de abril de 1974), o início da década de 90 do final do século passado, assistiu à classificação de uma geração de jovens que legitimamente protestavam contra o pagamento da sua formação. Baptizada, pelos influentes da sociedade, de "geração rasca" (por recusar-se a pagar propinas para a sua formação quando os que governavam e estavam a retirar benefícios da sua formação muito pouco ou quase nada haviam pago para além das taxas de matrícula!). Porém, em nosso entender da época, estávamos, isso sim, perante a primeira "geração à rasca", que pagaria propinas para formar-se para o desemprego (assim o considerávamos à época e pouco nos equivocamos!!).

Depois da geração à rasca dos inícios da década de 90 do século XX, temos hoje, no século XXI uma geração sem quaisquer perspectivas de futuro em Portugal, a quem os ministros não se coíbem de aliciar a emigrar... ou seja, de uma "geração à rasca" temos hoje uma "geração enrascada" que,  não tendo aprendido a máxima "a tropa manda desenrascar" no sítio certo (porque não foi obrigada a cumprir o serviço militar!) a quem só lhe resta aprender a arte de "desenrascar-se"!

E, num país a afundar-se de dia para dia, onde apenas se salva quem soube nadar nos meandros da podridão... onde só se salva quem (como no Titanic) tenha influência política (chamem-lhe "poder de influência", "cunha" ou outra coisa qualquer...)  aos que seguirem os conselhos do ministro e partirem só desejamos que, acaso consigam "desenrascar-se" e dar à costa (com ou sem "bóia de salvação") que dêem à costa num outro país, mais prometedor, onde a justiça funcione e onde os políticos tenham uma réstia de dignidade e de vergonha na cara!

J.Ferreira

Cada vez menos nos surpreendemos com os caminhos da nossa triste nação. a notícia que acaba de ser publicada diz tudo: Banco de Portugal contratou por convite filho de Durão Barroso... Ora, até ao momento, nenhum cientista sustentaria a tese segundo a qual a competência se alcança por via hereditária.

Nem mesmo os especialistas de Direito defenderiam a possibilidade de uma transferência de sabedoria e de competência de pais para filhos, nem mesmo por via da herança.

Porém, alguns humanos parecem querer superar esta realidade. Incrivelmente, os filhos dos poderosos sempre demonstram imensa competência para alcançar postos de altas instâncias onde depois (pelo que se tem notado!) o povo acaba por ter de "levar com os ovos podres" que resultam das suas provas de (in)competência.

No final de contas, esta triste e deprimente realidade é algo a que os portugueses se acabam por resignar: a ser (des)governado por um bando de (in)competentes que nos afundam cada vez mais sem que nunca sejam chamados à responsabilidade. A cada dia se conhecem novos casos de pessoas que chegam a altos cargos demonstrando qualquer espécie de competência anterior que não seja o facto de resultarem de uma ocorrência (espontânea ou deliberada) que deu origem a uma nova vida. E que (alegre e prometedora) vida lhes está destinada...

 

Segue-se o texto da notícia publicada no Jornal de Negócios online:

 

"Luís Durão Barroso foi contratado sem concurso para o Departamento de Supervisão Prudencial. A regra no banco é contratar por concurso salvo situações de "comprovada e reconhecida competência profissional".
O Banco de Portugal contratou o filho do ex-primeiro-ministro e ainda presidente da Comissão Europeia para o Departamento de Supervisão Prudencial, onde iniciou funções há cerca de um mês..."