Ministra Casmurra ? Cega?… Surda?… Nada Muda!
J.Ferreira
Angry teacher in Seoul
Como dizia Eça de Queiroz, na sua obra Conde de Abranhos:
“Este governo não cairá, porque não é um edifício. Sairá com benzina, porque é uma nódoa!”
Esta Ministra da Educação é uma falsa Ministra. Ela não serve a Educação! Usa a Educação para servir os seus fins. Esta Ministra é mais cega do que qualquer cego porque vê e faz de conta que não vê…
Esta Ministra é mais carrasca do que qualquer carrasco porque manda cometer injustiças e fecha os olhos aos injustiçados! Esta Ministra é mais surda do que os surdos… Ouve os que a contestam e até lhes dá razão, mas não muda…
Não é muda… e nunca muda! Mas tem lata de dizer que está “aberta ao diálogo”!… Diálogo? Mas o que é um diálogo para a Ministra maria de Lurdes Rodrigues? Simples. O somatório de dois monólogos?
Pois dizemos claramente "Não, obrigado!" Diálogos destes dispensamos pois não é este conceito nem este exemplo que, como professores, transmitimos aos nossos alunos… E não nos force a alterá-lo. De nada lhe serve, Senhora ministra. Os pais já perceberam por que caminhos a senhora vai., Lá diz o velho ditado popular: “diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”… Pois bem. Cremos que os pais já nem precisam de saber com quem a Senhora Ministra andou… Já se inteiraram do tipo de pessoa sem escrúpulos têm à frente do Ministério da Educação. Pessoa que não olha a meios para atingir fins… Que prejudica as pessoas sem que olhe ao aspecto humano dos seus problemas… Aquele tipo de senhora que aprecia o diálogo de surdos em que sabe que vai sair facilmente vencedora porque é ela que legisla.
A senhora Ministra ouve mas faz-se de surda! Ou simplesmente gosta de se ouvir a si própria, sobretudo a fazer papel de “Inês”… daquela santinha que apenas quer o bem dos professores, melhorar as suas vidas. E tenta fazer crer a todos que somos nós, os professores, que somos “um bando de incompetentes e de estúpidos” que nem se dão conta da bondade das suas propostas e que lhe deveriam até agradecer! Sim… sobretudo deveríamos agradecer-lhe a carrada de porrada financeira que levámos na cabeça e na nossa carreira profissional!...
Temos uma Ministra Tão Teimosa quanto Incompetente … Temos uma Ministra que não é capaz de ver que, quando o destino é o abismo, o melhor passo a dar em frente é fazer marcha-atrás.
Nem perante as evidências do descontentamento, da injustiça do sistema de avaliação que nos tem cativos a todos desde que este governo pseudo-socialista tomou posse (congelou carreiras, passou a idade da reforma para depois da morte de muitos e agora pretende deixá-los todos “à beira de um ataque de nervos”, talvez assim os leve à loucura e depois ao suicídio e evite ter de pagar-lhes a reforma… Desde a camada de papéis modelos e outras papeladas, às reuniões e outras fantochadas até à venda de computadores (de que os professores da vizinha Espanha se riem e não compreendem!) as exigências aos professores de Portugal não param…
Esclarecemos melhor este ponto. Dantes eram os funcionários bancários que tentavam vender computadores e outros bens, na perspectiva bem bancária de ganhar dinheiro não só com as vendas de bens mas também porque cobravam juros sobre os créditos e financiamentos dos referidos bens. Hoje, este governo socialista atribui às escolas (leia-se, aos professores) uma função publicitária própria de outros organismos como sejam os bancos…Tamanha é a com fusão que vai na cabeça dos responsáveis deste governo sobre a função do professor que, de tão díspar (ou disparatada) passam a ser agentes publicidade e de venda e de promoção (oferta) de equipamentos informáticos… Pergunta-se: Em nome de quê e de quem? Para onde vamos? Pois bem… Descubra o caro leitor que nós, os professores, já nem tempo para isso temos!
Quando na nossa vizinha Espanha (que não cremos imune à crise internacional…!) se diminui o tempo de trabalho directo dos professores com os alunos (de 25 para 22 horas!), deixando-lhes espaço temporal para uma maior cooperação e uma melhor e mais eficaz preparação do trabalho, Portugal aumenta o tempo de trabalho directo com os alunos, diminui o tempo disponível para preparação de aulas e cooperação entre profissionais, realização de projectos, etc.… Onde copiou o modelo? Claro está: as exigências são copiadas de um país avançado como é a Finlândia; os recursos e a avaliação dos profissionais são copiados de um país americano, de nível terceiro-mundista! …
O mais grave é que são ditadas por uma senhora (que não se sabe como chegou algum dia a ser professora, na verdadeira acepção da palavra!) que mais parece ter alguma contas a ajustar com algum ou alguns professores… ora, se sofre de algum trauma por causa de algum professor que se lhe atravessou na estrada da vida, que o resolva em psiquiatria! … Agora, que por isso pretende enviar todos os demais professores para o manicómio é que não faz qualquer sentido.
Não nos restam dúvidas de que, toda esta campanha visa destruir a imagem social dos professores conquistada ao longo de mais de uma década com esforço, dedicação e empenho na formação de gerações de jovens que hoje governam este país, para que, suportados em falsidades possam obter o apoio do povo para a implosão da carreira docente e a consequente retirada de direitos legitimamente conquistados. Os portugueses que abram os olhos. Tal como o confessou o Secretário de Estado, estas mudanças não têm por objectivo melhorar a educação dos filhos dos portugueses!
Há uma década a esta parte, a política educativa governamental tem sido sempre assim: alguns dos (des)governantes iluminados pensam e decidem legislar; os professores são obrigados pela lei a executar o que aqueles decidiram; quase nunca aceitam as contestações dos profissionais que do assunto mais percebem. As leis que fazem, emanadas de tecnocratas (normalmente engenheiros ou outros que tal que de educação nada percebem!) apenas têm um único objectivo: mudar nem que seja para pior… os que vierem depois que voltem a malhar nos professores. Para isso é que são assalariados do Estado… Por isso é que o Estado quer continuar a controlar os professores e não lhes reconhece a constituição em uma ORDEM profissional como a dos médicos, dos advogados, dos juízes, dos enfermeiros, etc…
Com o objectivo de controlar o défice, cometem-se as maiores atrocidades educativas… E, atinge-se os salários, as carreiras e a idade de reforma. E espera este governo que os professores (esses super-homens e super-mulheres que nunca podem faltar, nem que seja para uma consulta especialista caso não haja médico do sistema nacional de saúde que a possa assegurar sem que tenha de ser visto uns anos depois de morto!), dos 60 aos 65 anos de idade (quando já nenhuma avó quer suportar nem mesmo os netos de seu sangue), sejam capazes não só de cuidar de 25 filhos de muitas mães como de lhes ministrar conhecimentos com elevada qualidade…
Na verdade, o governo de Sócrates tentou “meter-se contra todos”: médicos, juízes, militares… Mas, não teve pedalada. E, cobardemente, recuou! E então Sócrates deve ter pensado: Ora bem? Quem nos resta? E uma luz se acendeu: Ah! Claro! Ainda nos resta uma Ministra! Ela será a nossa “Carrasca”. Preparem-se! É a nossa última hipótese. Há que apontar todas as armas possíveis e imaginárias sobres os professores! Vamos malhar nesses gajos!… Não importa com que armas! Vale tudo: verdade, mentira ou calúnia… vale tudo! Desmoralizemos socialmente estes malfeitores que me permitiram obter o canudo de “engenheiro”! Há que massacrá-los… Aliás, terá pensado, estão todos como um rebanho de ovelhas tresmalhadas. Já não têm quem defenda a sua dignidade profissional… Estão esquartejados, espartilhados, desorganizados… Já lhes retiramos o poder de mobilização ao mandar para as escolas a maioria dos professores destacados nos sindicatos… E obtivemos o apoio de uma grande número de professores! E mudaremos o final do Hino Nacional: “Contra os professores marchar… marchar!”
Ora, por haver de entre os 140.000 professores deste país, umas centenas de professores que só sabem destruir, desfazer, maldizer, desvalorizar o esforço de quem dedicava parte da sua vida a servir apoiando, esclarecendo, suportando, defendendo os companheiros, é que o governo viu que poderia apontar as armas contra os professores.
Quem não ouviu colegas a apoiar a medida governamental que mandava de volta ás escolas centenas de profissionais que se organizaram durante mais de uma década para estar ao lado dos professores?… E, o mais grave, é que o faziam publicamente, sem pejo nem medida! Pois…
Sócrates tinha conhecimento desta desunião profissional e acreditou que ela era um dado irreversível. Por isso, sentiu-se no direito de apoiar uma Ministra que menospreza os professores, que os desconsidera, que os desvaloriza, que se arroga do direito de enxovalhar e achincalhar os professores!...
Mas, tal como outros ditadores e seus ministros, ainda que intimide entrando pelos sindicatos dentro, tentando conhecer as listas de professores que aderem à manifestação, Sócrates e o seu Governo não passa de um “Gigante com Pés de Barro”. Acreditando que José Sócrates é socialista, esta atitude e postura só será inteligível se conhecermos quem são e de onde vêm aqueles que o rodeiam. Desconhecemos pormenores que não sejam os públicos, mas uma certeza temos: são péssimos conselheiros!
É que se julgavam que poderiam maltratar os professores, enganaram-se. Somos tolerantes, resistentes, reflexivos… mas sobretudo, temos capacidade de nos reorganizarmos rapidamente… Seja em torno de sindicatos, representantes legais e constitucionais, seja ele em torno de movimentos mais espontâneos que surgem quando a tampa da panela de pressão já não aguenta mais! E isto deveria ser um alerta, um aviso para Sócrates e o seu governo: BASTA!…
E esta voz já não é possível abafar. Nem uma carga de porrada, nem um banho de água poderá abafar as vozes que se erguem cada vez com mais indignação, que cada vez mais gritam por justiça e equidade… Estamos Fartos.
Este movimento não tem STOP até que o Governo reconheça e faça marcha-atrás com as políticas destrutivas do Sistema Educativo. Os professores têm a obrigação social de não deixar destruir o futuro dos jovens... Aos pais diremos tão só que tenham presente que os governantes chegam e partem. Os professores ficam. Por isso, dos males feitos à educação pelos políticos são os vossos filhos e os professores que pagam a factura...
Bem-haja a todos pela persistência em chegarem ao fim... É fundamental a participação activa de todos.
E, se a voz não tiver eco ela acabará sendo ouvida, mais cedo ou mais tarde, nem que para tal se tenha de fazer entoar de novo a canção de Zeca Afonso: “GRÂNDOLA VILA MORENA!”