A Luta Continua - Incompetentes para a Rua!
J.Ferreira
Que nenhum Professor deixe de estar presente! E, se for caso disso, mandem o INEM levar-vos
Em entrevista à página electrónica da FENPROF, Mário Nogueira reafirma: "Entre suspensão e aplicação do actual modelo de avaliação, não há entendimentos nem soluções intermédias!"
Na próxima sexta-feira, dia 28 de Novembro, os Sindicatos de Professores voltam ao Ministério da Educação, convocados pelo ME, alegadamente para negociarem as medidas que este pretende adoptar, este ano, para simplificação do modelo em vigor.
Tendo em conta a realização dessa reunião e algumas dúvidas surgidas em torno da mesma, colocámos ao Secretário-Geral da FENPROF e porta-voz da Plataforma Sindical dos Professores, Mário Nogueira, apenas quatro questões que tiveram respostas muito rápidas e objectivas.
1. — Qual será a posição que a FENPROF defenderá na reunião da próxima sexta-feira, no ME?
Mário Nogueira: Da parte da FENPROF, a posição é clara e converge com a de toda a Plataforma Sindical dos Professores: entre a suspensão do actual modelo e a sua aplicação, não existem soluções intermédias, logo, a suspensão é pressuposto de verificação obrigatória para qualquer outra discussão. Ou seja, e para que fique mais clara a posição, não há entendimento possível que não seja em torno da suspensão imediata do actual modelo. Essa é a posição da FENPROF, que colhe consenso na Plataforma Sindical dos Professores, é a posição dos professores e educadores e é a posição de um número crescente de escolas! Os professores podem confiar na FENPROF e na defesa determinada e sem concessões desta posição!
2. — Poderiam as medidas já anunciadas pelo ME corresponder a essa posição?
Mário Nogueira: Nem pensar! As medidas anunciadas pelo ME não vão nesse sentido e pretendem apenas permitir que o modelo se aplique. Um modelo que a FENPROF rejeita e que tem pressupostos inaceitáveis: o de que a carreira docente se organiza em categorias hierarquizadas; o de que o reconhecimento do mérito dos professores se deve sujeitar a quotas! Depois, é todo o desenvolvimento do modelo a agravar ainda mais estes pontos de partida.
Compreendendo que qualquer negociação só terá lugar depois de ter sido declarada a suspensão do modelo de avaliação o que poderemos esperar se isso acontecer?
Mário Nogueira: Suspenso o actual modelo de avaliação, a FENPROF, estará em condições de iniciar negociações com vista à aprovação de um novo modelo, no quadro de uma revisão do ECD que permita eliminar os seus aspectos mais negativos. É nesse sentido que tem em discussão pública uma proposta de modelo de avaliação. Em relação ao ano em curso, a FENPROF concorda que a saída não seja administrativa, mas não admite qualquer solução que consista na simplificação do modelo em vigor, pois esse é para suspender na totalidade. Essa discussão com o ME, no entanto, só fará sentido ou terá lugar depois de garantida a suspensão do modelo em vigor. Estamos preparados para propor uma solução que assente no modelo anterior (processo de auto-avaliação e apreciação pelo conselho pedagógico) e nada mais. Recordo que estamos praticamente no final do primeiro período lectivo. Se a equipa ministerial considera não ter condições políticas ou se não tiver a coragem política para suspender o modelo, deverá, então, dar o lugar a quem a tenha, pois dessa exigência os professores não abdicarão.
Quer dizer, então, que, caso o ME não suspenda a avaliação, os professores continuarão a sua luta?
Mário Nogueira: Claro e com mais força, determinação e convicção. As manifestações distritais desta semana serão importantíssimas, pois a sua dimensão, e eu penso que será fortíssima a participação dos professores, terá necessárias consequências na reunião da próxima sexta-feira. Apelo, por isso, a todos os professores: que nenhum deixe de estar presente!