Uma Luta Justa e mais do que Justificada!
J.Ferreira
Ao destruir o Estatuto da Carreira Docente, elaborado e aprovado por Cavaco Silva quando era Primeiro-Ministro (agora conivente com um governo que, indirecta e, nalguns caso, directa e explicitamente, acaba por passar um atestado de incompetência a Cavaco!...), José Sócrates não visava resolver os problemas da Educação. De facto, eles nem sequer existiam... foram inventados por este governo. O povo nunca tinha saído à rua para manifestar-se contra qualquer uma das razões que este governo encontrou (inventou!) para atacar os professores. Se houvesse problemas com a educação teríamos pais na rua a manifestar-se, não é verdade? O facto é que, pese embora se sabe que, como em todas as profissões, haverá alguns menos dedicados ou menos profissionais, não havia problemas nas escolas; antres havia dedicação, cooperação, sentido de responsabilidade. Por isso a sociedade nunca tinha assistido a qualquer manifestação de pais numa luta contrra a actividade desenvolvida pelos professores. Se surgiram na comunicação alguns casos esporádicos de comportamentos desviantes de alguns docentes eles mereceram a intervenção da inspecção, pois para isso ela existe. Por isso, os pais estavam tranquilos e Portugal não assitido a nenhuma manifestação de rua por motivos originados pela falta de qualidade do trabalho dos professores pois a educação dos seus filhos decorria com a maior das normalidades: a escola pública tinha qualidade e o trabalho dos professores era efectuado com dedicação, profissionalismo e responsabilidade.
Porém, havia que criar alarido na opinião pública para justificar o “genocídio de carreiras” e começou o governo a mexer com os juízes e os tribunais (e recuou, ou porque lhes tem respeito ou porque lhes tem medo!); depois com os militares (e recuou, ou porque lhes tem respeito ou porque lhes tem medo!); depois com a polícia (e recuou, ou porque lhes tem respeito ou porque lhes tem medo!).
Agora, mantém o braço de ferro com os professores. E não quer recuar porque não nos tem respeito ou não nos tem medo!
A nossa única arma para demonstrar ao governo que temos direito a defender a nossa dignidade, a nossa carreira, é fazer com que os pais sintam a nossa falta. São os pais que elegem os governantes... Os pais são os responsáveis pelo estado de coisas a que chegou a educação dos filhos. São eles que apoiam estas medidas estúpidas e absurdas deste governo pois ele segue nas sondagens com a maioria (analisando, obviamente, a intenção de voto dos portugueses!). Que pais temos nós como parceiros na formação dos seus filho? Que querem os pais afinal? Colocar-se do lado de quem ajuda a formar os seus filhos ou dos governantes que lhes fecharam as urgências, as maternidades, os centros de saúde... etc. Etc.? Por que querem ver os professores avaliados por mecânicos, pintores, trolhas, empregados de limpeza, cultos e analfabetos?!...
Lembrem-se: os professores desempenham um papel fundamental na sociedade... Eles não só guardam as crianças e jovens no período em que estão na escola como os formam, os educam, os preparam para a vida em sociedade.
Ao Governo lembramos uma velha máxima: “Se a educação é cara, experimentem a ignorância”.
Aos pais dizemos simplesmente: Os vossos filho precisam de nós!... Somos a garantia do futuro.
Se a Educação dos vossos filhos não é importante, deixem que a educação vá pelo caminho que vai! Deixem que os profissionais sejam cada vez mais desmoralizados, enxovalhados, desmotivados... Depois, não se queixem! Se agora dizem que não vêem ninguém que possa ser alternativa ao Governo (o que de modo algum subscrevemos!) em breve terão ainda mais dificuldade em descobrir alguém que possa ser alternativa. A solução será, obviamente, importar governantes da Finlandia!