Trilhando Caminhos da Avaliação Docente
J.Ferreira
Que avaliação é Justa e Exequível?
Há que recomeçar a trilhar os caminhos. E a reflexão sobre o tema é um deles.
O Conselho Nacional da ANP, reunido no último fim-de-semana em Braga, tratou de reflectir sobre este assunto.
Aqui ficam, em resumo, o que recebi de um colega:
Conselho Nacional ANP reunido no dia 9 de Abril, em Braga aponta caminhos futuros para Educação: i) restaurar a confiança nos professores e nas escolas; ii) centrar as escolas no trabalho pedagógico; iii) construir um novo sistema de avaliação separando-o das eventuais implicações na carreira; iv) adopção de Lei de Autonomia do Ensino não superior; v) criação de entidade de auto-regulação da profissão docente.
Ora, depois de lidas estes importante contributo, algo gostaria de colocar uma questão crítica sobre um dos aspectos. Ora, se há avaliação, sem dúvida que dos resultados da Avaliação devem ter reflexos em medidas educativas. E, se as escolas são formadas por equipas pedagógicas, são as equipas que devem ser avaliadas... e não os docentes, um a um, como se da buscad e um bode expiatório se tratasse. Se não há reflexos, todos nos cairão em cima (sobretudo os que sistematicamente nos perseguem como alguns dos meios de comunicação social) dizendo "isto não é avaliação!"
Por que defendemos isto? Vejamos: fala-se muito da necessidade de trabalho cooperativo nas escolas. Pois bem.
Um exemplo simples: Num clube de futebol (escola) ainda que haja um jogador (docente) seja "Excelente" se a equipa não consegue os pontos necessários para a permanência é todo o clube que desce de divisão.
Se a equipa é a primeira do campeonato, mesmo os jogadores que nunca jogaram, recebem a medalha de ouro.
Ora, se numa escola (equipa) consegue bons resultados (o que nada pode ser reduzido aos resultados dos alunos mas uma relação entre recursos físicos, tecnológicos, materiais e humanos disponíveis, etc.) o mérito é de todos.
Se os resultados (objectiva, ponderada e racionalmente) definidos ficam aquém do esperado deverá ser toda a equipa que deve ser penalizada não recebeno pontos. O que não pode é haver numa escola com péssimos resultados professores (5%) que tenham excelente e 25% com "Muito Bom" quando todos deveriam trabalhar par ao bem da comunidade educativa.
Será que devemos atribuir ao que provocou ou falhou a grande penalidade ou guarda-redes toda a responsabilidade de os resultados de uma equipa? E se há mérito de todos mas só há lugar para um "Excelente", quem fica com ele? O treinador (Director)?
Logo, dos resultados da avaliação da Escola — JAMAIS dos resultados dos alunos (cujo tempo de dedicação ao estudo e investimento material na educação depende unicamente do Estado e da família!) e NUNCA de um ou outro docente isolado (que não é responsable pelo nível socio-cultural e económico nem muito menos pelo tipod e família de origem dos seus alunos! — devem ser retiradas as devidas consequências, sobretudoe principalmente, nas medidas a adoptar pelo Estado, seja na colocação dos melhores profissionais mediante incentivos (de que, em meados da década de 90, enquanto destacado num Gabinete Ministerial, apresentei um estudo e uma proposta sobre o assunto.) em termos de Graduação Profissional (como sucede hoje em algunas comunidades de Espanha!) para efeitos de concurso (o que em nada interfere no orçamento da educação!).
Creio que se tem de recuperar (ou ressuscitar !) o meu trabalho das "Escolas Isoladas" (com um artigo relativo ao assunto publicado pela ANP na sua revista "O Docente") que previa incentivos em termos de concurso e remuneratórios em função da frequência das preferencias manifestadas pelos opositores aos lugares disponibilizados pelo Ministério.
Que melhor querem?