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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

19 Set, 2011

Regresso ao Abismo

J.Ferreira

É triste que tantos e tantos portugueses foram enganados por outros tantos políticos que levaram o país para o abismo...

Sim. Depois de anos e anos em que alertarmos aqui (quase solitariamente e a correr o risco de ser rotulados como "faccionistas" ou, no mínimo, "pessimistas" !?) vemos que hoje ninguém mais fala de Vítor Constâncio (premiado com uma nomeação para o BCE depois de ter demonstrado a sua incompetência à frente do Banco de Portugal (lembram-se da falta de controlo do BPP e do BPN que ajudou a afundar Portugal?), nem de Jorge Sampaio, que astutamente devolveu o poder aos socialistas para que completassem o processo iniciado por outro socialista, António Guterres (lembram-se do país "de tanga", frase imortalizada pela voz de Durão Barroso) contribuindo para que o mais incompetente de todos os primeiros ministros de Portugal (José Sócrates) pudesse chegar às cadeiras do poder e levar o país para o abismo, a ponto de ter de vir até cá a troika para a livrar Portugal da "Banca Rota"...

Agora, surgem os editoriais... Como este abaixo... Que me dizem? Por que andaram calados enquanto Sócrates cavava buracos no navio? Não se deram conta de que caminhávamos para o abismo? Ou será que a "tareia" socrática nos professores os divertia...? Afinal, enquantoa fundava o navio entretinha estes jornalistas com cenas de "porrada nos professores"... Quem serão, afinal, os malditos que nada mais fazem do que afundar o país...?? O seu nome começa por "P" de "Políticos" e não "P'" de "Professores"

Vejamos pois, o que diz o Director do Jornal de Negócios :

"A comitiva que hoje aterra em Lisboa, de membros do FMI, BCE e Comissão Europeia, vem consumar o nosso fracasso. Cada degrau que pisem na descida do avião é uma chicotada no nosso orgulho, na nossa autonomia, no nossa autodeterminação. O País está hoje humilhado.

Em vez de uma marcha fúnebre, temos um cortejo de carnaval. José Sócrates conseguiu, dois dias depois de o País se ajoelhar, produzir o seu mais irreal discurso de sempre. O Congresso do PS encenou um triunfalismo que é ofensivo para um País intervencionado. Foi um delírio colectivo triste, um comício com o fanatismo de Vasco Gonçalves, uma propaganda alucinógena. Leni Riefenstahl, a cineasta de Hitler, ter-se-ia comovido.

Os políticos comportam-se como herdeiros que disputam as partilhas de fortuna nenhuma. É preciso um entendimento entre três partidos, que os vai vincular mesmo durante as eleições a medidas de austeridade, mas todas as pontes de contacto estão a ser dinamitadas. O Presidente da República faz de conta que não é nada com ele (imagine que era com Mário Soares: tem alguma dúvida de que já tinha posto esta gente na ordem?). José Sócrates fala de Passos Coelho como se tivesse acabado de lhe dar uma tareia em bilhar de mesa. Passos Coelho "contrata" Nobre para presidente da Assembleia da República e ainda alguém se vai lembrar de José Manuel Coelho na Madeira. Mas não há grande cuidado com a gravidade da situação financeira que atravessamos.
Os 80 ou 90 mil milhões de euros que vamos pedir ainda não estão garantidos. Há muitos países que estão enfurecidos e que falam de nós como de leprosos. As lideranças europeias são hoje fracas e pressionadas pelas suas opiniões públicas. Mesmo a senhora Merkel, que adoramos odiar, deu a cara por nós, em Berlim, nem há um mês. E nós? Desgovernamo-nos em declarações públicas como quem entra num restaurante cheio com uma metralhadora descontrolada na mão.

É triste que, depois de tantos noas a alertarmos para ao Abismo que estava a ser cavado pelos políticos, tal como o coveiro abre a sepultura para enterrar os que se despedemd este mundo.

Afinal, só nos resta perguntar:

Onde andavam estes jornalistas há uns anos atrás, eles que têm o poder de colocar e demitir governos )

 
A principal razão pela qual a Europa nos quer ajudar não se chama Portugal, chama-se Espanha, chama-se euro. Essa é a nossa protecção. Já que não nos sabemos ajudar, ao menos ajudemo-los a ajudar-nos.

Poul Thomsen é, como Hamlet, dinamarquês e verá que há algo de podre neste reino. Portugal falhou. Entrou em bancarrota. Ficou sem dinheiro. Somos a chacota da Europa, nem na desgraça nos unimos. Portugal vai ser, segundo o FMI, o único país do mundo em recessão em 2012. E no entanto, os políticos, as elites, os governantes, agem sem tino. Não chegou terem atirado o País para eleições no pior momento possível. Agora nem para acordarem um pedido de ajuda se entendem.
O País não é todo um coliseu, há muitos sítios onde hoje o orgulho nacional se sente ferido. Na Beira Alta, onde há honra, é costume dizer-se uma frase que um dia Henrique Monteiro usou no "Expresso": vergonha é não ter vergonha. E ninguém pede desculpa a Portugal.
psg@negocios.pt

 

 

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