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Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

Até que o Teclado se Rompa!

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." (Martin Luther King)

J.Ferreira

Não admira que o FADO tenha sido considerado como Património Imaterial da Humanidade. Realmente, triste fado têm os portugueses. Nem a democracia lhes reduziu a má sorte. Lembrem-se (ou revejam) o discurso de Sócrates na Oposição e comparem com Sócrates no Governo. Aliás, com uma certa ironia porque é o mesmo homem que, em tempos diferentes, mudou o seu discurso! Vale a pena rever.

Muito haveria que apresentar aqui mas os protagonistas mudaram. E como a nossa memória é curta... agora disparamos contra aqueles que querem retomar o caminho pagando as dívidas que outros engordaram sem se saber que benefícios houve para a população.

De fato, é com uma indignação (e uma certa dose de frustração) que constatamos o triste nível a que o país chegou. Fado, triste fado... Sina, triste sina!

Mas os políticos não se diferenciam muito uns dos outros... Por isso, não é de estranhar que Passos Coelho siga os passos de Sócrates. De facto, a um artista segue-se outro artista. Passos sabe que no circo em que Portugal se transformou, quem não for palhaço, “não se safa”! Por isso, depois de assistir aos erro de Manuela Ferreira Leite, depressa descobriu que “Ganha quem mais mente”.Por isso, seguiu os “passos” do socialista José Sócrates.

E, depois da edição de dois (des)governos socialistas chefiados por um malabarista de nome José Sócrates que nos ensinou a viver no País da mentira. Basta ver o que prometia, propagandeava (abono extra, subsídios aos jovens que continuassem a estudar, etc... etc...). Volvidos anos, assistimos à mudança dos protagonistas como se do Circo Chen se passasse ao Circo Chan. Estamos pois perante uma mais liberal versão da palhaçada que é a democracia portuguesa. Por isso, temos agora "Passos Coelho no País da Mentira".

Neste "País da Mentira", facilmente se compreende que Passos Coelho tenha evitado os Erros de Manuela Ferreira Leite. De facto, Passos aprendeu que neste circo quem diz a verdade ao povo nunca ganha legislativas! Não admira que, quer antes quer durante a campanha, Passos tenha afirmado o que não poderia cumprir. Ele afirmou que cortar no 13º mês era um disparate. Ouçam "isso é um disparate". Mais afirmou que não faria despedimentos nem cortes salariais... que , não aumentaria o IVA na restauração...

A provar que vivemos no País da Mentira, temos que alguns (poucos) meses depois, Passos aprova um Orçamento para 2012 que é a demonstração de que, em democracia, é o vale-tudo. Ao não se responsabilizarem estes mentirosos pelas palavras que pronunciam, não admira que a justiça chegue ao ponto a que chegou: também ela é uma palhaçada. Saber-se que, em democracia, para se chegar ao poder, se pode mentir... é a demostração total do fracasso da democracia. Quizas esteja na hora de refundar esta nossa democracia. Ela já não serve: é o vale-tudo!

Ora, perante esta realidade, não admira que aumente o apoio  à tese daqueles que defendem uma nova revolução.

Afinal, se nem o Presidente da República pode pôr cobro a esta legitimação da mentira, para que serve a figura do mais alto chefe da nação? Para comandar as tropas?

Necessitamos de um Presidente da República que tenha a coragem de assumir que, em democracia, não vale-tudo apra chegar ao poder: nenhum político pode permanecer no poder mais que um dia caso faça exactamente o oposto do que prometeu?

O povo começa a necessitar de alguém que coloque estes políticos nos eixos da verdade... Basta de ser enganados. Em pouco mais de 30 anos de democracia e chegamos ao ponto que chegamos... Não se estranha que o povo português tenha votado em Salazar para o MAIOR Português de Sempre. (de que já ninguém fala, nem quer falar. Sim, porque com o país a afundar-se, pelo menos também ele sucumbiu na pobreza.  Ao contrário, nesta nossa democracia, com o país na maior das desgraças, os (pseudo)democratas que (des)governaram os nossos destinos, não morrem sem que fiquem podres de ricos. Entram pobres e vão-se milionários! E rumam aos seus paraísos com reformas chorudas ao passo que os direitos adquiridos do Zé-povo ficam para as calaendas gregas... Sim! Nunca dito com tanta propriedade. É que só mesmo os gregos se nos igualam em desgraça... Triste sina, a dos portugueses!

Seguramente que, a caminharmos por estes mares com timoneiros incompetentes (sabendo que mesmo tendo arruinado o país, nada lhes passa!) a desgraça é a única certeza no futuro. Ao mantermos a nossa cobardia, algo poderemos ter como certo: que os nossos filhos, com ou sem o fado considerado como património imaterial da humanidade, não necessitarão de ouvir estas melodias para que as lágrimas lhes inundem os olhos e o rosto: elas soltar-se-ão perante o descalabro da vida que lhes deixamos.

Que estranha forma de vida...