Futuro do Ensino do Português no Estrangeiro
J.Ferreira
A Constituição da República reconhece o direito aos filhos de todos os cidadãos nacionais (mesmo que emigrados) a aprenderem a Língua Portuguesa.
Porém, por incrível que pareça, os nossos (des)governantes (os de outrora como os de hoje) colocaram a sua incompetência ao serviço da destruição da "máquina produtiva nacional" esbanjando os dinheiro dos impostos em múltiplas iniciativas, desde o rendimento mínimo até aos estádios de futebol, desde as SCUT's até às parcerias público-privadas que arruinaram, pouco a pouco, o dinheiro dos nossos impostos e conduziram o país para a beira do abismo.
Com as suas políticas ruinosas, os distintos governos levaram muitos dos nossos cidadãos a emigrar. Aliás, recentemenete aconselharam mesmo a emigrar... É triste, mas é a realidade a que os nossos eleitos nos conduziram... E os portugueses estiveram impávida e serenamente calmos assistindo a este triste espectáculo embora muitos de nós tenham alertado atempadamente... Mas ninguém quis dar ouvidos... Na verdade, a velha máxima "O rei vai nu!" não interessa. Sempre é mais simpático dizer que "O rei vai vestido"! Ou seja, no politicamente correcto, é mais aceitável a afirmação de que "o rei vestido" ainda que seja "com a roupa que a mãe lhe deu antes de nascer, do que dizer, nua e cruamente, "o reui vai nu!". Por isso, hoje temos o que merecemos.
E na diáspora, igualmente. Aqueles que sempre mal trataram dos emigrantes, voltaram a ser eleitos...! Temos o que merecemos.
Por isso, o futuro da língua materna de milhares de jovens filhos de emigrantes está em causa. De facto, numa época em que os portugueses vêem o futuro cada vez mais negro (sendo mesmo aconselhados a emigrar até pelo primeiro-ministro!) a fuga para o estrangeiro é a única forma de seguir em frente. Tristemente, a política de apoio à emigração é em sentido contrário. E reduz-se o número de professores de Língua e Cultura Portuguesa que servem as comunidades espalhadas pelo mundo. Está na hora das comunidades fazerem algo. Será que, se os emigrantes se organizassem e informassem o Governo de Portugal de que deixariam de enviar verbas para Portugal, que procederiam ao levantamento dos seus depósitos bancários no nosso país e o levariam para os países onde residem, o Governo manteria a sua arrogância e maltrato com os nossos emigrantes? Será que a política do "paga e não bufes" continuaria? Ou o Governo seria obrigado a "fazer marcha-atrás" com a política de retirada de apoio aos emigrantes, que começou há já muito tempo com a diminuição dos consulados..:?
Está na hora de fazer algo. Ou o Governo continuará a retirar aos filhos dos nossos emigrantes a possibilidade de manter um vínculo linguístico entre os jovens lusodescendentes e a pátria lusa.
De facto, é inaceitável a redução das condições de acesso à Língua Portuguesa por parte dos filhos de milhares de cidadãos que, tendo sido maltratados por um bando de governantes incompetentes que conduziram o país para a fronteira do abismo, se viram forçados a emigrar em busca de uma vida com um mínimo de dignidade. Abandonados à sua sorte por políticos esbanjadores, vêem hoje negado aos sues filhos o que Portugal garante aos filhos dos imigrantes que se instalam em Portugal, oriundos dos mais diversos países, oe quantas vezes com outos gastos e ajudas que também sobrecarregam as finanças públicas (como é o caso dos rendimentos mínimos garantidos de que beneficiam imensas comunidades de imigrantes em Portugal!), quantas vezes em troca de muito pouco ou até nada.